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INCLUSÃO NA ESCOLA REGULAR ENTRE O REAL E O IDEAL

Por:   •  6/4/2020  •  Artigo  •  3.627 Palavras (15 Páginas)  •  142 Visualizações

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INCLUSÃO NA ESCOLA REGULAR

Entre o Real e o Ideal

Solange Clair Bergmann Camargo[1]

Lucinéri Furtado da Silva²

Resumo

O texto tem por finalidade refletir sobre a inclusão de alunos especiais na rede regular de ensino. Também representa um dos principais desafios da área da educação, uma vez que elimina as barreiras, a discriminação, dentre outras, que dificultam ou impedem o conhecimento e a aprendizagem de todos na escola. Busco entender quais são as políticas públicas que falam sobre a inclusão escolar, levando em conta os princípios que vem sendo progressivamente defendidos em documentos legais. Procuro levantar algumas discussões teóricas sobre a função da escola e o papel do professor frente à inclusão. O estudo também pretendeu conhecer e entender como a inclusão se efetiva, que mudanças se fazem necessárias para a aceitação dos diferentes e quais as possibilidades de aprendizagem nesse novo momento da educação. Concluiu-se que a inclusão de crianças nas escolas regulares de ensino é um processo complexo, envolve a garantia do sucesso da aprendizagem em um ambiente harmônico e respeitador, colaborando para a construção da cidadania com justiça e dignidade.

Palavras-chave: Educação Especial. O Real e o Ideal. Inclusão Escolar

INCLUSION IN SCHOOL SETTING

Between the Real and the Ideal

Abstract

The text aims to reflect on the inclusion of special students in the regular school system. It also represents one of the main challenges of the field of education, since it eliminates the barriers, discrimination, among others, that impede knowledge and learning all at school. I try to understand what are the public policies that talk about school inclusion, taking into account the principles which has been increasingly advocated in legal documents. I try to raise some theoretical discussions on the function of the school and the teacher's role opposite inclusion. The study also sought to know and understand how the inclusion becomes effective, what changes are necessary for the acceptance of different and what learning opportunities in this new era of education. It was concluded that the inclusion of children in mainstream schools teaching is a complex process involves ensuring the success of learning in a harmonious and respectful environment, contributing to the construction of citizenship with justice and dignity.

Keywords: Special Education. The Real and the Ideal. School inclusion

1 INTRODUÇÃO

Todos os anos, no início do período letivo, os alunos estão prontos para os primeiros conteúdos. Alguns deles já conhecem o alfabeto inteiro, outras se distraem com as conversas e brincadeiras. Muitos são negros e outros indígenas, outros são brancos. Tem os alunos que têm o estojo cheio de canetas coloridas e também aqueles que esperam ansiosos a merenda da escola para ter a primeira refeição completa do dia. Entre eles esta uma criança surda e outra com Síndrome de Down. Todas são diferentes entre si, mas iguais em um aspecto: precisam aprender.

Com este trabalho busco fazer uma reflexão sobre a inclusão de alunos especiais na escola regular. Como problemática de pesquisa abordei a seguinte questão: “Como o aluno especial é recebido na comunidade escolar regular?” Minha intenção é permear os caminhos que levam até a educação especial na escola regular nos dias atuais, fazendo uma pesquisa bibliográfica e relatando também vivências da minha prática como educadora. Discutirei o currículo diferenciado para atender a um universo de diversidades, também irei discutir acerca das avaliações e do perfil dos profissionais. Não poderíamos deixar de dar ênfase as mudanças ocorridas na Educação Especial, desde seu surgimento até os nossos dias.

Buscamos neste texto fazer um apanhado sobre a realidade da Educação Especial no Brasil e na nossa cidade, refletindo sobre a prática docente, resgatando questões polêmicas da escola e refletindo sobre o papel de cada um na construção de uma escola cidadã e de qualidade.

2 INCLUSÃO

Os caminhos que permeiam a Educação Especial fazem parte de minha vida de longa data. Sempre tive muita curiosidade sobre como era realizada a educação escolar dos alunos especiais. Quando criança percebia que nosso amigo era diferente, mas naquela época, no interior de Canguçu, nem se falava nos estudos em Educação Especial. Hoje, adulta, com estudos e experiência na área tenho certeza que ele merecia um atendimento especial, que atendesse suas necessidades e não era isso que acontecia. Ao contrário, a professora xingava, colocava de castigo, por vezes até humilhava. Mas esses tempos se foram e hoje graças a pesquisas e estudos essas crianças muitas vezes já recebem um tratamento diferenciado e especializado desde bebês. Na nossa cidade faz quase trinta anos que tem a APAE, Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, e que desempenha um trabalho altamente qualificado e eficaz, mas muitos casos não são alunos que possam ter aulas lá, pois ela atende deficiência mental e autismo. Se o aluno é cego ou tem deficiência física, por exemplo, vai para a rede regular. E o problema não são eles irem para a rede regular, é a rede não estar, muitas vezes, preparada para recebê-los. Nesse contexto Arroyo (2000, p. 54) relata:

O ofício de mestre, de pedagogo vai encontrando seu lugar social na constatação de que somente aprendemos a ser humanos em uma trama complexa de relacionamentos com outros seres humanos. Esse aprendizado só acontece numa matriz social, cultural, no convívio com determinações simbólicas, rituais, celebrações, gestos. No aprendizado da cultura. Daí que a escola é um processo programado de ensino-aprendizagem, mas não apenas porque cada mestre esperado na sala de aula chegará para passar matéria, mas porque é um tempo-espaço programado do encontro de gerações. De um lado adultos que vem se fazendo humanos, aprendendo essa difícil arte, de outro lado, as jovens gerações que querem aprender a ser, a imitar os semelhantes. Receber seus aprendizados. Os aprendizados e as ferramentas da cultura.

Na citação podemos destacar vários aspectos como, por exemplo, que aprendemos a ser humanos nos relacionando com outros seres humanos e nesse viés a escola deve acolher o aluno especial para ele se relacionar bem e poder trocar experiências, vivências e saberes e também imitar o seu semelhante, sem falar de receber atenção e ensinamentos do professor. Com certeza esse aluno será mais feliz e realizado.

 Nos últimos anos praticamente dobrou o número de alunos com deficiência nas escolas regulares. A inclusão deve continuar a crescer e as redes precisam estar prontas para receber bem esses estudantes com ações que vão da melhoria dos espaços físicos à mobilização da comunidade escolar.

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