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A ESCOLA E O PODER

Por:   •  9/8/2016  •  Artigo  •  2.883 Palavras (12 Páginas)  •  324 Visualizações

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A ESCOLA E O PODER

                       PROFESSOR – ORIENTADOR:                                          

                             MESTRANDO: BRÁS LIMA FREIRE

OUTUBRO DE 2015

SALVADOR - BA

RESUMO:

A escola antes de ser um local nobre, onde se semeia o conhecimento, as aptidões, e os sonhos da humanidade, também é um lugar de lutas e de contradições.    Notadamente ali, não somente o aprendizado e a cultura são disseminados, outros valores diametralmente opostos, muitas vezes se sobrepõem àqueles, e sorrateiros e silenciosos, escondem-se por detrás do manto sereno e nobre do conhecimento, da sabedoria e da arte de ensinar.    Não permite que as pessoas enxerguem os seus verdadeiros propósitos, alimentam-se da ingenuidade dos que buscam o crescimento do seu espírito, ao beber na fonte do saber, do conhecimento e da cultura, que na sua essência é verdadeiramente pura como a gota do orvalho.      A escola merecedora da luz, guarda no seu âmago a escuridão, o capricho de alguns que por vil escolha prefere mergulhar sublime propósito, em anseios perversos e cruéis, transformando este que seria um local nobre e com propósitos definidos, em um local de guerra.     Opressor e oprimido aqui não deveriam existir, senão em livros, contos e histórias para o deleite do aprender, mas a liberdade haverá um dia triunfar, oprimida e cambaleante, nunca morta, sempre será um objetivo a se buscar, nunca será esquecida, sempre perseguida, a humanidade precisa da luz, da prosperidade, de uma vida digna, e o conhecimento, fruto do empenho coletivo da humanidade deverá ser perpetuado sendo passado para as novas gerações, com pureza, sem mácula e sem a prepotência dos que impõe, dos que buscam em todos os meios a dominação do homem, agindo com desfaçatez, impondo o seu querer, com o propósito de alienar.   O poder sempre existiu difícil defini-lo, pois, está liquefeito, seus tentáculos alcançam as mais nobres instituições, se infiltra na vida de cada pessoa, subjugando-a, invertendo valores, deixa-nos acreditar que é necessário, útil, porém é verdadeiramente danoso e ruim para a humanidade.

Palavras chave: Escola, Conhecimento, Poder, Opressor, Oprimido.

INTRODUÇÃO:

A inversão dos verdadeiros propósitos da escola começa quando ela sucumbe perante as autoridades externas, que dita mercados de trabalho e condiciona a educação a estes valores.   Em uma retrospectiva na história, no ano de 1875, na Universidade de Berlim, foi nomeado para a cadeira professoral de economia, sem consulta à respectiva universidade, o Sr. Ludwig Bernhard, esta nomeação feita pelo Ministério de Educação da Prússia, feriu a tradição daquela instituição que instituía a nomeação baseada na elaboração de uma lista de indicações que depois passava pela apreciação do referido ministério, que era o detentor do poder oficial de nomeação.   No caso em tela, a indicação foi feita pelo próprio membro do ministério, e foi motivo de argumentações do filósofo Max Weber, esta imposição do poder do Estado, e a aceitação desta imposição pelos membros dirigentes da Universidade de Berlim, denota a submissão dos homens de ciência perante a imposição do poder estatal.         A intromissão dos detentores do poder são feitas por diversas formas, através de vantagens financeiras e sociais que beneficiam a quem cede, ante o apelo daqueles, caberia à escola refletir sobre seu destino, sua gestão, e também sobre os saberes que direciona, pois há conhecimento que são inúteis, pertencentes ao universo exterior escolar, como também há conhecimentos, saberes que são úteis, concernentes à vida em sociedade.     A escola deverá saber distinguir um do outro, para manter-se atualizada e em conexão com a realidade vivida naquele momento histórico.        Também é importante as práticas educativas realizadas na escola, a intencionalidade real das suas ações, importante que estas práticas coloque o discente como um agente transformador, que além dos saberes que se agreguem, seja trabalhado a sua consciência crítica, seu espírito inovador a sua criatividade.

DESEMVOLVIMENTO:

O poder esta em todo lugar, disperso, às vezes confuso, mas absolutamente astuto, se insere em todos os contextos, se amolda com as mais variadas situações e lugares, sobrevive quando as suas forças parecem se esgotar, e macula com seu veneno a alma dos homens, despertando assim a mais vil das suas aspirações: a dominação.  

O que faz com que o poder se mantenha e que seja aceito é simplesmente que ele não pesa só como uma força que diz não, mas que de fato ele permeia, produz coisas, induz ao prazer, forma saber, produz discurso. Deve-se considerá-lo como uma rede produtiva que atravessa todo o corpo social muito mais do que uma instância negativa que tem por função reprimir. (MICHEL FOUCAULT, 1990, p.8)

 

As relações dos personagens no âmbito escolar permeia a todos, professores, alunos, funcionários, diretores, orientadores, reproduzem a rede de relações de poder que existe na sociedade, a escola é o espaço onde o poder disciplinar produz saber.      No século XIX com a instituição disciplinar, que consiste na utilização de métodos que permitem um controle minucioso do corpo através de exercício de utilização do tempo, espaço, movimento, gestos e atitudes, com uma finalidade: produzir corpos submissos, exercitados e dóceis, para impor uma relação de docilidade e utilidade.         Ser observado, é um meio de controle, de dominação, um método para documentar individualidades.    Os efeitos do poder se multiplicam na escola, com a acumulação de conhecimentos a partir da entrada das pessoas no campo do saber.    Conhece-se a alma, a individualidade, a consciência e o comportamento dos discentes, tornando-se assim possível a existência da psicologia da criança e a psicopedagoga.    Formam-se a partir de práticas políticas disciplinares, baseadas na vigilância, mantendo o alunos, o olhar permanente, registrando, contabilizando todas as observações e anotações, através de boletins individuais de avaliação, percebendo assim aptidões, e classificações rigorosas.    A prática do ensino reduz-se a vigilância, não sendo mais necessário o uso da força para obrigar o aluno a ser aplicado.   Necessário que o aluno saiba que esta sendo vigiado, assim como um detento que esta cumprindo uma pena por um crime que cometeu.    Práticas com a intenção de marcar, salientar os desvios, caracterizando alunos tidos como problemáticos, ao dividir os alunos e os saberes em séries e graus, salienta as diferenças, recompensando os que se sujeitam aos ditames impostos pelo sistema escolar.     A escola é um centro de discriminação, reforça tendências existentes no mundo exterior, há uma vigilância constante, as punições escolares não servem para recuperar o aluno, mas marcá-lo diferenciando-o dos tidos como normais.    Assim a escola é um observatório político, um aparelho de controle perpétuo, é a estrutura escolar que possibilita o poder de punir, e que passa a ser tido como natural, os alunos aceitam passivamente esta condição.       Por sua vez o professor é submetido a uma hierarquia administrativa e pedagógica que o controla, quando demonstra qualidades é cooptado pela burocracia educacional, com o fim de realizara política do estado, portanto da classe dominante, sendo assim fortalecidos os órgãos educacionais: Secretaria de Educação ou Ministérios da Educação, com o propósito de enfraquecer a unidade escolar básica.   Quando na escola, o professor julga o aluno, mediante uma nota, ou participa do conselho de classe, definindo o destino dos alunos, esta desempenhando um papel do estado que exclui àquele que não interessa ao sistema, com o propósito que ele se adéqüe, cedendo assim às aspirações do poder dominante.  

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