As Atualidades e Diversidade em Educação

Registros históricos mostram que os povos indígenas desde os tempos da colonização sofreram com o processo de “aprendizado”. No entanto, esse aprendizado seguia os moldes europeus, desculturando assim a civilização indígena. Nesse processo civilizatório os índios eram obrigados a aprender outra língua, foram catequizados e dessa forma tribos inteiras abandonaram seus deuses e tradições seculares. Sem contar que de nômades passaram a ser sedentários e de guerreiros à pacatez.

No Brasil Imperial até a época do Brasil República esse processo de destruição da civilização indígena continuou. E no período republicano foi criado um Serviço de Proteção ao Índio (SPI), cuja finalidade era integração do índio à sociedade brasileira, porém integrar o índio à sociedade significava não ser mais índio.

A preocupação com a educação dos povos indígenas é uma questão recente, com a criação da FUNAI (Fundação Nacional do Índio) em 1960. Porém, as ações criadas só apresentaram resultados a partir dos anos 90, quando os direitos de uma educação bilíngue e intercultural passou a ser de responsabilidade do MEC.

É preciso reconhecer que a cultura ocidental moderna se considera a detentora do conhecimento, e ao pensar assim, está sugerindo que outras sociedades não são produtoras de conhecimento. Dessa forma, esta formulação está muito próxima da ideia pré-conceituosa de que os povos não pertencentes à civilização ocidental são povos sem cultura.

No que diz respeito à educação inclusiva atual, a partir da análise do texto “Educação Intercultural”, é notório a exposição de opiniões divergentes entre os envolvidos na reunião. Porém é importante salientar que no processo de inclusão, os indígenas precisam ter seus valores e costumes respeitados e preservados, contanto que os mesmos estejam preparados tanto para participar da sociedade quanto para não renunciar a sua cultura.

Para tanto, de faz-se necessário “a execução de ações, projetos, prática, novos desenhos curriculares e novas posturas pedagógicas” (GOMES,2011) considerando que estas ações, por sua vez, é um dever da educação escolar, sendo essas, instituições públicas ou privadas.

Nesse sentido, é totalmente relevante que a formação de educadores indígenas esteja articulada com movimentos socioculturais, com a intenção de encontrar dispositivos constitutivos de dialogicidade intercultural.

O Projeto Político Pedagógico (PPP) é um importante instrumento que pode garantir a execução de uma educação diferenciada, visando atender as necessidades e atingir aos interesses da comunidade indígena.

De acordo com a FUNAI é importante que alguns aspectos sejam considerados, são eles:    

a) A necessidade de assegurar os direitos à educação diferenciada aos povos indígenas e à valorização de suas línguas, conhecimentos e processos pedagógicos próprios;

b) O entendimento de que o currículo compõe o todo do fazer escolar, e não apenas a organização da matriz onde se abrigam as disciplinas [...]. A escola indígena deve refletir o modo de vida, a concepção cultural e política de cada povo indígena e as relações intersocietárias que mantém. FUNAI

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