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Resenha Filme Querô

Por:   •  24/8/2015  •  Resenha  •  1.136 Palavras (5 Páginas)  •  1.700 Visualizações

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FACULDADES DE DIREITO SANTO AGOSTINHO – FADISA

PSICOLOGIA JURÍDICA – 3º PERIODO DIREITO MATUTINO

RESÊNHA CRITICA: FILME QUERÔ

RESUMO: Esse trabalho objetiva o estabelecimento de um paralelo entre a obra do autor Carlos Cortez juntamente com os assuntos abordados em sala de aula e os capítulos 6 e 7 do livro Psicologia Jurídica – Fiorelli e Mangini, destacando os fatores “psico-sociais” que muitas vezes levam as crianças ou adolescentes a ingressarem na violência e conseqüentemente praticarem atos delituosos.

PALAVRAS CHAVES: Violência, Delinqüência, “Querô”, Desestrutura Familiar.

QUERÔ, UM OLHAR CRÍTICO A RESPEITO DO DESENVOLVIMENTO DA DELINQUÊNCIA E VIOLÊNCIA

A obra destaca o fato do garoto que cresce desamparado, na ausência de uma estrutura familiar, alimentando grande sentimento de fúria e mantém-se presente em locais que lhe provém modelos de violência e delinqüência, favorecendo seu condicionamento ao crime. Diante da escassez de suas opções, a escolha feita pelo menor é trágica: ele absorve o estigma que lhe foi imposto, cumprindo as más expectativas sociais e assim, assume o papel de “Querô”, o garoto delinqüente que se afasta da sociedade e exibe seu perfil criminoso, desistindo de ser “Jerônimo”. Decide tirar a vida do policial e, ao encontrá-lo em um prostíbulo, desfere um tiro contra ele, porém, também acaba sendo baleado e, assim, perde sua vida.

Geralmente o delinqüente ou o infrator advém de um ambientes que em via de regra são altamente coercitivos, nos quais sofre abandono e algum tipo de violência física
ou psicológica, esse foi basicamente o ambiente vivenciado pelo garoto Jerônimo durante toda sua vida. Por conta das agressões sofridas, ele acabou desenvolvendo uma relação um pouco estreita com o a sociedade, ele se isola e vive em um mundo próprio, esse comportamento é propicio para o desenvolvimento de praticas violentas, o que é considerado por Fiorelli e Mangini como um mecanismo de defesa inconsciente, que leva o individuo muitas vezes a um desenvolvimento de um comportamento agressivo como reação à frustrações sofridas pelo mesmo, pois a criança e adolescente aprendem o que é considerado mera agressividade ou violência com seus modelos: pais, colegas, escola, entre outros. A partir daí começam a repeti-los.

Estudiosos revelam que os adolescentes que sofreram maus tratos familiares quando crianças: sofrem mais episódios de violência na escola; vivenciam mais agressões na comunidade e transgridem mais as normas sociais. Em síntese, a violência contra crianças e adolescentes tem o “poder de prognóstico”, ou seja, a criança ou adolescente é tratada como objeto e no futuro acaba confirmando isso, vivenciando um menor apoio social, possuem alto estima baixa, tem uma representação de si mais depreciativas e uma capacidade mínima de resiliência, ou seja, não conseguem seguir em frente

É justamente essa situação que aborda o filme de Carlos Cortez, que expõe a história do menino Jerônimo, filho da prostituta Piedade. Após a morte de sua mãe, o garoto passa a ser criado por Violeta (cafetina do prostíbulo onde nasceu) e, recebe desta, além de severas e constantes agressões físicas, o apelido de “Querô” (alusão ao fato de Piedade ter falecido ao ingerir querosene), o que merece destaque na análise do filme, pois a violência praticada em particular contra crianças e adolescentes, constitui o embrião da violência social em caráter geral. As diretrizes familiares influenciam altamente o modo como o individuo se relacionará futuramente com o meio em que está inserido, inclusive no que envolve atos ilícitos.

Carlos Alberto di Franco, apud, Fiorelli e Mangini (2012) “sintetiza a importância da família como um dos fatores de relevante importância para a gênese da delinqüência... ‘a delinqüência é freqüentemente o epílogo da falência da família’”.  Porém além do lar, existem outros elementos que contribuem para a formação social do individuo, e geralmente a ausência dos pais deixam comprometidos os valores que poderiam ser transmitidos para esses filhos e muitas vezes esses espaços são preenchidos por fatores externos, então se de um lado, existe um individuo que está propenso a pratica delituosa do outro se encontra o individuo que é estimulado à delinqüência.

Assim, pouco depois de realizar um assalto a um turista na companhia de dois rapazes, Querô é apreendido pelo policial Sabará e é encaminhado para a FEBEM. Dentro da instituição, o garoto se vê, inicialmente, em confronto com o líder daqueles internos e, passa a ser alvo de ameaças até que, certa noite, é estuprado e ferido por outros menores. É evidente que essa situação de completa humilhação o transforma e o menino não se submete às ordens existentes no local, mantendo sempre uma expressão de profundo ódio. Em um desentendimento com um dos agentes, o menor se apodera de uma faca e, incentivado pelo grupo, com grande agressividade, esfaqueia o agente de nome Edgar. Os internos iniciam uma rebelião e conseguem fugir da instituição.

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