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A Organização do Espaço Geografico

Por:   •  28/12/2019  •  Relatório de pesquisa  •  1.611 Palavras (7 Páginas)  •  197 Visualizações

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Universidade  Estadual do Maranhão -UEMA

Núcleo de Tecnologia para a Educação – UEMANET

Pólo : Pinheiro        Curso: Licenciatura em Geografia

Disciplina : Organização do Espaço Geografico.

Tutor a distância : Erielson Miranda.

Acadêmica: Célia Maria Carneiro  código : 17GEOPI120

Paisagem e lugar: Feira Municipal de Mirinzal -MA:  Esgoto a céu aberto.

Conforme P. Claval (2004, p. 40), a sensibilidade com relação às paisagens é característica dos geógrafos, que, em contato com elas, são capazes de identificar os seus aspectos: formas, nuances, cores, regularidades, entre outros. Trata-se de um conceito que acompanha a história da Geografi a, transmutando-se ao longo do tempo, deixando de lado uma perspectiva estritamente material, tendo, gradualmente atribuída para si, a subjetividade, expressa na relação entre os sujeitos e a observação do entorno. A paisagem indica trajetórias, carregadas de ritmos, pulsos, cores, tempos, texturas e timbres. Nessa via, E. Dardel (1990 [1952]) sugere ser a paisagem uma convergência, um momento vivido, uma ligação enredada em possibilidades.

No Século XIX, a atenção à diversidade das paisagens implica que seus observadores a desvelem. Ainda naquele período, difunde-se a ideia de que a análise da paisagem fundar-se-ia em uma síntese, decorrente de múltiplos pontos de vista (olhar de longe, de perto, de lado...), algo distinto do realizado pelos pintores.

...É da aplicação da ideia de interface associada à sistemática reorganização e combinação dos pontos de vista que decorre a intensificação da cartografia da paisagem. A esse termo, inovações técnicas no que tange ao processo de mapeamento, implicam na “passagem para a visão vertical” da paisagem (P. CLAVAL, 2004, p. 25) expressa, entre outros, em fotografias aéreas, planos cadastrais e plantas. Tal perspectiva vertical, mostra-se um elemento de extrema importância para a análise da configuração territorial expressa na paisagem.

Uma das entradas possíveis para operacionalizar o conceito de lugar, passa pelo estudo das densidades técnica, informacional e comunicacional que, segundo a proposta de M. Santos (1997, p. 257), são categorias definidoras dos lugares, facilmente identificáveis na realidade empírica. Desse modo, procuramos ir de encontro à discussão a respeito das possibilidades de avolumar a circulação de informações lugarizadas, ascendentes, pois irrompendo a partir dos lugares e de seus sujeitos, na cidade contemporânea.

Por meio da Geografia humanista, as noções de lugar e paisagem passaram a ser entendidas enquanto entradas para a investigação do mundo vivido. Conforme M. Le Bossé (2004 [1999]), na perspectiva humanista, o lugar pressupõe uma ligação emocional, um foco identitário, que vai desde o espaço cotidiano (home-casa) até o território do coletivo nacional (homeland). Tratar-se-ia do lugar, a um só tempo, como localização e como situação, tentativa de pensar a relação entre escalas espaciais, menos como uma relação dicotômica do que como um “continuum”, como propõe M. Le Bossé (2004 [1999]).

Analisando esses conceitos de Paisagem e lugar, é que cheguei ao meu objeto de estudo, a problemática  falta de saneamento Básico na Feira Municipal de Mirinzal -MA, especificamente sobre o esgoto a céu aberto.

A Cidade de Mirinzal, está inserida na mesorregião Norte maranhense, na microrregião Litoral Ocidental Maranhense, compreendendo uma área de 688 km². Além disso, o município possui uma população de aproximadamente 14.213 habitantes e uma densidade demográfica de 20,66 habitantes/km², segundo dados do IBGE (2010). Limita-se ao Norte com os municípios de Cururupu e Porto Rico do Maranhão; ao Sul com Central do Maranhão e Pinheiro; a Leste com Cedral e Guimarães a Oeste com Serrano do Maranhão (Google Maps, 2011).

 A lei nº. 11.445/2007 estabelece a elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico como instrumento de planejamento para a prestação dos serviços públicos. O saneamento básico trata dos problemas relativos ao abastecimento de água, à coleta e disposição dos esgotos sanitários, ao controle da poluição causada por esses esgotos, à drenagem urbana (águas pluviais) e ao acondicionamento, coleta, transporte e destino final dos resíduos sólidos

Pesquisa divulgada pelo IBGE mostrou que, em 2017, apenas 41,5% dos municípios brasileiros afirmaram possuir Plano Municipal de Saneamento Básico. Em relação à Política Municipal de Saneamento Básico, 38,2% dos municípios brasileiros informaram ter concluído ações nesse sentido. Essa é uma situação muito preocupante, pois no ano passado 34,7% dos municípios relataram a ocorrência de endemias ou epidemias de doenças ligadas à falta de saneamento básico. A dengue foi a doença mais citada, com 26,9% relatando ocorrências. 

A falta de saneamento em uma comunidade traz uma série de problemas e consequências graves. A falta de canalização e de tratamento de esgotos leva a população a conviver com seus próprios excrementos em condições precárias de saúde, o que acarreta diversas doenças, algumas que podem inclusive levar a morte, especialmente crianças e idosos. O saneamento é importante como condição de cidadania para os indivíduos, e este é um direito constitucional de todo brasileiro. A importância do saneamento se reflete nas condições ambientais, pois o esgoto não tratado é despejado diretamente nas reservas de água, causando a poluição da água, assim como o lixo que não é coletado e devidamente destinado acaba por poluir o solo, causando a degradação ambiental. Com isso acaba ocorrendo várias doenças infecciosas relacionada com o esgoto. São causadas por patogênicos (vírus, bactérias, protozoários e helmintos) existentes em excretas humanas, normalmente nas fezes.

  • Contato de pessoas a pessoa: Poliomielite, hepatite
  • A ingestão de alimentos e água contaminada com material fecal: salmonelose, cólera, febre tifoide, etc.
  • penetração de alimentos existentes no solo através da sola dos pés: áscaris lumbricoides, ancilostomíase (amarelão), etc.
  • Ingestão de carne de boi e porco contaminada. Ex.: Taeníase
  • Transmissão através de insetos vetores que se reproduzem em locais onde há fezes expostas ou águas altamente poluídas (tanques sépticos, latrinas, etc.) Ex.: filariose, causada por vermes nematóides do gênero Filária que se desenvolvem no organismo dos mosquitos transmissores que pertencem ao gênero Culex. Estes mosquitos se reproduzem em águas poluídas, lagos e mangues. A presença desses mosquitos está associada a falta de sistemas de drenagem e a carência de disposição adequada dos esgotos.

Medidas de Controle:

  • Escolhas de métodos adequados para coleta, tratamento, disposição final e Reutilização (irrigação) dos efluentes
  •  Disposição de sanitários nas habitações.
  •  Identificação e controle dos locais de multiplicação de insetos vetores relacionados com excretas.
  • Fornecimento de água em quantidades e qualidade adequada para a população
  • Inspeção dos alimentos.

As feiras municipais são lugares onde tem um grande fluxos de pessoas todos os dias, tanto feirantes com consumidores locais e de visitantes, e todos estão muito suscetíveis a contaminação devido à falta de conhecimentos básicos de como se deve manipular os alimentos por parte dos feirantes e dos próprios consumidores,  podendo acarretar problemas de saúde para a população e também  pela falta de saneamento básico.

A partir da observação, percebi possíveis focos de contaminação existentes no local e, principalmente a ausência de saneamento básico no lugar– o esgoto é “a céu aberto” e escorre ao lado das bancas de peixes – e também a circulação de animais e insetos dentro da feira, fato constante durante a observação; outra comprovação feita durante o exame do local foi que o lixo orgânico – restos de animais, peixes e vegetais,  – produzido durante a realização da feira é jogado nas valetas que escorrem para a rua o que causa o aparecimento de animais e insetos e aves, como o urubu.

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