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METODOLOGIA E PRÁTICA DO ENSINO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA

Por:   •  13/8/2015  •  Resenha  •  7.963 Palavras (32 Páginas)  •  1.266 Visualizações

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METODOLOGIA E PRÁTICA DO ENSINO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA

GEOGRAFIA E O ESPAÇO VIVIDO

 O indivíduo como parte integrante da construção do lugar em que vive

O ensino de Geografia deve priorizar o desenvolvimento de noções que os alunos já dominem, sejam porque trazem conhecimentos acumulados de outras etapas do processo de escolarização, seja porque sua inserção na escola é precedida por uma vida em sociedade. A criança possui uma cultura própria, relaciona-se com o trabalho dos familiares e convive em ambientes onde a natureza está sempre presente.

Abordar temas relacionados à família e ao local de moradia torna-se fundamental e pode ajudar o aluno a compreender e identificar os tipos de paisagens que compõem o seu lugar de vivência.

O professor pode partir de situações concretas com as quais os alunos convivem, como, por exemplo: a família, onde seus membros trabalham, como se deslocam no dia a dia, suas alternativas de lazer e de onde eles vieram. Desse modo, é possível desenvolver noções de sociedade, cultura, trabalho, localização e diferentes tipos de lugares. Pode também, solicitar aos alunos que descrevam, a partir de observações, alguns fenômenos naturais, como as características do tempo de cada dia, observação do movimento aparente do Sol etc.

A utilização de fotos, imagens e vídeos para mostrar as diferentes paisagens naturais e modos de vida em várias partes do mundo, desenvolve no aluno a capacidade de observação e comparação, pois ao identificar e comparar diversas características naturais, culturais e sociais, ele passa a ser capaz de entender como o seu próprio espaço é produto da interação desses fatores ao longo da História.

Da mesma forma, o uso da linguagem cartográfica deve sempre estar presente em todos os momentos do Ensino Fundamental. Ler e interpretar um mapa é tão importante quanto qualquer outro conteúdo. O trabalho com mapas não pode ser exclusividade dos anos finais e nem seu uso deve ficar restrito ao Atlas. Os mapas e gráficos estão presentes no nosso dia a dia, sendo importante que o aluno esteja capacitado para utilizá-los.

Enfim, é importante que o aluno reconheça-se como parte integrante do lugar em que vive, condição fundamental para ter consciência de seu papel de cidadão. A consciência de como se constrói o lugar em que se vive amplia a ideia de participação. Assim, entender o porquê da existência ou não de cada equipamento urbano no lugar em que se vive é desvendar as formas de apropriação e valorização desse espaço. O lugar ganha uma dimensão para além de sua materialidade; é espaço que circunda imediatamente o corpo, portanto dotado de representações.

Com qualquer conteúdo que o professor trabalhe, o aluno deve perceber que as condições materiais do lugar em que vive são determinadas pelas múltiplas e contraditórias relações que ocorrem no mundo, e sua participação na construção deste lugar.

As relações do homem com a natureza e com o espaço

Ao longo da História, o homem sempre produziu ferramentas para facilitar seu trabalho ou para

ajudá-lo a superar suas limitações físicas. Assim o homem, um ser que facilmente seria vencido pelos elementos da natureza, produziu um enorme número de artefatos que lhe possibilitaram dominar e transformar o meio natural. Essa atitude de criar instrumentos e aperfeiçoá-los constantemente torna possível a compreensão do processo civilizatório pelo qual vem passando desde que surgiu na Terra.

A forma como a criança vai adquirindo noções de espaços decorrem das experiências vivenciadas a partir de objetos, ações e representações. Os antropólogos culturais sabem muito bem disso e são capazes de reconstituir a organização de um grupo humano a partir dos objetos que se preservaram (ALMEIDA e PASSINI, 2002).

Como ciência social, a Geografia tem como objeto de estudo a sociedade que, no entanto, é objetivada. O estudo da Geografia abrange, hoje, grande complexidade de aspectos: o desenvolvimento dos meios de comunicação, o crescimento demográfico, a descoberta de novos meios de explorar a superfície terrestre, a evolução da técnica em geral e a entrada do capitalismo trouxe profundas transformações na Geografia, no plano da realidade e no plano do saber. A Geografia começa a ser observada a partir do momento em que se necessita de orientação, com a ajuda da ciência às expedições que abriram as portas das civilizações, estudando a individualidade dos lugares, compreendendo o caráter singular de cada porção do planeta. Isso permitiu uma visão ecológica da diferenciação de áreas por meio da individualização e comparação, propondo uma perspectiva mais generalizada e explicativa das relações entre o homem e a natureza. O estudo do espaço só seria aceito se fosse concebido como um ser específico do real, com características e com uma dinâmica própria, somente depois de demonstrar a afirmação efetuada, visando a uma maior compreensão e interpretação da realidade.

Os métodos de ensino do qual o professor pode fazer uso, variam desde uma aula em que a evolução dos acontecimentos represente uma progressão, à uma aula em que os desafios e enigmas geográficos capacitem o aluno a raciocinar e interpretá-los. Sendo assim, torna-se necessário o uso de métodos pedagógicos modernos que estimulem a criatividade e a capacidade dos alunos e facilite, de certa forma, o conhecimento da Geografia, principalmente no cotidiano, estimulando-os quanto à necessidade de repensar o passado da disciplina que ele possa aprender por compreensão. [...] e o professor dotado de uma sensibilidade para tais mudanças, demonstre competência para geri-las e potencialize a compreensão dos alunos através dos meios mais modernos de educação que se tornam necessários (CAVALCANTI, 2002, p. 12).

Na origem da Geografia, o homem e a natureza são os seus conteúdos basilares e a paisagem surge como categoria geográfica que traduzirá a natureza. Fisionomia da vegetação, estudo da vegetação, noção de meio natural, conceito de região natural, são algumas noções trabalhadas pela Geografia para compreender a natureza. Evidentemente que estas noções compõem o que se denomina de Geografia Clássica ou Tradicional e que desde então muito já se repensou sobre as noções apontadas (ALBORNOZ,1992, p. 11).

Todavia, elas ilustram muito bem como se dá a apreensão da natureza pela Geografia. Isto não

acontece unicamente na Geografia, ela não será uma exceção, mas corresponde ao processo de constituição das ciências e da sua divisão: ciências da natureza e ciências humanas.

Se tomarmos como princípio geral a ideia descrita anteriormente para pensarmos a Geografia, a velha dicotomia Geografia Física x Geografia Humana não teria sentido. Algumas categorias geográficas, como espaço, lugar e paisagem, não permitem a dualidade, a separação. A respeito da atribuição do que seria o conhecimento de uma e de outra parcela da Geografia,

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