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OS ESTUDOS DA LINGUAGEM NA PRÉ-LINGUÍSTICA

Por:   •  31/5/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.654 Palavras (7 Páginas)  •  186 Visualizações

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INTRODUÇÂO

A língua é nossa principal forma de comunicação e interação, é através da linguagem que expressamos nossos desejos e sentimentos. Os estudos linguísticos foram á preocupação de diversos estudiosos que através das suas pesquisas tentavam elucidar as concepções e características da linguagem humana e animal. A linguística é área do conhecimento humano que se ocupa em explicar os fenômenos da comunicação e a diversidade da língua em sua modalidade escrita e oral. Através deste trabalho vamos entender a evolução dos estudos linguísticos e quais são as metodologias utilizadas para desenvolver a pesquisa em linguística.

1 ESTUDOS DA LINGUAGEM NA PRÉ-LINGUÍSTICA

Os estudos da linguagem antecedem o surgimento da linguística, diversos povos e culturas, sem pretensões científicas e acadêmicas, desenvolveram estudos que visavam à estruturação e planificação dos códigos linguísticos. Através da observação cotidiana, analisavam os sons da fala, e os classificavam.

Segundo Lyons (1979, p.22) existe registros, relacionados aos povos Hindus, que apontam para o desenvolvimento de estudos gramaticais por meio dos quais eles classificavam sua língua. Tal classificação era baseada na observação e registro da fala, sendo bem precisa e detalhada.

Durante a antiguidade clássica, os gregos se ocuparam de diversos ramos do conhecimento, no contexto da comunicação se preocupavam em estabelecer uma logica entre o pensamento e a palavra, esses estudos eram de natureza filosófica. Os filósofos se dedicaram a definir as relações entre a palavra e o seu significado (PETTER, 2003, p 7).

Lyons ( 1979, p. 14) explica que os romanos , através dos estudos gregos, desenvolveram os estudos normativos do Latim , tanto que observa-se diversas estruturas semelhantes entre o latim e o grego.

O latim, devido á influencia da igreja católica, foi á língua mais estudada e difundida na idade média. Com a reforma protestante, houve a tradução de diversos textos em latim para diversas línguas influenciando outras gramaticas (PETTER, 2003, p. 7).

O contato crescente entre culturas de diferentes linguagens ampliou os estudos da língua, o nascimento da Linguística moderna, no século XX, é possível devido aos métodos desenvolvidos no século anterior. Os estudos comparados das gramaticas evidencia à transformação das línguas com o tempo (PETTER, 2003, p. 8).

2 LINGUÍSTICA MODERNA

Em 1916, é publicado os estudos linguísticos de Ferdinand Saussure, com o objetivo de estabelecer um caráter cientifico para a linguística. Peter (2003, p. 13) ressalta que antes do século XX, os estudos linguísticos não era uma área de conhecimento autônoma, estava vinculada a outras ciências como: logica, filosofia, retórica, historia e critica literária.

Para Saussure (Apud, DALLIER, 2015, p 59), a língua “é um sistema de signos que exprimem ideias, e é comparável, por isso, á escrita, ao alfabeto dos surdos mudos, aos ritos simbólicos, ás formas de polidez, aos sistemas militares etc. Ela é apenas o principal desses sistemas”. Assim, entendendo que a língua é uma parte da linguagem e suas manifestações, Saussure definiu a língua como o objeto da linguística.

Lobato (1986), a linguística pode ser definida como estudo científico da linguagem verbal humana (oral e escrita) Busca responder, como ciência, no aspecto geral: “O que há nas línguas humanas que lhes atribui caráter único e as distingue dos demais sistemas de comunicação”. “Especificamente, busca responder:” O que as diferentes línguas têm em comum e o que as diferencia”.

Alguns estudiosos dedicaram-se aos estudos da linguística, a fonologia nos anos 30, a morfologia nos anos 40, sintaxe e semântica nos anos 50-60, privilegiando a língua em si mesma.

A partir dos anos 60, várias linhas de pesquisa na linguística passam a surgir: semântica, a pragmática, linguística textual/aplicada, sociolinguística, psicolinguística, análise do discurso, análise da conversação, semiótica.

Os estudiosos voltaram suas pesquisas para o uso e funcionalidades da língua e sua atividade discursiva e os fatores associados. Passa-se a falar em fatores socioculturais e seus contextos e a psicologia cognitiva, voltou-se os estudos sobre atenção, percepção, memória, funcionamento da mente ( Williams e Burden, 1997).

A partir destas novas pesquisas, o estudo do fenômeno linguístico passou a ser visto como algo mais amplo, Em decorrência dessa mudança de enfoque dos estudos da linguagem, práticas de uso da linguagem em situações específicas antes consideradas fora do escopo da Linguística passaram a interessar aos estudos linguísticos.

Marcuschi (2005, p. 152) comenta que a língua não é sequer uma estrutura; ela é estruturada simultaneamente em vários planos, tais como o fonológico, o sintático, o semântico e o cognitivo, que se organizam no processo de enunciação. A língua é um fenômeno cultural, histórico, social e cognitivo que varia ao longo do tempo e de acordo com os falantes: ela se manifesta no seu funcionamento.

Wiilian Labov , norte-americano , foi um dos principais divulgadores da sociolinguística, ela situava as relações entre sociedade e linguagem, voltava-se para a função social da linguagem e a influência da sociedade sobre a língua.

A finalidade da sociolinguística seria a demostrar a covariação sistemática das variações linguística e social, o objeto do estudo é a língua falada em seu contexto social, num contexto de interação entre as pessoas que compartilham as mesmas normas e seus usos linguísticos (ALKMIN, 2004, p. 28).

Cada língua apresenta particularidades, um modelo a ser utilizado por seu usuários, a norma padrão pode ser compreendida como um conjunto de orientações a ser seguido, e por muitos é considerada como o “correto” em se tratando de linguagem, entretanto existe uma diferença entre o uso da língua oral e escrita. Socialmente, existe uma divisão que considera numa ponta, a norma culta – norma padrão- e na outra ponta, a língua considerada não tão culta. Na realidade o que existe são variações da mesma língua que devem ser adequadas as necessidades sociais.

Bagno (2005, p 106) considera a norma padrão como molde a ser seguido, um ideal onde se produz as variações necessárias

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