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RESENHA DO ARTIGO “O DESENVOLVIMENTO DO SETOR SIDERÚRGICO BRASILEIRO ENTRE 1900 E 1940: CRESCIMENTO E SUBTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES”

Por:   •  23/8/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.679 Palavras (7 Páginas)  •  148 Visualizações

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RESENHA DO ARTIGO “O DESENVOLVIMENTO DO SETOR SIDERÚRGICO BRASILEIRO ENTRE 1900 E 1940: CRESCIMENTO E SUBTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES”

Marcelo Henrique Figueiredo Mendes Universidade do Estado de Minas Gerais — unidade de João Monlevade

marcelo.0693706@discente.uemg.br

Tales Miquéias Araújo Universidade do Estado de Minas Gerais — unidade de João Monlevade

tales.0693773@discente.uemg.br

O artigo “O desenvolvimento do setor siderúrgico brasileiro entre 1900 e 1940: Crescimento e substituição de importações", foi escrito por Gustavo de Barros que é mestre e doutor em Economia, graduado em Ciências Sociais, Engenharia Mecânica pela USP e também é professor da Faculdade de Economia da Universidade Federal de Juiz de Fora, atuando nas áreas de História Econômica do Brasil e Economia Brasileira.

O trabalho em questão foi publicado na revista Estudos Econômicos em 2015. Tem por objetivo difundir obras voltadas para as áreas de economia e produção para o público de pesquisadores nacionais e estrangeiros. Criada em 1971, as publicações dos artigos ocorrem de maneira semestral pelo Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo

De acordo com o artigo, o Brasil inicia o século XX com um setor produtor de ferro e aço muito pequeno em relação ao consumo nacional. Em 1910, começa a discussão sobre o problema siderúrgico nacional. As dificuldades enfrentadas pela falta de insumo afetaram a economia brasileira durante a Primeira Guerra Mundial, intensificando a percepção da importância do problema pela elite e as autoridades governamentais. O debate já se estendia por três décadas; esse impasse ocorria por causa da burocracia de grandes projetos siderúrgicos e da exportação do minério. Durante o debate, o setor siderúrgico se desenvolveu através de empresas de “pequeno” e “médio” porte que produziam ferro-gusa e grande parte do aço.

No entanto, a historiografia tomou como verdade que a criação da CSN seria o impulsionamento da produção siderúrgica brasileira. Desse modo, ela esteve em destaque na maior parte dos discursos que buscavam legitimar a criação da nova estatal, fazendo com que o governo desqualificasse o setor vigente; o governo da época apresentava o setor atual como desatualizado e de custo elevado, devido ao uso de carvão vegetal. A CSN era um projeto de uma siderúrgica de grande escala que teria uma superioridade em tecnologia pelo uso do carvão mineral e que reduziria os custos unitários da produção. A presença de uma nova tecnologia não impossibilitou as “pequenas”

e “médias” siderúrgicas, nas décadas de 1920-30 já existentes de conquistarem o seu lugar no mercado brasileiro.

Os dados, disponibilizados pelo artigo sobre o setor siderúrgico brasileiro no período entre 1900 a 1940, mostram que a maior parte dessas informações disponíveis sobre a dimensão quantitativa da evolução do setor siderúrgico brasileiro são levantadas pelo Ministério da Agricultura. As informações foram publicadas por Alpheu Diniz Gonsalves que estava à frente do Ministério. Essas informações eram obtidas através das empresas mais relevantes da época, que solicitaram e obtiveram os favores previstos no decreto da década de 1920 (decreto 17.091 de 21/out/1925) em compensação, forneciam informações que possibilitavam o monitoramento do Governo. Os dados exigidos pelo Ministério não eram muito rigorosos, com informações faltantes e dados que não representavam a realidade dos fatos, mas a historiografia considerou os dados como verdadeiros, devido a sua publicação ser feita pelo Ministério.

Houve dois tipos de empresas que não se encaixaram no decreto, as empresas pequenas que não conseguiam atingir a produção mínima exigida, e a maior empresa da época, Companhia Brasileira de Mineração e Metalurgia.

As empresas pequenas, juntamente com a Companhia Brasileira de Mineração e Metalurgia não conseguiram se enquadrar no decreto e, por sua vez, não forneciam informações ao Ministério da Agricultura. As mesmas deixaram lacunas entre os períodos distintos: 1918-25; sua antecessora, a empresa Companhia Mecânica e importadora, operou produzindo aço e laminados. Houve um período de crise, entre 1930-32, em que não foram encontrados dados da empresa, levando a acreditar que ela não operou nesse período. Outras informações, porém, nos levam a acreditar que essa hipótese não procede. O estudo feito pela historiografia na época completo, deixou como consequência o entendimento precário com relação ao crescimento do setor de 1920 para o estudo do impacto da crise até o início de 1930, o que tornou muito difícil a compreensão, pela falta de dados, entre 1930-32, de uma empresa que, em 1929, apresentava 17 % do valor da produção nacional.

Para identificar esses dados faltantes, o autor busca informações em outros tipos de fontes, como dados de pequenas empresas, consumo de sucata da Cia. Brasileira e o volume de produção das empresas fora do decreto.

Para fazer este trabalho foram coletados dados no Ministério da Agricultura e complementados com outras fontes; também foram utilizados, neste artigo, dados de importação de coeficiente de importação. Werner Baer, em 1915, fazia estimativas de coeficiente de importação de ferro-gusa, aço e laminados e fazia uso de dados secundários da FGV destes mesmos produtos; sem uma discussão prévia, incluía em cada uma das categorias nas séries de produção e importação. Para estender está série para trás, desde 1901, foi necessário pesquisar dados sobre importação e

exportação do Brasil. Para a série de importação, permitiu calcular série de importação de valor, previamente indisponível. Esta ação permitiu medido e aspectos qualitativos da categoria durante o período.

Depois de toda essa discussão, houve a tentativa de se construir um indicador agregado de crescimento de produção para o setor siderúrgico como um todo. Até então, não estava incluído na historiografia em função de determinadas características do setor siderúrgico, que produz três tipos de produtos: ferro-gusa, aço e laminados, sendo que cada um desses produto pode ser vendido para outros setores da economia, sendo que o ferro-gusa e o aço são os principais insumos da própria produção siderúrgica. Para cada um dos produtos citados, criou-se uma série de produção, mas não contemplam o consumo do próprio setor siderúrgico de produtos siderúrgicos de insumos. Explorando informações qualitativas e quantitativas de cada uma das empresas individuais do setor, estimam o autoconsumo de seus produtos com objetivo de conseguir o quanto da produção siderúrgica no país é destinado a outro setor com base nessas estimativas, que produzem o índice de produção do setor através do qual analisamos o crescimento agregado do setor

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