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Resenha do filme Tese sobre um Homicídio

Por:   •  7/6/2016  •  Resenha  •  1.363 Palavras (6 Páginas)  •  2.012 Visualizações

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Universidade Feevale

Éverton Jantsch

Taciana Zmijewski

Análise do Filme “Tese Sobre um Homicídio” dirigido por Hernán Goldfrid

Novo Hamburgo

2016

Éverton Jantsch

Taciana Zmijewski

Análise do Filme “Tese Sobre um Homicídio” dirigido por Hernán Goldfrid

Universidade Feevale

Instituto de Ciências Sociais Aplicadas

Direito

Hermenêutica Jurídica e Aplicação do Direito

Professor Henrique Alexander Grassi Keske

Novo Hamburgo

Abril 2016


ANÁLISE DO FILME “TESE SOBRE UM HOMICÍDIO” DIRIGIDO POR HERNÁN GOLDFRID

        O filme se passa no ano de 2013, é baseado em um livro literário escrito por Diego Paszkowski no ano de 1998. No filme, o principal personagem, Roberto Bermúdez (Ricardo Darín) é um respeitado e famoso jurista aposentado e que optou pela vida acadêmica. Ele acredita, fielmente, no sistema jurídico e em suas ferramentas, para ele o segredo de um julgamento justo está na análise dos pequenos detalhes e na atenção dedicada a eles, principalmente aqueles que podem ter passado despercebidos nas primeiras etapas da investigação.

        Gonzalo Ruiz (Alberto Ammann), o aluno, é o filho de um casal de amigos de Bermúdez, ele conheceu o professor quando ainda era um garoto em uma festa de aniversário, e desde então passou a admira-lo e a telo como referência, como se fosse seu pai. Ruiz voltou para Buenos Aires, após uma longa estadia em Portugal, para cursar a pós-graduação na qual Bermúdez leciona. A admiração demonstrada pelo jovem, no entanto, logo se transforma, dando lugar a um comportamento desafiador e competitivo. Gonzalo enxerga o judiciário de uma forma diferente do professor, para ele existem pesos e medidas variados e o que determina, em última instância, um veredito são as relações de poder existentes na sociedade na qual o juiz está inserido, o que indicaria que o importante não são somente as evidências, mas a forma com que aquele, em quem foi investido o poder de julgar, escolheu enxergá-las e avaliá-las. Ou seja, para Ruiz não existem teses e decisões completamente/absolutamente corretas.

        A trama começa a se desenrolar após o assassinato de uma jovem dentro do campus da faculdade, o corpo da garota foi encontrado no estacionamento da instituição e neste momento Bermúdez falava em sala de aula sobre a importância dos detalhes para um julgamento justo e preciso. Gonzalo escolhe o caso como tema para um trabalho acadêmico e isso, juntamente com outros fatos citados e demonstrados por seu aluno (a fragilidade de uma borboleta, a interpretação diferencia sobre quadros em uma galeria, ect), faz com que o professor comece a desconfiar de suas reais intenções, então, aí que vem a suspeita de que ele possa ter algum envolvimento com o crime, começa então uma investigação particular por parte do professor. Ele busca ligar as supostas pistas deixadas por seu aluno com o passado do mesmo.

        Mais do que descobrir a suposta verdade, Bermúdez luta consigo mesmo para provar suas crenças sobre o sistema judiciário que ele mesmo reluta a admitir, é falho como defende seu aluno. Nesta busca, a trama deixa o espectador em suspensão ao longo de toda a projeção, não ficando claro até seu final se a desconfiança do professor é fundamentada ou trata-se apenas de um desatino motivado pela confrontação inesperada com o aluno brilhante, ou seja, o roteiro dá jus ao nome da trama, tratando-se de tese.

        Cumpre salientar, que este filme resume bem os dois lados de uma investigação criminal: o lado objetivo, neste caso, o investigar primeiro faz a coleta de provas, independentemente para qual caminho elas apontem, é um processo objetivo, logo a dedução é evitada, ganhando força os elementos científicos. As evidências é que conduzem a investigação e, ao final, haverá a ponderação sobre qual tese possui mais corroboração probatória para apontar o criminoso; e o lado subjetivo que
neste caso, o investigar, logo após tomar conhecimento do fato e conhecer as circunstâncias do crime, por sua experiência, conhecimentos prévios e instinto deduz um resultado. As evidências agora não são coletadas de forma ampla. Aqui você já sabe o resultado final, ou seja, você acredita saber quem cometeu o delito, e agora apenas coleta as provas que ajudem a comprovar a sua linha de raciocínio. Ou seja, você supostamente tem o assassino, ou acredita ter, e agora precisa construir o conjunto de provas para comprovar isso. Essa é a finalidade da investigação, retratada no filme.

        Podemos verificar durante a o desenrolar da trama, que, no caso em tela a investigação toda é feita pelo professor, ou seja, pelo que nos parece ocorre uma ineficiência do processo penal, onde quem haveria de investigar o caso é a polícia, na oitiva de testemunhas e na busca de mais evidências para que assim seja descoberto a autoria do crime. Houve uma deficiência neste sentido, motivo pelo qual talvez o filme tenha um final aberto.

O lado objetivo é menos célere, pois aqui você não faz a escolha do caminho mais lógico, já que todos os elementos de prova devem ser investigados. Não há uma linha, mas sim várias, pois nada pode ser deixado para trás simplesmente por não ser crível. E quanto mais demora para se solucionar um crime, mais difícil se torna a comprovação e o segundo lado pode cair em armadilhas, pois se baseia na regra, no usual, no estereótipo ou em convicções pessoais do investigador. As vezes desconsidera provas que são essenciais (detalhes) para a solução do caso, e, até conscientemente ou inconscientemente, não as utiliza por não serem favoráveis ao resultado em que ele quer chegar. E aqui está o perigo, pois muitas vezes a vaidade faz com que o investigador se importe mais em provar do que realmente conhecer o culpado.

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