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Análise das Demonstrações Contábeis Atividade Individual

Por:   •  20/5/2023  •  Trabalho acadêmico  •  2.501 Palavras (11 Páginas)  •  47 Visualizações

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ATIVIDADE INDIVIDUAL

Matriz de atividade individual

Disciplina: Análise das Demonstrações Contábeis

Módulo: X

Aluno: João Guilherme Guaragni Goergen

Turma: ONL022Z5-ENFINPA09T1

Tarefa: Análise das Demonstrações Contábeis da empresa Magazine Luiza nos anos de 2019 e 2020

Introdução

A análise das demonstrações contábeis de uma atividade econômica é de suma importância para qualquer pessoa, física ou jurídica, que procure se relacionar financeiramente com a mesma. A ciência contábil vem se atualizando constantemente, padronizando critérios e conceitos financeiros e de índices de avaliação das empresas, o que possibilita a realização de análises financeiras e econômicas cada vez mais precisas, com o intuito de nortear os stakeholders quando às vantagens e desvantagens e aos ganhos e riscos de suas empreitadas.

A capacidade de avaliar corretamente as demonstrações contábeis é um diferencial para os agentes internos de uma organização, sejam eles analistas, gestores ou diretores da empresa. Os agentes externos, por sua vez, como bancos, acionistas, governo, fornecedores e clientes, fazem uso dessas informações para tomarem suas decisões quanto às interações com a empresa. Desta forma, manter as informações contábeis precisas e atualizadas e fundamental para que uma empresa possa avançar e expandir no mundo contemporâneo.

Neste trabalho iremos analisar as demonstrações contábeis da empresa Magazine Luiza nos anos de 2019 e 2020, com o intuito de identificar os pontos fortes e fracos da empresa em cada um destes anos (através da análise vertical),  e também de identificar aquelas que seriam as tendências para o futuro da empresa, com base na análise comparativa da transformação ocorrida entre os dois exercícios (análise horizontal).

Análises vertical e horizontal das demonstrações contáveis

Conforme mencionado anteriomente, faremos uso das análises vertical e horizontal dos demonstrativos da Magalu nos anos de 2019 e 2020.

A análise vertical tem como critério a avaliação “interna” de um exercício ou período contábil. Ou seja, cada uma das cifras e dos índices das demonstrações contábeis será avaliado em relação ao seu valor dentro daquele mesmo período.

A análise horizontal, por sua vez, faz uma avaliação “comparativa” entre dois ou mais exercícios ou períodos contábeis, no intuito de identificar padrões ou tendências de evolução ou involução de cada um das cifras e índices.

Consideremos abaixo o balanço patrimonial da empresa Magalu em 2019 e 2020:

[pic 3]

Da análise vertical do balanço no ano de 2020, podemos perceber algumas informações relevantes:

  1. Aproximadamente ¼ do ativo da empresa em 2020 é proveniente do seu estoque. Ou seja, a empresa possui um estoque bastante elevado proporcionalmente ao tamanho da sua atividade.
  2. A empresa possui 16% do seu ativo em contas a receber, financiando atividades de clientes, ao passo que possui 34% do seu passivo em fornecedores, caso em que está sendo financiada pelos mesmos, o que indica uma estratégia boa para fins de manter baixa a necessidade de capital de giro da empresa.
  3. O capital circulante líquido da empresa é positivo, bem como seu saldo de tesouraria, o que indica que a empresa ainda se encontra em condições de solvência de suas dívidas.

Da análise horizontal do balanço entre os anos de 2019 e 2020, podemos perceber que:

  1. Houve uma diminuição considerável dos valores em aplicações financeiras (-73%), ao passo em que houve um aumento de valores em caixa (609%), o que indica que a empresa possa não estar utilizando todo o seu potencial de rendimento.
  2. Houve um acréscimo significativo (56%) entre estes anos nos valores em estoques, o que aumenta a NCG e reduz a liquidez da empresa como um todo.
  3. Houve pouca variação na proporção que cabe aos ativos não circulantes dentro da totalidade de ativos da empresa.
  4. Em termos de passivos circulantes, percebe-se a contratação de grande valor de empréstimos e financiamentos de curto prazo no ano de 2020, cenário negativo em relação ao ano anterior.
  5. O passivo não circulante e o patrimônio líquido reduziram de um ano para o outro, ao passo em que aumentou o valor total de ativos e passivos da operação, o que significa que passou a existir um maior volume de ativos sendo financiados por passivos de curso prazo, o que, reitera-se, é algo prejudicial para a solvabilidade da empresa.

[pic 4]

Da análise vertical da DRE da empresa no ano de 2020, podemos perceber que:

  1. Em 2020, 75,3% de sua receita corresponde ao custo da mercadoria vendida, valor relativamente alto, que resulta em um lucro bruto de apenas 24,7% do faturamento. As despesas operacionais, por sua vez, correspondem a 22% do faturamento líquido, enquanto as despesas e receitas financeiras correspondem a 1,2% (saldo) desta mesma base, o que entrega à empresa um LAIR de apenas 1,5%.
  2. O lucro líquido da atividade é de apenas 1,5% do valor total da receita, valor baixo se comparado às necessidades impostas pelo mercado.

Da análise horizontal da DRE da empresa entre 2019 e 2020, podemos perceber que:

  1. Houve um aumento de aproximadamente 40% entre o faturamento de 2019 e 2020.
  2. A proporção dos custos da mercadoria vendida em relação ao faturamento aumentou de 78,2% para 75,3%, fator negativo dentro da análise.
  3. Todos os índices de lucratividade, se comparados com 2019, acabaram reduzindo em 2020, por conta do aumento do custo da mercadoria vendida e das despesas gerais e administrativas.

Cálculo dos índices de liquidez

  1. Liquidez Corrente

LC = AC/PC

LC 2019 = AC / PC = 12.157.015 / 7.203.042 = 1,69

LC 2020 = AC / PC = 14.799.483 / 11.512.179 = 1,29

  1. Liquidez Seca

LS = (AC – Estoque) / PC

LS 2019 = (AC – Estoque) / PC = (12.157.015 – 3.509.334) / 7.203.042 = 1,20

LS 2020 = (AC – Estoque) / PC = (14.799.483 – 5.559.037) / 11.512.179 = 0,81

  1. Liquidez Imediata

LI = Disponível/PC

LI 2019 = Disponível / PC = (180.799 + 4.446.143) / 7.203.042 = 0,64

LI 2020 = Disponível / PC = (1.281.569 + 1.220.095) / 11.512.179 = 0,22

  1. Liquidez Geral

Liquidez Geral = (AC+RLP) / (PC + PNC)

LG 2019 = (AC + RLP) / (PC + PNC) = (12.157.015 + 1.419.070) / (7.203.042 + 3.843.838) = 1,24

LG 2020 = (AC + RLP) / (PC + PNC) = (14.799.483 + 1.585.551) / (11.512.179 + 3.459.364) = 1,09

Índices de Liquidez

2020

2019

LC

1,29

1,69

LS

0,81

1,20

LI

0,22

0,64

LG

1,09

1,24

Da análise dos índices de liquidez podemos chegar às seguintes conclusões:

  1. Os índices de liquidez sofreram uma queda muito significativa entre 2019 e 2020, o que indica maiores dificuldades da empresa em arcar com suas responsabilidades financeiras, podendo tornar-se insolvente.
  2. Os índices de liquidez corrente demonstram que a empresa ainda possui capacidade de pagar suas dívidas circulantes com o seu capital de giro. Apenas de ter decaído significativamente entre os anos de 2019 e 2020, a empresa ainda mantém esse índice acima de 1, o que demonstra sua capacidade de solvência.
  3. Pela análise dos índices de liquidez imediata, percebemos que a empresa apossui baixa capacidade de cobrir seu passivo circulante com as disponibilidades que possui (apenas R$ 0,22 em disponibilidade para cada R$ 1 em passivo circulante). Ainda, em valores reais, percebe-se que a empresa aumentou sua quantidade de dinheiro em caixa e diminui a quantidade de dinheiro em aplicações financeiras, o que representa um uso menos rentável das disponibilidades.
  4. Além disso, a liquidez geral da empresa também continua positiva, com R$ 1,09 em recursos para quitar cada R$ 1 em dívidas, considerando curto e longo prazo em ambos os casos.

Cálculo da estrutura de capital

  1. Endividamento Geral

Endividamento Geral = (PC+PNC) / Ativo Total

EG 2019 = (PC+PNC) / Ativo Total = (7.203.042 + 3.843.838) / 18.611.817 = 0,59

EG 2020 = (PC+PNC) / Ativo Total = (11.512.179 + 3.459.364) / 14.799.483 = 0,67

  1. Composição do Endividamento

Composição do Endividamento = PC / (PC+PNC)

CE 2019 = PC / (PC+PNC) = 7.203.042 / (7.203.042 + 3.843.838) = 0,65

CE 2020 = PC / (PC+PNC) = 11.512.179 / (11.512.179 + 3.459.364) = 0,77

  1. Imobilização do Capital Próprio (Patrimônio Líquido)

Imobilização do Capital Próprio = (ANC- RLP) / PL

ICP 2019 = (ANC- RLP) / PL = (6.454.802 - 1.491.070) / 7.564.937 = 0,66

ICP 2020 = (ANC- RLP) / PL = (7.497.347 – 1.585.551) / 7.325.287 = 0,81

  1. Imobilização dos Recursos não correntes

Imobilização de Recursos não correntes = (ANC- RLP) / (PL + PNC)

IRNC 2019 = (ANC - RLP) / (PL + PNC) = (6.454.802 – 1.419.070)/(7.564.937 + 3.843.838) = 0,44

IRNC 2020 = (ANC - RLP) / (PL + PNC) = (7.497.347 – 1.585.551)/(11.512.179 + 3.459.364) = 0,39

  1. Passivo oneroso sobre ativo

Passivo oneroso sobre ativo = (PCF + PNC) / Ativo

POA 2019 = (PCF + PNC) / Ativo = (8.192 + 3.843.838) / 18.611.817 = 0,21

POA 2020 = (PCF + PNC) / Ativo = (1.666.243 + 3.459.364) / 22.296.830 = 0,23

Estrutura de Capital

2020

2019

EG

0,67

0,59

CE

0,77

0,65

ICP

0,81

0,66

IRNC

0,39

0,44

Posa

0,23

0,21

Seguem alguns comentários sobre a análise dos índices de estrutura de capital:

  1. Dos recursos investidos no ativo, há uma predominância pelo capital de terceiros sobre o capital próprio, tendo inclusive aumentado essa proporção do ano de 2019 para 2020. Em 2020, percebe-se que praticamente 2/3 dos valores do ativo são financiados por capital de terceiros, o que representa um aumento no grau de endividamento, risco a ser considerado pelas empresas concessoras de créditos à Magalu.
  2. Ainda, em relação à composição do endividamento, podemos perceber o aumento considerável (65% para 77%) do percentual correspondente ao passivo de curto prazo em relação à totalidade de recursos devidos a terceiros. Ou seja, a maior parte dos ativos da empresa são financiados por capital de terceiros com vencimento no curto prazo, fator que representa um risco considerável aos investidores.
  3. Pela imobilização do capital próprio podemos perceber que a empresa está imobilizando quase a totalidade do seu capital, o que é um fator ruim, pois faz com que a mesma dependa de capital de terceiros para a manutenção dos negócios. Pelo IRNC, em complemento, podemos perceber que a empresa conseguiu complementar os ativos de investimentos, imobilizado e intangível com recursos de terceiros de longo prazo.
  4. Percebemos em 2020 que 23% das aplicações efetuadas no ativo estão sendo financiadas por recursos onerosos de terceiros.

Cálculo da lucratividade

Lucratividade

2020

2019

Margem Bruta - MB

24,7%

27,2%

Margem Operacional - MO

2,7%

6,9%

Margem Líquida - ML

1,5%

5,0%

A lucratividade da empresa em cada um dos exercícios pode ser aferida através da sua DRE. Podemos perceber através destes índices que:

  1. Os produtos vendidos pela empresa Magalu possuem uma margem de lucratividade próxima de 25% do seu valor de venda. Essa margem decaiu do ano de 2019 para o ano de 2020, muito possivelmente por conta da elevação desproporcional de alguns dos insumos necessários à sua fabricação. Essa margem é considerada baixa, se tivermos em mente que ainda não foram contabilizadas as despesas administrativas e comerciais da empresa.
  2. A margem operacional, por sua vez, demonstra a lucratividade da empresa frente a toda sua operação. A lucratividade da operação, que já era baixa no ano de 2019, apresentou-se ainda mais baixa no ano de 2020, decaindo a 39% do ano anterior, e correspondendo a apenas 2,7% do volume de faturamento, o que demonstrou uma notável queda da eficiência do negócio.
  3. A margem líquida, por fim, demonstra aquilo que efetivamente foi gerado de resultado líquido para a empresa, podendo ser distribuído entre sócios e acionistas. Vemos novamente que houve uma queda grande do percentual correspondente à margem líquida, passando a representar apenas 1,5% da receita total da empresa, valor que corresponde a 30% da margem líquida do ano anterior. Mesmo que o faturamento da empresa tenha aumentado significativamente de 2019 para 2020, a queda da margem líquida resultou em um menor lucro em termos absolutos.

Cálculo da rentabilidade

  1. Giro do ativo

Giro do ativo = vendas líquidas / ativo total

GA 2019 = 18.491.861 / 18.611.817 = 0,99

GA 2020 = 26.130.544 / 22.296.830 = 1,17

  1. Rentabilidade do PL (ROE)

Rentabilidade do Patrimônio Líquido (ROE) = (Lucro líquido / PL) *100

ROE 2019 = (921.828 / 7.564.937) *100 = 12,2%

ROE 2020 = (391.709 / 7.325.287) *100 = 5,3%

  1. Rentabilidade dos Investimentos (ROI)

Rentabilidade dos investimentos (ROI) = (Lucro líquido / Total do Ativo) *100

ROI 2019 = (921.828 / 18.611.817) *100 = 5%

ROI 2020 = (391.709 / 22.296.830) *100 = 1,75%

  1. Prazo médio de compra

PMC = (fornecedores/montante de compras) x360

PMC 2019 = (5.413.546 / 17.155.739) x360 = 114 dias

PMC 2020 = (7.679.861 / 21.624.793) x360 = 127 dias

  1. Montante de compras

MC = Custo das mercadorias vendidas + estoque final – estoque inicial

MC 2019 = 13.464.405 + 3.509.334 = 17.155.739

MC 2020 = 19.672.090 + 5.459.037 – 3.509.334 = 21.624.793

  1. Prazo Médio de Estoques

PME = (estoques/custo da mercadoria vendida) x360

PME 2019 = (3.509.334 / 13.464.405) x360 = 94 dias

PME 2020 = (5.459.037 / 19.672.090) x360 = 100 dias

  1. Prazo Médio de Recebimentos

PMR = (cliente/receita operacional líquida) x360

PMR 2019 = (2.769.649 / 18.491.861) x360 = 54 dias

PMR 2020 = (3.460.711 / 26.130.544) x360 = 47 dias

  1. Ciclo Operacional

CO = PME + PMR

CO 2019 = 94 + 54 = 148 dias

CO 2020 = 100 + 47 = 147 dias

  1. Ciclo Financeiro

CF = CO – PMC

CF 2019 = 148 – 114 = 34 dias

CF 2020 = 147 – 127 = 20 dias

Rentabilidade

2020

2019

GA

1,17

0,99

ROE

5,3%

12,2%

ROI

1,75%

5%

PMC

127

114

PME

100

94

PMR

47

54

CO

147

148

CF

20

34

Da avaliação dos índices de estrutura de rentabilidade, podemos concluir que:

  1. O giro do ativo da empresa apresentou um crescimento de 2019 para 2020, posto que seu faturamento líquido ultrapassou o valor de ativos da empresa no período. Entretanto, este índice sempre deve ser avaliado com cautela, em conjunto com os demais índices de lucratividade e de estrutura de capital, posto que ele sozinho não significa que a empresa esteja gerando lucros, nem mesmo sendo solvente.
  2. O ROE da empresa apresentou um decréscimo significativo, de 12,2% para 5,3%, valor bem abaixo daquele esperado pelos acionistas em geral, o que pode trazer dificuldades futuras para que a empresa angarie novas fontes de crédito.
  3. O ROI, da mesma forma, também apresentou uma queda brusca, de 5% para apenas 1,75%, o que significa que os investimentos totais da empresa têm gerado pouca rentabilidade, e que demorarão muito para serem recuperados, caso permanecessem neste ritmo.
  4. O ciclo operacional da empresa permaneceu simular entre os dois anos, posto que o prazo médio de estoque aumentou em 6 dias, enquanto o prazo médio de compras decaiu em 6 dias. Já o ciclo financeiro acabou sofrendo um encurtamento de um ano pra outro, o que exige maiores investimentos em NCG para que a empresa não entre em um cenário de insolvência.

Conclusão sobre a situação econômica e financeira da empresa

De todo o exposto, podemos concluir que, apesar de a empresa Magalu ter apresentado um aumento expressivo do seu faturamento do ano de 2019 para o ano de 2020, os demais índices acabaram não acompanhando o seu crescimento. Isto se deu principalmente pelo aumento percentual dos custos de produção, com diminuição da margem bruta sobre os produtos, bem como do aumento expressivo das despesas operacionais e administrativas, o que acarretou numa redução significativa da sua margem operacional e, consequentemente, da sua margem líquida.

A partir disso, os demais índices de lucratividade e rentabilidade da empresa acabaram sofrendo uma queda, por tomarem como base o lucro efetivamente auferido, e não o seu faturamento de forma isolada. O ROE e o ROI da empresa apresentaram índices percentuais baixos, o que pode comprometer a obtenção de créditos frente a instituições financeiras e investidores, o que deve ser corrigido pela empresa no ano subsequente.

Referências bibliográficas

LIMEIRA, André Luís et. al. Gestão Contábil Financeira – 2ª Edição. Rio de janeiro: FGV, 2015.

        

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