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Resenha Adeus Lenin

Por:   •  14/6/2016  •  Resenha  •  1.661 Palavras (7 Páginas)  •  2.824 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS[pic 1]

CAMPUS DE TOCANTINÓPOLIS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS

RESENHA CRÍTICA DO FILME: “ADEUS, LENIN!

TOCANTINÓPOLIS - TO

        2016

WATILLA CIRQUEIRA LEITE[pic 2]

RESENHA CRÍTICA DO FILME: “ADEUS, LENIN!

Resenha apresentada à disciplina Ciência Política, sob orientação do Professor Dr. César Alessandro Sagrillo Figueiredo, para obtenção parcial da notas.

TOCANTINÓPOLIS - TO

        2016

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A presente resenha tem como principal objetivo apresentar ao leitor de forma sintetizada o processo de transformação político-econômico no mundo a partir de uma análise crítica do filme Adeus, Lenin, relacionando o mesmo com textos discutidos em sala de aula. Tentarei aqui fazer uma recapitulação do conteúdo estudado na disciplina Ciência Política no curso de Ciências Sociais, ministrada pelo Professor Dr. César Alessandro Sagrillo Figueiredo.

Adeus, Lenin é um filme Alemão de 2003, dirigido pelo cineasta Wolfgang Becker. O enredo do filme é centrado nos acontecimentos que envolvem a família Kerner e a situação política e econômica na Alemanha pós-guerra, mais precisamente entre 1978 a 1990, antes e depois da queda do muro de Berlim – que tinha sido construído na madrugada de 13 de agosto de 1961, dividindo a Alemanha em dois blocos político-econômico antagônicos: República Democrática da Alemanha ou Alemanha Oriental (RDA), dominada pelo regime socialista soviético e República Federal da Alemanha ou Alemanha Ocidental (RFA) sob o controle de países capitalistas.

O filme nos mostra importantes acontecimentos que marcaram o mundo com a introdução de novas ideologias. O que antes era uma “cortina de ferro” que dividia o mundo se concretizou (e se “concretou”) com a construção do muro que separa povos, e que mais tarde com o avanço do capitalismo e da nova ideologia que dominará o mundo, culminará com a queda do muro em 09 de novembro de 1989 reunificando a Alemanha dando início a guerra fria. Essa nova ideologia imposta e implantada na mente das pessoas de forma inconsciente causou um grande impacto na família Kerner. Alex é o filho mais novo de uma ferrenha socialista, que ainda pequeno, ver seu pai ir embora a busca desse novo ideal, dessa ideologia capitalista burguesa, deixando mulher e filhos para ir atrás do sonho vendido pelo capitalismo do ocidente, que implica em relações imaginárias entre indivíduos e sociedade, pois:

Na ideologia os homens expressam, com efeito, não as suas relações nas condições de existência, o que supõe ao mesmo tempo, relação real e relação “vivida imaginária” [...]. Na ideologia a relação real está inevitavelmente invertida na relação imaginária: relação que exprime mais uma vontade (conservadora, conformista, reformista ou revolucionária), mesmo uma esperança ou nostalgia que não descreve uma realidade.   (ALTHUSSER, apud VAISMAN, 2006, p. 255).

É com esse sentimento de nostalgia que não só o pai de Alex, mas tantos outros deixaram a Alemanha Oriental arriscando suas vidas e desatando laços com amigos e familiares que da mesma maneira não quiseram abrir mão de seus sonhos, permanecendo naquele território sob o olhar atento da burocracia e da ditadura soviética.

Ocorreu na história e também no filme, que as pessoas na RDA não podiam se manifestar democraticamente. Havia pouca liberdade de expressão, e quando as pessoas se expressavam por meio de manifestações populares, o estado se manifestava através do que Althusser chamou de Aparelhos de Repressão, que é quando as leis através da polícia são aplicadas de forma a repreender os cidadãos contrários ao regime imposto pelo estado. E foi justamente em uma dessas manifestações que a mãe de Alex o ver manifestando contra sua pátria socialista e é também nesse momento que a mesma sofre um ataque cardíaco que a deixa em coma por vários meses, poupando-a, dos acontecimentos que resultará na nova pátria alemã dominada pelo capitalismo.

Quando sua mãe acorda do coma, Alex é advertido pelo médico que ela não pode passar por fortes emoções, pois caso isso aconteça, sua vida pode ser findada por outro ataque cardíaco. Alex decide manter o segredo sobre a reunificação da Alemanha, e enquanto sua mãe permanece acamada acreditando em mentiras contadas a ela por ele e por seu amigo falsário através de falsos vídeos de “noticiários” e “tele-jornais” sobre o cenário político e econômico, a “verdadeira” mídia condicionava e manipulava as pessoas através dos meios de comunicação. Todos naquele momento estavam preocupados com a copa do mundo na qual a Alemanha foi campeã, contribuindo dessa maneira com a reunificação, sendo a copa do mundo, também, produto midiático do capitalismo, pois é a mídia um aparelho ideológico de estado e uma ferramenta que a elite burguesa usa para reproduzir sua lógica mantendo o controle das massas e promovendo o consumismo. E o filme destaca bem esse consumismo quando nos mostra os logos das grandes empresas capitalistas, deixando claro o processo de transformação que tornou o homem um escravo consumista. É como se o mundo dissesse “Adeus” a Lenin, “Adeus” a Marx, “Adeus” ao socialismo e “Olá” Coca-Cola, “Olá” Burger King, “Olá” tio Sam, “Olá” capitalismo.

Os produtos produzidos pelo capitalismo ocupam as prateleiras da nova RDA, esses produtos tornam-se o desejo das pessoas e até do próprio Alex que antes sonhava em ser um astronauta, mas que agora trabalhando na companhia de Atenas Parabólicas Leste-Oeste, esforça-se e dedica seu tempo para vender mais enriquecendo e realizando apenas o sonho do capitalista dono da empresa em que trabalha. É justamente nesse momento que percebemos a lógica de que:

 O trabalhador é tanto mais pobre quanto mais riqueza produz, quanto mais cresce sua produção em potência e em volume... A desvalorização do mundo humano cresce na razão direta da valorização do mundo das coisas. O trabalho não apenas produz mercadorias, produz também a si mesmo e ao operário como mercadoria, e justamente na proporção em que produz mercadorias em geral. (MARX, apud QUINTANEIRO; OLIVEIRA, 2002, P.25).

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