A FACILITAÇÃO / FACILITADOR

FACILITAÇÃO / FACILITADOR

Ao falar sobre facilitação, precisamos abordar Carl Rogers, especialmente quando ele considera que o enfoque deve estar predominantemente no sujeito. "O ensino centrado no aluno" é derivado da teoria “Rogeriana” sobre personalidade e conduta e tem como foco o desenvolvimento do indivíduo, seus processos de construção e organização pessoal da realidade.

O facilitador é um elemento eqüidistante, que se envolve com todos os membros do grupo, desempenhando tal função para que o grupo tome impulso inicial. Depois vai se tornando um dos membros do grupo, atuando como incentivador dos outros. Colocando-se na mesma posição dos demais, faz com que os outros venham a se conhecerem mutuamente e se torna um membro igual a todos.

Facilitação é, portanto, o processo de conduzir um grupo na aprendizagem ou na mudança, incentivando todos os membros a participarem. Esta abordagem parte do pressuposto de que cada pessoa possui algo único e valioso para compartilhar, possui bagagem.

O papel do facilitador é extrair o conhecimento e as idéias dos diferentes membros de um grupo e procurar incentivá-los a aprenderem uns com os outros, a pensarem e a agirem juntos, cada qual, contudo, preservando a sua individualidade.

No ensino tradicional as informações são compartilhadas em uma só direção: do professor para o aluno. A facilitação consiste em compartilhar as informações em várias direções: entre o facilitador e o grupo e entre os membros do grupo.

O educador Paulo Freire, pregava o ensino libertador, qual seja, ao invés de dar as respostas aos alunos o ensino deve visar uma maior conscientização, para que eles sejam capazes de identificar os problemas, suas causas e encontrar soluções para eles.

O papel do facilitador é ajudar o grupo ao longo deste processo, fazendo perguntas que incentivem novas formas de pensar a situação e de analisá-la. Deve haver um equilíbrio entre oferecer idéias para guiar o grupo, escutar e questionar pacientemente.

Cada pessoa tem o seu próprio ponto de vista e conhecimentos valiosos para serem compartilhados. Sem a contribuição delas, a habilidade do grupo de compreender ou responder a uma situação é diminuída.

O papel do facilitador é extrair os conhecimentos e idéias dos diferentes membros de um grupo. Ele pode ajudá-los a aprender uns com os outros, pensar e agir de forma individual e coletiva, conforme a circunstância o exija.

A relação entre o facilitador e um grupo de adultos consiste no incentivo e no envolvimento, estimulando a discussão em grupo.

Ensino tradicional: Professor / Aluno

Ensino participativo: Facilitador / Aprendiz

COMPETÊNCIAS DO FACILITADOR

É desejável que o facilitador possua ou desenvolva algumas características pessoais, indispensáveis para incentivar os membros do grupo a participarem, entre as quais se destacam:  

• Humildade, para não sucumbir à sedução do poder de que se acha investido temporariamente;  
• Generosidade, para poder efetivamente compartilhar com os membros do grupo;
• Paciência, para aceitar o ritmo de cada indivíduo, sua disposição cooperativa ou resistência ao processo;
• Compreensão, notadamente das reações do outro, exercendo a empatia;
• Aceitação, dos limites do processo, do próprio facilitador e do grupo envolvido; e
• Capacidade de incentivo, tanto no curso do processo de aprendizagem, quanto para incutir a necessidade do auto-desenvolvimento posterior.

Referidas características deveriam ser natas em qualquer ser humano, o que não afasta, contudo, o dever de buscar sempre desenvolvê-las.

O facilitador também precisa de várias habilidades e terá de usar uma variedade de técnicas para incentivar os membros do grupo a participarem de discussões ou atividades e ajudá-los a aplicar o que aprenderam.

Algumas habilidades necessárias a um facilitador:

1. Conhecer a dinâmica do processo de trabalho em equipe e ser experiente no uso de técnicas, para manter o grupo focado na tarefa, encorajar o pensamento criativo, construir o consenso e manter todos os membros da equipe engajados.

2. Ser hábil em criar e manter um ambiente seguro, aberto e cooperativo para todos os membros do grupo. Saber reconhecer e lidar com comportamentos desagregadores.

3. Saber ouvir e observar. Estar atentos às nuances, conteúdos, linguagem corporal e outros feedbacks, enfim, atentar para tudo o que possa impactar o grupo.

4. Conduzir o processamento de forma objetiva, sem ser impositivo, para que os fins almejados e estabelecidos sejam alcançados.

O facilitador é essencial no Método Participativo, no qual o principal objetivo é participação efetiva do aprendiz, uma vez que o mesmo deve assumir responsabilidade maior pelo seu próprio processo de aprendizagem.

No método participativo as seguintes etapas são de importância capital para o aprendizado:

• O problema é colocado diante do aprendiz
• O aprendiz é levado a usar sua bagagem e capacidade intelectual para entender e buscar a resolução do problema
• O aprendiz é estimulado a interagir, buscar informações e formular hipóteses
• A partir daí o aprendiz formula conclusões, concilia-as com o aporte teórico e as aplica na vida real, tudo sendo aprimorado, estimulado e enriquecido pelo facilitador.

Neste processo antes de receber conteúdos generalistas e teóricos, o aprendiz deve lidar com o problema básico que gerou a realização de estudos e a elaboração de teorias cientificas. Após, deve avaliar e refletir sobre o prisma individual e particular, utilizando sua própria bagagem de experiências, para compreender o assunto e assim transformar o conhecimento em algo pragmático, tornando-o efetivamente aplicável.

A utilização de métodos mais participativos evidenciou a necessidade de definir características do papel do facilitador no desenvolvimento do processo.

O DESEMPENHO DO FACILITADOR NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM.

É importante ressaltar que o facilitador deve ser um profissional capaz de desenvolver mecanismos que lhe permitam estar continuamente atualizado em relação às tendências do mercado e capacitado para atender às necessidades do grupo.

O sucesso do facilitador é proporcional à sua capacidade de avaliar os diferentes cenários e de antecipar-se diante das situações.