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Multiletramentos e o Second Space no Ensino Aprendizagem de PLAc

Por:   •  7/10/2021  •  Resenha  •  1.213 Palavras (5 Páginas)  •  207 Visualizações

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CURSINO, Carla; RUANO, Bruna P. “Multiletramentos e o second space no ensino-aprendizagem de PLAc: da teoria à prática”. In: FERREIRA, Luciene Corrêa... [et al.], (Org.). Língua de acolhimento: experiências no Brasil e no mundo. Belo Horizonte: Mosaico Produção Editorial, 2019, p. 41-62.

        

                    Iniciando pelo tópico ‘Letramento e multiletramentos”, Cursino e Ruano explicam que As salas de aula do PBMIH são compostas, em sua maioria, por alunos provenientes de práticas educativas e culturais bastante diferentes das do contexto curitibano no qual foram inseridos pelo fluxo migratório. O PBMIH recebe alunos do Haiti e de muitos outros países da América Latina, da África e da Ásia com práticas de letramento bastante distintas das adotadas pela sociedade que os acolhe.

                    As autoras citam que por meio dos estudos do grupo de pesquisa Multiletramentos em PLE, eles encontraram embasamento teórico que passaram a nortear as atividades dentro e fora de sala de aula do PBMIH, como a de Rojo (2009) e Buors e Lentz (2009), e que para colocar esta teoria em prática, é preciso que a sala de aula, e muitos espaços além dela, sejam ambientes diferentes daqueles encontrados nos cursos regulares de língua estrangeira. Todos eles devem ser acolhedores, de modo a permitir que professores e alunos leiam, se leiam e leiam o mundo.

            Cursino e Ruano refletiram sobre a importância de se partir do contexto dos alunos para

pensar nos multiletramentos na aprendizagem desse público-alvo tomando como base a história e a cultura desses sujeitos e de seus respectivos países, utilizaram então estudos do autor Gerald Campano (2007) tragos em seu livro “Immigrant students and literacy - reading, writing, andremembering”, que fazem parte de um recorte de suas próprias experiências como professor. Campano (2007) baseia-se no contexto de pesquisa e interação com comunidades de diáspora e o seu principal objetivo é explorar o papel das narrativas dos migrantes em sala de aula, reconciliando tensões entre abordagens tradicionais e abordagens mais reflexivas.

            As autoras citam que Campano (2007) defende fortemente para o trabalho com migrantes e refugiados a criação de um “espaço pedagógico alternativo” ou como ele mesmo denomina uma “segunda sala de aula”/ um “segundo espaço”. Elas explicam, citando o próprio Campano (2007) que esse espaço é também ideológico e “se desenvolve organicamente, seguindo as falas, interesses, desejos, formas de expressão cultural e, principalmente, histórias dos estudantes”. E assim, esse novo ambiente deve ir além da sala de aula – deve incluir a casa e a comunidade. Nessa perspectiva, elas uniram os conceitos propostos por Rojo (2009) e Campano (2007) para proporcionar oportunidades de trabalhar atividades em que as habilidades

de multiletramentos possam ser desenvolvidas.

            Na próxima seção as autoras utilizam exemplos práticos de algumas atividades desenvolvidas dentro do projeto Português Brasileiro para Migração Humanitária (PBMIH). Em parceria com a Psicologia da UFPR, o programa vem trabalhando na “construção e o desenvolvimento de um conjunto de atividades que proporcionem a escuta aos migrantes e um trabalho no sentido de que estes subjetivem sua condição de migrantes e estrangeiros no Brasil”, ao qual as autoras afirmam que quanto ao ensino-aprendizagem de PLAc, é notável que os espaços de escuta propiciados pela Psicologia ajudam o aluno a melhor se situar culturalmente

na nova sociedade e dão a ele acolhimento e confiança que serão levados para a sala de aula.

            Cursino e Ruano cita o método Tandem que trata-se de uma ferramenta utilizada no ensino-aprendizado de línguas estrangeiras em que duas pessoas de línguas maternas distintas participam de encontros regulares para trocas linguísticas e culturais, e possui três bases de sustentação: a autonomia, a reciprocidade e a divisão entre as línguas, explica que a partir de 2013 o projeto Tandem-Celin foi reformulado e passou então a se chamar Núcleo Tandem Celin. Nessa nova reestruturação, além das parcerias relativas ao método em si, o Núcleo passou a exercer outras atividades associadas aos cursos regulares de Português como Língua Estrangeira (PLE) do Centro de Línguas e a trabalhar mais fortemente com os estrangeiros da UFPR. Nesse mesmo ano, surge o projeto PBMIH e rapidamente deu-se início a um trabalho conjunto entre o PBMIH e o Núcleo Tandem. As autoras afirmam que a partir dos depoimentos coletados fica claro o poder da prática Tandem nesse contexto específico de ensino-aprendizagem. Além disso, é possível verificar a potencialidade de se utilizar do método como um second space tal como proposto por Campano (2007).

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