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A homossexualidade e a escola: normas e desvios no currículo escolar

Por:   •  21/10/2021  •  Monografia  •  11.358 Palavras (46 Páginas)  •  126 Visualizações

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Trabalho apresentado para obtenção do título de especialista em Gestão Escolar – 2020 [pic 1]

        [pic 2]

A homossexualidade e a escola: normas e desvios no currículo escolar

Caio Otávio Briganti Ribaldo¹*; Tatiana Giselle Guimarães Lopes2

1 E.E. Professor Antônio Luiz de Moraes. Professor de Educação Básica II. Estrada Vicinal Orlando Leme Franco, S/Nº - Jardim Alto da Boa Vista; 13615-686 Leme, São Paulo, Brasil

2 Instituto Pecege. Professor Orientador. Rua Alexandre Herculano, 120, T6 – Vila Monteiro; 13418-445 Piracicaba, São Paulo, Brasil

*autor correspondente: caioribaldo@gmail.com

A homossexualidade e a escola: normas e desvios no currículo escolar

Resumo

        A formação de professores contribui para uma educação de qualidade em que as pessoas possam ser respeitadas igualitariamente e exerçam a cidadania que lhes é cabida. A educação sexual pode ser um fator determinante para que essa inclusão e entendimento aconteça, e a escola pode ser o local mais propício para tal. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi investigar a importância de se fomentar no ambiente discussões acerca da sexualidade, sobretudo da homossexualidade, a fim de se promover um ambiente menos hostil para pessoas LGBTQIA+. Para a coleta e análise de dados dessa pesquisa, utilizou-se a metodologia de Estado de Conhecimento. A escrita deste trabalho buscou analisar o posicionamento da educação sexual dentro do processo educacional e sua ligação com a formação de professores no Brasil através de um recorte do conteúdo disponível no Portal de Teses e Dissertações da CAPES, destacando a importância do conhecimento científico para a integração da educação sexual como componente curricular no currículo nacional. Destaca-se a necessidade de se aumentar a participação desse componente dentro do currículo escolar, somado a formação adequada do corpo docente para lidar com questões as quais não foram treinados. Observou-se que as pesquisas ainda ocorrem de forma a estabelecer parâmetros em áreas específicas, permitindo assim observar a necessidade de um pensar em uma continuidade, de forma mais abrangente ao setor educacional. Em relação a educação sexual na formação de professores, destaca-se que, mesmo com a disseminação do conhecimento científico, ainda existe uma apreensão sobre a utilização nas práticas escolares.

Palavras-chave: Educação sexual; currículo escolar; formação continuada; educação; sexualidade

Homosexuality and the school: norms and deviations in the school curriculum

Abstract

        Teacher training contributes to quality education in which people can be respected equally and exercise their citizenship. Sex education can be a determining factor for this inclusion and understanding to happen, and the school can be the most propitious place for this. Thus, the aim of this study was to investigate the importance of fostering discussions about sexuality, especially homosexuality, to promote a less hostile environment for LGBTQIA + people. For the data collection and analysis of this research, the State of Knowledge methodology was used. The writing of this work sought to analyze the positioning of sexual education within the educational process and its connection with the training of teachers in Brazil through a clipping of the content available on the CAPES Theses and Dissertations Portal, highlighting the importance of scientific knowledge for integration of sex education as a curricular component in the national curriculum. The need to increase the participation of this component within the school curriculum is highlighted, in addition to the adequate training of the teaching staff to deal with issues that have not been trained. It was observed that the research still takes place to establish parameters in specific areas, thus allowing to observe the need for thinking about continuity, in a more comprehensive way to the educational sector. Regarding sex education in teacher training, it is highlighted that, even with the dissemination of scientific knowledge, there is still an apprehension about the use in school practices.

Keywords: Sexual education; school curriculum; continuing education; education; sexuality.

Introdução

O ambiente escolar é tido dentro da sociedade brasileira como um local formal para a formação de indivíduos. Essa afirmação pode ser considerada como uma verdade parcial, uma vez que, sim, o aluno acaba levando consigo as vivências experimentadas dentro da escola, sendo elas positivas ou não. Porém, o processo de aprendizagem traz consigo uma questão interessante: há uma troca entre os atores envolvidos nesse processo. Portanto, se o aluno leva consigo as vivências obtidas na escola, é certo que ele traz consigo para a escola as vivências que ele obtém no ambiente familiar e na sociedade a qual encontra-se inserido, que é exatamente o que torna uma turma diferente da outra, inclusive dentro da mesma unidade de ensino.

Por diversos motivos, é sabido que o conhecimento dissipado nas ruas ou dentro de diversos nichos sociais não são exatamente o que é ensinado dentro da escola, trazendo o conceito de “capital cultural” de Bourdieu (1973): a dualidade entre o saber cultural, bem como os preceitos que os alunos levam para a escola, e a variante de “cultura” enaltecida e exaltada pelo currículo formal e pelo currículo oculto.

Esses elementos culturais exercem variados tipos de relação com o conhecimento científico e/ou acadêmico. Ao mesmo tempo que podem exercer uma função positiva, trazendo material para que o professor possa sedimentar o conteúdo trabalhado em sala de aula, pode ser um fator complicador, dissipando informações sem fundo de confirmação ou reforçando valores que precisam ser repensados ou mudados, como o machismo, o patriarcalismo e o fundamentalismo.

Pensando nesses valores, dá para imaginar que um jovem, sem traquejos e em evolução quanto ao descobrimento da sua própria identidade, possa ter muitas dúvidas acerca de seu próprio corpo e de sua sexualidade, em geral, principalmente ela sai do que Warner (1993) chama de heteronormatividade, que é a fixação com a sexualidade normalizante que retratam a homossexualidade como destoante.

Essas dúvidas e/ou questionamentos, fazem com que o jovem busque respostas nos meios que possui. A família nem sempre está aberta a essa questão e, quando se fala de homossexualidade, as condições retratadas são, na maioria das vezes “sombrias, hostis e repressivas” (Britzman, 1996).

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