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A FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO: CURRÍCULO PARA EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA

Por:   •  15/5/2019  •  Artigo  •  2.948 Palavras (12 Páginas)  •  256 Visualizações

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A FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO: CURRÍCULO PARA EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA

GOULART JÚNIOR, Ademar Pires[1].

KUHLKAMP, Moacir Cesar[2].

Resumo.

O trabalho apresentado faz parte de uma primeira avaliação do currículo da disciplina de Filosofia. Com base na observação de diferentes propostas pedagógicas e didáticas de escolas de Ensino Médio, observa-se uma diversidade muito grande nos conteúdos trabalhados pela disciplina de Filosofia. Atualmente, apesar das orientações legais, dos materiais didáticos disponíveis e das orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais, para o trabalho com a disciplina, não há um conjunto preciso de temas e conteúdos a serem desenvolvidos por todos os professores da área. Isso porque o papel da Filosofia no ensino escolar e na sociedade de modo geral ainda não está claro. E essa pendência na definição curricular se torna mais grave quando se fal[a][b]a em educação especial e inclusiva. Por isso, neste artigo, propõe-se realizar um planejamento de um conjunto de conteúdos, atividades e práticas que atendam a alunos com necessidades especiais. Os resultados desse estudo qualitativo bibliográfico, sugere que, partindo de temas transdisciplinares, se atinge um currículo capaz de superar, também, os obstáculos presentes no ensino da própria Filosofia. Os dados utilizados para a elaboração da sugestão de conteúdos foram coletados em escolas de Ensino Médio da rede pública, em especial no Colégio Militar de Santa Maria – CMSM, a partir da prática docente do professor de Filosofia, ao longo do ano de 2018.

Plavras-chave: Filosofia. Currículo. Educação Especial.

1 Introdução

Serão abordadas, neste trabalho, as dificuldades que a disciplina de Filosofia enfrenta na prática escolar, especificamente no Ensino Médio, destacando dois obstáculos: 1) a falta de consenso sobre os conteúdos a serem abordados pelos professores, ou seja, a falta de um currículo mínimo para a disciplina e 2) a resistência que a Filosofia sofre, para ser  estudada, por parte dos alunos, dos pais e responsáveis e dos profissionais de outras áreas de conhecimento, que têm dificuldade em perceber a importância de uma disciplina que não apresenta resultados práticos imediatos.

O objetivo do artigo é mostrar que as dificuldades mencionadas, que o ensino de Filosofia encara, podem ser enfrentadas a partir de um currículo que leva em consideração as adaptações necessárias para a Educação Especial e Inclusiva. Colocando de outra forma, defende-se que um currículo de Filosofia planejado para atender às necessidades especiais dos alunos da inclusão, em consequência, dará suporte para a disciplina superar os obstáculos que lhe são próprios. Essa proposta se justifica pelo fato da Filosofia tratar de temas com os quais os próprios educandos com necessidades especiais enfrentam, como preconceito, falta de acessibilidade, de materiais didáticos adaptados e até mesmo em relação a sua presença em escolas regulares.

A proposta, então, que se apresenta, de conteúdos para o ensino de Filosofia, é um exemplo de como elaborar um currículo com base nas questões comuns aos alunos do Ensino Médio. Os conteúdos, os problemas filosóficos, devem ser organizados com base nas perguntas que os alunos enfrentam no seu cotidiano. Entende-se, desse modo, que a aprendizagem será mais significativa para todos, alunos especiais ou não, em classes com inclusão ou não.

2 Dificuldades do ensino de Filosofia

O presente trabalho foi realizado com base na experiência docente de dez anos como professor de Filosofia no Ensino Fundamental, Médio e Superior, em instituições públicas e privadas. Assim, se utilizou uma metodologia qualitativa que buscou comparar as diferentes propostas de conteúdos a serem abordados pela disciplina, de diferentes estabelecimentos de ensino, visando compreender de que forma as diversas opiniões de professores da área podem oferecer uma orientação geral sobre os “rumos” que a Filosofia deve seguir e qual seu papel na escola.

Além disso, fez-se uma revisão bibliográfica que se deu pelo empenho de pesquisar e selecionar temas através de diversos currículos elaborados por escolas do ensino público numa perspectiva de pesquisa qualitativa bibliográfica. Assim, se procurou objetivar a pesquisa de acordo com o Plano de Sequência Didática (PSD) do Sistema Colégio Militar do Brasil – SCMB, utilizado de 2015 a 2018. Para esse estudo qualitativo bibliográfico foram selecionados 02 livros para leitura, sendo utilizado apenas 01, além do PSD, para revisão bibliográfica, pois o mesmo era o único que abordava a temática referida de forma especifica; toda essa dinâmica de leitura e análise desenvolveram-se em etapas de leituras individuais, com obediência aos critérios de revisão e aos aspectos éticos relativos à realização de pesquisas científicas.

Destaca-se que o presente trabalho tem como ênfase o ensino da Filosofia nos três anos do Ensino Médio, nível de ensino no qual ela tornou-se disciplina obrigatória há dez anos, pela Lei nº 11.684, de 02 de julho de 2008.

A escolha dos conteúdos e métodos a serem aplicados no ensino de Filosofia depende fortemente da definição que os profissionais da área adotam para responder a questão “O que é Filosofia?”. A resposta a essa pergunta tem papel determinante na proposta didático-pedagógica do professor. E sendo diversas, as definições de Filosofia, resultam daí muitas dificuldades para estabelecermos um currículo mínimo e um conjunto comum de conteúdos para a disciplina, como bem coloca ROCHA (2015).

Por vezes, nos debates sobre ensino de Filosofia, superestimamos a etimologia (…) com isso superestimamos também seu papel cultural e social, privilegiando certas correntes filosóficas em detrimento de outras (…). Ao contrário das demais áreas de conhecimento que se transformam em disciplinas escolares, não dispomos de um conceito de Filosofia que mantenha a todos em paz. Quando paz há, é porque concordamos com alguma caracterização genérica, no mais das vezes produzida para dar conta do acordo que precisa haver quando se produzem (…). (ROCHA, 2015, p. 53).

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