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A QUALIDADE SOCIAL DO ENSINO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: DA GESTÃO À SALA DE AULA

Por:   •  1/6/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.553 Palavras (7 Páginas)  •  196 Visualizações

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Os diálogos apresentados pelo pesquisador Prof. Dr. Vitor Henrique Paro, no livro “Gestão Escolar, Democracia e Qualidade do Ensino” evidenciam situações de sucesso e de constante superação de desafios na busca pela qualidade do ensino e pela democratização da gestão escolar.

O trabalho coletivo é uma das vias próxima para o alcance das finalidades da educação escolar em sua natureza de prática social efetiva. Paro (2007) em sua pesquisa afirma que a valorização das práticas de acolhimento, interação e voz dada a família, ao educando, cada um com sua singularidade e significados, em conjunto com os agentes do fazer pedagógico, tem se mostrado com êxito no esforço coletivo em superar as dificuldades do sistema escolar e educativo.

A professora Cristina e o professor Carvalho apresentados na pesquisa demostram interesse, empenho na valorização do aluno, no abandono de práticas educativas retrogradas e autoritárias, que faz do professor o preceptor de um conjunto de informações e conhecimentos que compõe as disciplinas. Ambos consideram as disciplinas e seus conteúdos importantes, mas reconhecem que a qualidade do ensino relaciona-se também com a interdisciplinaridade, com as expectativas dos educandos, seus anseios e aspirações para o futuro. As reflexões dos diálogos apresentados no livro levam a importância do reconhecimento do aluno, a importância em priorizar sua bagagem histórica, seus saberes já formados e a importância da prática da afetividade entre professor e aluno, nem sempre valorizada pelos que praticam educação na escola, ou pelos formuladores de políticas públicas, mas que se mostra preponderante para que os alunos da educação básica se sintam valorizados em sua relação com a prática pedagógica. A educação envolve relações humanas que precisam ser permanentemente afirmadas, pois caracterizam por indivíduos em constante transformação e é importante ressaltar que tanto quem educa e quem é educado precisa sentir prazer e vontade própria na ação e em conformidade a estrutura didática da escola deve assumir uma forma democrática que corrobora a qualidade efetiva do ensino, envolvendo integralmente seus atores.

O autor ressalta os desafios da formação pedagógica dada aos professores da educação básica, onde esta ainda não efetiva a formação continuada, não favorece a autonomia, a capacidade reflexiva da realidade social que envolve o ensino e aprendizagem, a capacidade de superar conflitos de sua função educativa, colaboram sim, na formação de um profissional isolado e desvinculado da prática de sua função e releva mais um conflito no fazer pedagógico, na sociedade moderna, onde os agentes educativos, ressaltando a família, ignoram a responsabilidade pela educação de suas crianças, transferindo para o professor a sobrecarga de tal incumbência, acumulando cada vez mais funções e sendo responsabilizado pelas mazelas do sistema escolar.

O perfil da Educação no Brasil mostra-se numa situação de descaso, principalmente com aqueles que mais necessitam da oportunidade de uma escola de qualidade, Para Lima (2012) em sua análise reflexiva de estudos efetuados em dez escolas da rede pública de São Paulo, evidencia os desafios para implementação de uma escola, dos anos iniciais da educação básica, democrática, crítica, reflexiva, inclusiva e de qualidade, relatando situações de precariedade do sistema educacional brasileiro. A autora alerta para o abandono familiar, ausentando o papel formador que primeiramente a família tem a incumbência de praticar, levando a transferência da responsabilidade desse processo para o espaço escolar e a escola negligenciando seu papel formador, culpando a família pela incapacidade e insucesso de alguns educandos no processo e construção do conhecimento. A autora afirma que as instituições educativas tem papeis diferentes, mas a relação de interação ou afastamento desses agentes podem contribuir ou prejudicar no processo de ensino e aprendizagem.

Na busca da escola democrática, a diversidade de educandos que acessam o espaço escolar através do avanço histórico da democratização do ensino, traz desafios para os professores, pois exige o trabalho com a diversidade, a observação do coletivo com a finalidade de aprimorar o individual, com seus significados e particularidades, levando a construção da escola inclusiva, dialógica, interativa e reflexiva. Na contramão é retratada a formação pedagógica dos professores, que desarticula a teoria da prática, contribuindo para a insuficiência da sua atuação como professor, em seu trabalho de caráter social e político, formador de seres humanos. Tamanha responsabilidade requer uma formação sólida continuada, voltada para a pesquisa, com postura reflexiva sob o fazer pedagógico e contribuindo para superar os desafios que o espaço escolar contemporâneo apresenta diariamente.

A desvalorização da escola pública, como mostra a pesquisadora, ocorre em várias situações, sejam elas na condição de trabalho do professor, com excesso de carga horária, desgaste físico e mental, baixos salários, dificuldade em dar continuidade a sua formação, que se faz necessária diante das transformações contínuas do espaço a qual está inserido; políticas públicas que não priorizam as reais necessidades da sociedade, desvios de verbas, ou má gerência pública que contribui para precariedade do sistema escolar; por último a estrutura do sistema educacional brasileiro; a autora em sua pesquisa fez mostrar o resultado insuficiente da estruturação em série, com disciplinas isoladas, da educação básica, em relação ao educando oriundo de família desestruturada e vítima de constante e variada violência.

A perda da relação afetiva, da referência, da proximidade, com o professor, adquirida no primeiro ciclo da educação básica se faz primordial em um momento em que as mudanças físicas e psicológicas já são um grande desafio para o educando, suscitando a rebeldia, o constante embate e desafio com os professores e até mesmo o baixo aproveitamento escolar e desinteresse

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