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O ENSINO REMOTO A PARTIR DA PANDEMIA, SOLUÇÃO PARA O MOMENTO, OU VEIO PARA FICAR?

Por:   •  22/9/2021  •  Artigo  •  7.800 Palavras (32 Páginas)  •  285 Visualizações

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O ENSINO REMOTO A PARTIR DA PANDEMIA, SOLUÇÃO PARA O MOMENTO, OU VEIO PARA FICAR?

Alba Valéria G. Carvalho¹

Doutoranda em Ciencias Empresariales y Sociales (UCES- Ar)

ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9317-9972

E-mail: alba.carvalho@reitoria.ifpe.edu.br

Marcos Roberto da Cunha²

Doutorando em Ciencias Empresariales y Sociales (UCES- Ar)

 ORCID: http://orcid.otg/0000-0002-1743-8071

E-mail: marcosroberto.ita@gmail.com

Rosário João Fernando Quiala³

Graduando em Administração Pública (Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira-UNILAB)

E-mail: roquiala00@aluno.unilab.edu.br.

Resumo        

Este estudo exploratório tem por objetivo avaliar a perspectiva dos estudantes de quatro instituições de ensino desde o fundamental a graduação quanto ao ensino mediado pelas TIC (remoto e suas variáveis EAD e híbrido) para o pós-pandemia. A participação no estudo foi voluntária, confidencial e obteve adesão de 117 respondentes. Realizou-se análise descritiva dos dados tabulados no questionário pelo sistema de formulários do Gmail. A predisposição para uma migração definitiva de modalidade de ensino ficou evidenciada, pois 53,8% responderam que apesar de preferirem a modalidade presencial, o ensino híbrido é melhor que o totalmente remoto por propiciar a interação com colegas e professores. Somando-se este percentual aos que indicaram que preferem o totalmente remoto por terem se adaptado bem (26,5%), teremos 80,3% dos estudantes adaptados aos desafios e possibilidades da nova oferta de ensino se as instituições que estes estão matriculados decidissem por modernizar a oferta de ensino. Conclui-se, portanto, que apesar das dificuldades enfrentadas por parte dos estudantes na adaptação à modalidade remota imposta pela crise sanitária decorrente da pandemia com o coronavírus, a maioria está inclinada a se adaptar de forma definitiva a um modelo intermediário, o denominado ensino híbrido.

Palavras-chave: TIC; Ensino-aprendizagem; Modalidades de ensino; Metodologias ativas.

Abstract

This exploratory study aims to evaluate the perspective of students from four educational institutions from elementary to undergraduate in terms of ICT mediated teaching (remote and its distance and hybrid variables) for the post-pandemic. Participation in the study was voluntary, confidential and obtained adherence from 117 respondents. A descriptive analysis of the data tabulated in the questionnaire was performed using the Gmail forms system. The predisposition for a definitive migration of the teaching modality was evidenced, as 53.8% answered that although they prefer the on-site modality, the hybrid teaching is better than the totally remote one, since it allows interaction with colleagues and teachers. Adding this percentage to those who indicated that they prefer the totally remote because they have adapted well (26.5%), we will have 80.3% of students adapted to the challenges and possibilities of the new teaching offer if the institutions they are enrolled in decide to for modernizing the teaching offer. It is concluded, therefore, that despite the difficulties faced by students in adapting to the remote modality imposed by the health crisis resulting from the pandemic with the coronavirus, most are inclined to adapt definitively to an intermediate model, the so-called hybrid education.

Keywords: ICT; Teaching-learning; Teaching modalities; Active methodologies.

  1. Introdução

 A pandemia chegou, de repente, e com ela a necessidade de adaptação e ressignificação de muitos atos diários, inclusive a educação. As tecnologias da informação e comunicação – TIC que nos interligam com o mundo, facilitaram o isolamento social recomendado pelas autoridades sanitárias como medida de combate a propagação do coronavírus. 

 É fato que a pandemia acelerou processos. Algumas instituições, dos mais diversos ramos de atuação estavam em algum percentual convivendo com o trabalho remoto, mas a mudança imposta foi brutal e quem não teve como desenvolver suas atividades remotamente acabou parando de funcionar, durante o(s) período(s) de lockdown imposto(s) pelos governadores e prefeitos das cidades brasileiras.

 Parece óbvio que a geração também denominada de nativa digital, e atualmente a maioria entre os que estão matriculados no ensino público ou privado, adapte-se facilmente com a mudança de cenário e oferta da modalidade de ensino presencial para a virtual, mas será que foi isso que aconteceu? 

 Pretendeu-se entender óbices ao processo de transformação digital do ambiente de trabalho e estudo, especialmente em instituições de ensino do fundamental a graduação e para tal foram aplicadas pesquisas em estudantes de instituições públicas e privadas para sondar a adaptação destes ao ensino remoto e até a predisposição dos mesmos sobre a continuidade da modalidade no pós-pandemia, ou uma eventual adaptação do ensino presencial em híbrido.

 Para existir adaptação é preciso haver minimamente um domínio no(s) ambiente(s) que se passou a “frequentar” remotamente e por isso um dos aspectos averiguados foi se a infraestrutura residencial ou institucional interferiu na adaptação, e até se existiu diferença de domínio, entre os próprios estudantes ou professores que tenha influenciado na aprendizagem.

 A escolha pela sondagem de estudantes em realidades diferentes (instituições públicas e privadas, capital e periferia, nível fundamental e graduação, entre outras) buscou evidenciar diferenças ou afinidades perante o mesmo cenário de ensino remoto aplicado a todos os níveis de ensino, indistintamente.

  1. Ensinos remoto, a distância e híbrido – aproximações e diferenças

 De acordo com a Associação Brasileira de Ensino a Distância (ABED), a história da educação a distância no Brasil começou em 1904, com uma matéria publicada no Jornal do Brasil, onde foi encontrado um anúncio nos classificados oferecendo curso de datilografia por correspondência (ABED, 2011). De lá para cá, muito se evoluiu no EAD.

Entretanto, oficialmente, a educação a distância surgiu pelo Decreto nº 5.622 de 19 de dezembro de 2005, que posteriormente foi revogado. A sua atualização ocorreu pelo Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017, vigente até a atualidade, que define, no seu primeiro artigo:

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