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RESUMO DO DOCUMENTÁRIO: LÉVI-STRAUSS

Por:   •  13/9/2021  •  Resenha  •  1.450 Palavras (6 Páginas)  •  342 Visualizações

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RESUMO DO DOCUMENTÁRIO: LÉVI-STRAUSS – SAUDADES DO BRASIL

  • O documentário se inicia com uma citação de Lévi-Strauss

Odeio viagens e exploradores. No entanto, vou relatar minhas expedições. Demorei muito para aceitar a ideia: deixei o Brasil há 15 anos. Pretendi, várias vezes, começar este livro. Mas uma espécie de vergonhas, de repugnância sempre me deteve. As circunstâncias têm muito a ver com minha vida particular. Foi um período conturbado no plano pessoal e profissional. Àquela altura, tinha amargado fracassos. Achava que nunca iria ter uma carreira, que tinha caído no isolamento.

  • Comentário de Jean Malaurie (editor):

Strauss escreve, então, sua obra “Tristes trópicos”. Como um escritor disse “Eis o que vi, eis o que sou”

A aventura não faz parte da profissão do etnógrafo. Não passa de obrigação que atrasa o trabalho eficaz: semanas e meses gastos no caminho, horas parado enquanto um informante se esquiva, fome e cansaço, às vezes doenças. [...] A vida perigosa na mata virgem é uma imitação do serviço militar.

  • Comentário de Strauss:

Malaurie estava fundando a coleção “Terre humaine” e pediu que fornecesse um livro. [...] A Sra. fala da organização desse livro. Eu o concebi um pouco como uma ópera. Têm árias, recitativos, partes explicativas. Outras procuram comover o leitor.

  • Comentário de Malaurie:

[Strauss] envolveu-se tanto que escreveu um livro muito subjetivo, embora seja o pai do estruturalismo, apegado à objetividade. Foi um encontro entre dois homens.

  • Comentário de Strauss:

Ao voltar do Brasil em 1939, pensei em escrever um romance. Mas em 1935, na primeira viagem, no navio que nos levava ao Brasil, um cargueiro que demorava 19 dias, com muitas escalas, tinha-me obrigado a descrever exatamente um dos crepúsculos contemplados do convés. Quando escrevi Tristes trópicos recoloquei o texto na sua origem. Situei-o no navio em que o escrevera em 1935.

  • Comentário de Roberto C. Oliveira (antropólogo):

Lévi-Strauss, com esse livro, antecipa muito do que a chamada  Antropologia Pós-Moderna tenta fazer hoje: transformar o pesquisador numa pessoa de carne e osso manifestada na própria obra, onde ele aparece no centro do seu discurso. Além do mais, revela um grande escritor que, por conta deste livro, deu entrada na academia francesa e alcançou reconhecimento nacional e internacional.

  • Comentário de Caetano Veloso:

Em 1967, inicia-se no Brasil o movimento conhecido como Tropicalismo. Através de um amigo cineasta, Veloso descobre o trabalho de Strauss.

  • Comentário de Malaurie:

A elevação, a abordagem intelectual, a dimensão filosófica por ele conferida ao discurso sobre o curso das civilizações fizeram com que essa abordagem fosse capital para entendermos nosso drama da modernização: o desaparecimento de pensamentos outrora ditos primitivos, arcaicos, que Lévi-Strauss, em sua abordagem filosófica, intelectual, revelou serem excepcionalmente complexos.

  • Comentário de Strauss:

Ao começar os estudos de Filosofia, tinha vagas convicções de monismo racionalista, que pretendia justificar e reforçar.

  • Comentário de Malaurie:

Temos que lembrar o que era o meio acadêmico. [...] toda verdade deve ser distanciada, mensurada. Não pode jamais ser sensível. Não deve haver discurso pessoal, pois não seria científico.

  • Eduardo V. de Castro (antropólogo):

A quantidade de clichês que se diz sobre o pensamento de Strauss é muito grande, uma delas é que o pensamento de Strauss é frio, abstrato, um pensador lógico, que privilegiou o aspecto lógico. Em verdade, Strauss foi um dos pensadores que mais escreveu sobre a Arte, sobre a dimensão sensível da experiência.

  • Comentário de Strauss:

O que me influenciou profundamente são os dados do mundo sensível, aquilo que se pode ver, ouvir, tocar.

[...]

Ainda no segundo grau, o pai de um amigo sugeriu que eu lesse as primeiras  obras de Freud, recém-traduzidas. Isso me marcou profundamente, não pelos aspectos terapêuticos da psicanálise, mas pela filosofia que dela emanava. Entendi que o que parece absurdo e incoerente na natureza humana pode ter uma racionalidade muito profunda

  • Comentário de Isac Chiva (antropólogo):

Strauss mostrou que o espírito humano, de forma consciente e mais ainda inconsciente, funciona segundo regras muito precisas, gramaticais, geométricas. Tudo pode, de certa forma, ser decodificado. Há no inconsciente humano regras, uma escrita, uma maneira de formular as coisas que podemos decifrar.

  • Comentário de Castro:

Lévi-Strauss foi, literalmente, companheiro de viagem de surrealistas. Muita da sua experiência e relação com a Arte é mediatizada por essa convivência, visto que muitos dos surrealistas eram fascinados pela arte primitiva. Tanto os discursos do estruturalismo quanto do surrealismo dão uma enorme importância ao inconsciente. Certamente não se trata do mesmo inconsciente, mas certamente tão pouco é uma coincidência. Essa noção desempenha um papel tão importante nesses dois pensamentos.

  • Comentário de Strauss:

Mais ou menos com 17 anos, fui iniciado no marxismo por um jovem socialista belga. A leitura de Marx me encantou: pela primeira vez, entrava em contato com a corrente filosófica que vai de Kant à Hegel. Poucas vezes tentei resolver um problema de sociologia ou etnologia sem, antes, avivar minha reflexão lendo algumas páginas de O 18 Brumário de Louis Bonaparte ou de A crítica da Economia Política. Quando adolescente muito interessado pela política e influenciado por um jovem socialista belga, comecei a ler Marx. Encontrei ali, num outro plano, algo paralelo ao que descobrira em Freud: a consciência sempre se engana a si mesma.

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