Resumo do Filme Laranja Mecânica e sua ligação com o Behaviorismo

O filme “Laranja Mecânica” traz como principal protagonista a pessoa de Alex, um jovem inglês, líder de uma gangue de delinquentes, que sai pelas madrugadas  espancando mendigos idosos, violentando mulheres, entre outros, tudo em clima de diversão e sarcasmo.

 Com medo de perder a liderança pelos seus colegas, tenta impor- lhes por meio da violência a sua autoridade, sendo que o grupo, com medo da atitude de Alex, aparentemente demonstra satisfação em tê-lo como líder novamente.

Numa de suas investidas, Alex, fazendo-se acompanhar de seu bando, após tocar a campainha da residência, e perceber que a dona da casa não abre a porta para recebê-los, invade a residência flagrando a dona da casa sozinha com seus animais de estimação (gatos).

Alex entra na propriedade para abordá-la, enquanto seus amigos o esperam do lado de fora da casa, e nisso acaba cometendo um homicídio.

Ao sair da casa, Alex é traído pelos seus amigos, que jogam algo em seu olho para embaraçar  a sua visão, e o abandonam no local do crime.

Assim, com a chegada da polícia,  Alex é preso, processado e  condenado a catorze anos de prisão.  Para conseguir um melhor tratamento, e também uma remição de pena, auxilia o capelão do presídio nas atividades religiosas.

Ao saber que está sendo utilizada uma nova técnica (Método Ludovico) de recuperação de prisioneiros que garante a liberdade imediata, Alex candidata-se de pronto contra a vontade do capelão e do diretor do presídio, passando, assim, a se submeter a tratamento com método behaviorista, que consiste em “condicionar” o paciente a rejeitar todo comportamento anormal. 

Esse condicionamento foi realizado através de sugestões visuais, onde ele assistia a cenas de violência sem sequer poder piscar os olhos, que se mantinham abertos à força, sendo molhados com colírio. Importante registrar que antes de assistir a estas sessões cinematográficas, Alex recebeu uma dosagem de medicação para provocar em seu organismo todo tipo de náuseas e mal-estar.

Por isso, ao associar as cenas de violência ao mal estar físico por ele experimentado, ele involuntariamente passa a neutralizar sua agressividade natural, transformando-se num ser comedido e não violento, tanto é assim que ao regressar à sociedade, encontra algumas de suas vítimas, que se vingam dele, sem que ele esboce qualquer tipo de reação por conta de seu condicionamento.  

Vimos, assim, que o controle do comportamento social ao qual se submeteu Alex foi feito através da técnica Ludovico, que, com princípios psicológicos behavioristas de condicionamento, introduziu nele o mal-estar físico ligado a qualquer comportamento violento. “O fundamento desse programa é a teoria do condicionamento, elaborada pelo fisiologista russo I. Pavlov no início do século XX e desenvolvida mais tarde por J. B. Watson e B. F. Skinner, psicólogos norte-americanos que criaram o paradigma comportamentalista na Psicologia”.

O modelo de tratamento pelo método Ludovico, embora vantajoso no ponto de vista do controle e ordem social – já que permite transformar um ser perverso e violento num verdadeiro “cidadão modelo”, que consegue conter seu ímpeto de violência, permitindo sua reinserção no meio social – pode ser questionado no ponto de vista da ética, porquanto submete o paciente a uma situação de profundo desconforto e mal-estar gerados por conta do efeito da medicação e também por criar uma situação permanente de sofrimento físico e mental toda vez que o paciente vier a cogitar a praticar atos de violência.

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