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O Fichamento de Artigo

Por:   •  18/1/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.165 Palavras (5 Páginas)  •  628 Visualizações

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LOMBARDI, Maria Rosa. Engenheiras brasileiras: inserção e limites de gênero no campo profissional. Cadernos de Pesquisa. v. 36. n. 127.  2006. p. 173-202

FICHAMENTO1

Este artigo tem como assunto a inserção de brasileiras no campo profissional da engenharia, ocorrida a partir das décadas de 80 e 90, além de discorrer sobre quais seriam os limites de gênero que a presença feminina padece em algumas áreas de trabalho e no desenvolver das suas carreiras, buscando demostrar a evolução da participação das mulheres no mercado de trabalho e no ensino superior. Desta forma foi feita uma análise de dados estatísticos sobre empregos formais e rendimentos, a respeito de matrículas e conclusões em cursos de engenharia, além de entrevistar 33 engenheiros (as) e diretores sindicais no Brasil e na França.

A engenharia continua sendo um espaço eminentemente masculino, Lombardi (2006) diz que segundo a PNAD de 2002, havia no Brasil 306.986 pessoas que se declararam como engenheiros, dos quais 273.037 eram do sexo masculino e apenas 33. 949, do feminino, sendo isso no campo profissional, por que no ensino superior o ingresso de mulheres cresceu de forma lenta, mas gradativamente, atingindo 20% no início do milênio.

Acresce-se a isso a maior diversificação na oferta de cursos por meio de novas especialidades, o que sinaliza a continuidade do processo de especialização. A criação de novas especialidades no ensino da engenharia pelo desdobramento das antigas áreas levou à diversificação das escolhas de homens e mulheres, mas incidiu especialmente sobre as opções femininas que, até meados dos anos 90 encontravam-se mais concentradas nas engenharias Civil e Química. Em 1990, essas duas especialidades eram responsáveis por 59% das conclusões femininas (44% na Civil e 15% na Química) e em 2002, por 40% (30% na Civil, 10% na Química). Neste último ano [..] despontam como outras opções que mais interessavam às mulheres: Alimentos (10% das conclusões), Florestal (4%), Produção e Mecânica (3%). (LOMBARDI, 2006).

Percebe-se que em determinadas áreas da engenharia, a mulher, sofreu e ainda sofre segregações, começando com a engenharia Civil, devido ao trabalho pesado, sujo, distante de zonas urbanas, falta de infraestrutura de alojamentos em algumas obras, ambientes insalubres e etc., logo após temos engenharia Mecânica, de Minas, Petróleo e Metalurgia com o mesmo contexto da construção civil, diferente dessas, temos setores da engenharia que são mais receptivos a presença mulheril, como é o caso do Químico e recentemente o de Produção.

Entretanto, não é apenas as condições de trabalho que limitam a atuação de mulheres nesta profissão, quase sempre os maiores desafios enfrentados são no contexto pessoal, vida familiar e conjugal, pois geralmente há necessidade de “abrir mão” de algo, como a própria Evetts (1994, apud LOMBARDI, 2006, p. 193) conclui a partir de estudo realizado com engenheiras inglesas, que em razão da carreira, as mesmas decidiram adiar ou rejeitar a maternidade e algumas optaram pela vida celibatária, cujo enfoque foi desde o início a carreira; outras, decidiram por uma carreira com ascensão mais lenta, pois entre a promoção e a família, deram prioridade à vida familiar e aos filhos.

Apesar de todas essas dificuldades, as engenheiras, não apenas as brasileiras, são profissionais realizadas, bem sucedidas e satisfeitas com suas carreiras, sendo que a maioria das entrevistadas afirmam que fariam tudo de novo, cursariam o mesmo curso, optando assim pela mesma profissão.

Na França, por exemplo, Marry (2002) ao analisar as impressões sobre a carreira e a profissão, adotando o corte geracional, afirma que o prazer do exercício da profissão foi um traço comum tanto entre as suas entrevistadas mais velhas, as pioneiras, como entre as mais jovens. No Brasil, pesquisa mais antiga, de 1974, realizada por Bruschini (1978), referenda esse padrão: as engenheiras entrevistadas pela autora valorizavam a profissão, sentiam-se valorizadas dentro dela e esperavam progredir na carreira, razões pelas quais não fariam uma escolha profissional diferente, mesmo enfrentando problemas na área pelo fato de serem mulheres. (LOMBARDI, 2006).

COMENTÁRIOS ANALÍTICOS

Diante deste artigo, percebe-se que o ramo da engenharia começou a ser desbravado por mulheres a partir da década de 80, tendo ênfase nos últimos anos, sendo possível observar no dia-a-dia que este mercado de trabalho deixou de ser exclusividade masculina, principalmente no setor da construção civil, onde é corriqueiro encontrar muitas mulheres trabalhando em diferentes colocações nos canteiros de obras.

São vários fatores que podemos identificar como contribuintes para o acréscimo da presença feminina em construções como a falta de mão de obra masculina qualificada, ampliação da demanda na área, a qualidade de desempenho da mão de obra, quanto ao capricho, cuidado com os equipamentos e atenção aos detalhes de acabamentos, entre outros.

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