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O CENTRO DE EDUCAÇÃO E LETRAS – CEL LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

Por:   •  15/6/2022  •  Trabalho acadêmico  •  2.478 Palavras (10 Páginas)  •  94 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE

CAMPUS FLORESTA

CENTRO DE EDUCAÇÃO E LETRAS – CEL

LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

DIDÁTICA I

RESUMO CRÍTICO

CRUZEIRO DO SUL

2022

GLEICA DIAS DA SILVA; RAILINE CÂNDIDO DA SILVA

             

RESUMO CRÍTICO

Roteiro de aprendizagem apresentado à disciplina Didática I do curso de Pedagogia da Universidade Federal do Acre – Campus Floresta.

Professora: Adriana Azevedo

CRUZEIRO DO SUL

2022

REFERÊNCIA: VEIGA, Ilma. Repensando a Didática. 23ª edição, Editora Papirus, Campinas, São Paulo, 1996 (p.33-54)  

TEXTO: Didática: uma retrospectiva histórica.

AUTORES: Ilma Passos Alencastro Veiga

PÁGINAS: 33-54

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RESUMO CRÍTICO

Acadêmicas: Gleica Dias da Silva e Railine Cândido da Silva

Resumo: A autora Ilma Passos, em sua obra “Didática: uma retrospectiva histórica” salienta a longa trajetória da didática. Primordialmente, fica exposto que a trajetória histórica da didática engloba duas etapas: sendo a primeira, a inserção do papel da disciplina antes de sua inclusão nos cursos de formação dos professores de nível superior que se destaca nos anos 1549 até 1930, e a segunda parte busca reconstruir a trajetória da didática a partir do período de 1930 até os dias atuais. Logo, a autora subdivide esses períodos, no quais são atribuídos os aspectos socioeconômicos, políticos e educacionais que servem de base afim de identificar as presentes propostas pedagógicas na educação, como também as concepções do papel didático. Portanto, a didática apresenta um longo percurso que de fato merece uma análise, principalmente por professores ou estudantes da área, visto que, a conclusão que se há é que por meio da denúncia crítico-reprodutivista se houve o estopim para a superação da didática mais condizente com o momento atual da formação do professor que irá atuar nas escolas de educação básica.  

Palavras-chaves: Didática; retrospectiva; educação

Assunto discutido: O texto, Didática: uma retrospectiva histórica, de Ilma Passos Alencastro Veiga, trata da trajetória da didática explorando toda a sua retrospectiva histórica desde 1549 até a atualidade, sendo dividida por duas partes, a primeira que aborda o papel da didática antes de sua inclusão no meio de formação de professores de nível superior (1549-1930), e a segunda parte que reconstrói a trajetória da didática (1930 até os dias atuais).

   Segundo a autora, no período que vai de 1549 a 1758 a educação era realizada através dos jesuítas, estes que foram os principais educadores de quase todo o período colonial, e por haver um contexto de exploração pela metrópole, a educação não era considerada importante no meio social. Os jesuítas praticavam uma didática que seguia o plano de ensino a Ratio Sturdiorum, cujo ideal era formar o homem no meio universal, humanista e cristão, logo, o principal objetivo era de catequizar e instruir os indígenas, como também preparar padres-mestres e, sobretudo, um ensino oferecido apenas à elite colonial não permitia o desenvolvimento do senso crítico, pois o plano de ensino enfocava em instrumentos e metodologias que eram decorativos, dessa forma instigavam o exercício da memória e assim tendo como base o intelecto, o conhecimento, e marcado pela visão essencialista de homem. Portanto, é perceptível que não se poderia pensar em uma prática pedagógica e muito menos em uma didática que transformasse a perspectiva da educação daquela época.

   Após os jesuítas, não ocorreram no país grandes movimentos pedagógicos. A nova organização pombalina, instituída por Pombal, representou um retrocesso, no qual levou professores leigos a começarem a ser admitidos para as aulas régias através da reforma pombalina. A partir de 1870, o brasil vive o seu período de iluminismo, onde o ensino começou se separar da igreja, como a autora destaca uma fala de Saviani (1984, p. 275) que diz: “tomam corpo movimentos cada vez mais independentes da influência religiosa”; e sendo uma responsabilidade também do Estado, oferecendo a educação gratuita com uma pedagogia tradicional onde o professor era visto como se fosse o dono da verdade, ou uma enciclopédia onde o aluno tinha o dever de memorizar tudo. Deste modo, o método aqui visto é baseado na preparação ou apresentação, comparação, assimilação, generalização e aplicação, segundo a teoria de Demerval Saviani. No entanto, embora a didática seja compreendida como um conjunto de regras que visam assegurar aos futuros professores as orientações necessárias ao trabalho docente, a inclusão da disciplina de Didática no currículo dos cursos de formação de professores só ocorreu em 1934.

   Seguindo a cronologia dos fatos, a autora segue destacando a didática nos cursos de formação de professores a partir de 1930, onde o Brasil sofre grandes transformações socioeconômicas. Nesse período, Vargas, constitui o Ministério de Educação e Saúde Pública, e um ano mais tarde efetivou-se a Reforma Francisco Campos, que organizou o ensino comercial e adota-se o regime universitário para o ensino superior, organizando a primeira universidade brasileira. A Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da Universidade de São Paulo foi a primeira instituição a seguir o modelo de Francisco Campos. A origem da didática como disciplina no curso de formação de professores em nível superior está vinculada à referida faculdade, em 1934, chamada de “metodologia do ensino secundário”. O ano de 1930 a 1945 é marcado pelo equilíbrio entre os católicos e os pioneiros, surgindo também o escolanovismo, que vai propor um novo tipo de homem, defendendo os princípios democráticos. A característica mais importante do escolanovismo é a valorização da criança, pois era vista como um ser cheio de poder individual, que merecia respeito diante de sua liberdade, iniciativa, autonomia e interesses. Este movimento preconizava a solução para problemas educacionais em uma perspectiva escolar interna, ou seja, sem se importar com o que estava acontecendo no Brasil.  Posto isto, o problema educacional passa a ser uma questão escolar e técnica.   Nesse sentido, a didática passa a ser entendida como sendo um conjunto de ideias e métodos para facilitar o ensino-aprendizagem entre professores e alunos. A didática, assim concebida, propiciou a formação de um novo perfil de professor: o técnico.

   No período 1945/1960 houve o predomínio das novas ideias e a didática, essa fase está vinculada à aceleração e a diversificação do processo de importações e a penetração do capital estrangeiro. É nesse contexto que se insere a educação. Em 1946, com o decreto-lei Nº 9053 a didática perdeu seus qualificativos geral e especial e iniciou-se a prática de ensino sob a forma de estágio supervisionado. Entre os anos de 1948 a 1961 houve várias lutas ideológicas em torno das oposições entre escolas públicas e privadas. A partir de então, as ideias novas começam a ganhar força.  Durante esse período criam-se o (INEP) Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos,o (GOT) Ginásio de Orientação para o Trabalho, e o Pabaee (programa americano-brasileiro de auxílio ao ensino elementar) que estava vinculado ao aperfeiçoamento de professores do curso normal. Essas instituições eram necessárias, uma vez que o país passava por um período de desenvolvimento industrial muito rápido e requeria profissionais com qualificação para o trabalho em curto período de duração. Dessa forma o ensino tornava cada vez mais tecnicista.

    O período compreendido entre os anos 1960 e 1968 foi marcado pela crise da pedagogia nova e articulado da tendência tecnicista, assumida pelo grupo militar e tecnocrata, situando assim os descaminhos da didática. Ilma cita que a pedagogia tecnicista está vinculada à concepção analítica de filosofia da educação, mas não como sua consequência. Seu enfoque está situado com as preocupações básicas a eficácia e a eficiência do processo de ensino.  Essa didática tem como pano de fundo uma perspectiva realmente ingênua de neutralidade científica. Nesse sentido, o processo de ensino é que vai definir o que os alunos e professores devem fazer. Na didática tecnicista, a desvinculação entre teoria e prática é mais acentuada, o professor torna-se mero executor de objetivos instrucionais. A partir de 1974, surgiram novos estudos empenhados em fazer a crítica da educação dominante, evidenciando as funções reais da política educacional, acobertada pelo discurso político-pedagógico oficial. Em consequência, a didática passou também a fazer o discurso reprodutiva, buscando sua desmistificação de certa forma relevante, relegando, porém, sua especificidade. Assim, a didática passou a assumir o discurso sociológico, filosófico e histórico nos cursos de formação de professores, secundarizando sua dimensão técnica, comprometendo sua identidade e acentuando uma postura pessimista e de descrédito no que se refere à sua contribuição quanto a prática pedagógica no futuro do professor. No entanto, essa teoria crítico-reprodutivista contribuiu para que tanto o professor como o aluno exercessem uma atitude crítica, e com isso os movimentos buscam novos rumos.

   Na década de 80, se insere a didática no bojo da pedagogia crítica, época na qual o Brasil estava passando por diversas mudanças socioeconômicas, o que dificultou ainda mais a vida do povo brasileiro. No campo educacional houve lutas e reivindicações dos professores, e é nessa mesma década que os docentes se empenham na reconquista do direito e do dever de participarem da definição da política educacional e da luta pela recuperação da escola pública. Houve também a primeira Conferência Brasileira de Educação, que constituiu um espaço para a discussão é disseminação da concepção crítica da educação, sendo um marco importante para a história da educação brasileira. A concepção dialética ou crítica não foi dominante em nosso contexto educacional, somente em 1979 que ela se organizou melhor. A autora destaca a concepção de filosofia da educação que se interessa pelo ser concreto, explicitando os problemas educacionais e compreendê-los com base no contexto histórico em que estão inseridos. Portanto, a educação não está voltada diretamente para o professor ou para o aluno, mas sim para a formação do homem e sua realização na sociedade. É nesse sentido que trabalha a didática, auxiliando o professor e trabalhando além dos métodos e das técnicas, pois ela age ampliando a visão do docente quantos as perspectivas didático-pedagógicas mais coerente com nossa realidade e o meio em que a escola se situa.

   Chegando aos anos 90 até os dias atuais, é ressaltado que o mundo contemporâneo é marcado pela hegemonia do projeto neoliberal, dominado pelo pensamento técnico-cientifico. Logo é visto que, as formas de exclusão social e cultural são maiores e a desigualdade social só aumenta. Consequentemente, o mundo globalizado traz novas regras econômicas de grande impacto social, e isso reflete também sobre a Educação, particularmente no que se refere à a organização do trabalho pedagógico, relegando uma série de atribuições as escolas, aos professores e alunos. Há necessidade de rever também a prática avaliativa escolar para tornar realidade a organização do processo educativo, hoje submetido a diversas modalidades de avaliação externa coordenada por uma ação centralizada das políticas globalizadas. Dessa forma, os anos 90 inauguram um novo período de Educação brasileira com repercussões no campo da pedagogia e também da didática. O período compreendido da década de 90 até os dias de hoje discute os enfoques do papel da didática de duas perspectivas: A primeira voltada para a formação do tecnólogo do ensino e a segunda voltada para favorecer e aprofundar a perspectiva crítica, voltada para a formação do professor como agente social.

   Após essa repassada de períodos impostos pela a autora Ilma, a mesma entra num aspecto muito importante: A primazia das competências e da avaliação de controle. É destacado que a didática modernizadora explicita nos referenciais e nas diretrizes curriculares para a formação do professor e se subdivide em duas facetas: a concepção da pedagogia por competências, e a outra ligada a avaliação de resultados. No entanto, existe um grande número de correntes e enfoques teóricos, oriundos das ciências sociais e humanas que pesa sobre o conhecimento dessa área. Com isso, há uma inserção de outros enfoques teórico-metodológicos como o neobehaviorismo, o cognitivismo computacional, o construtivismo, o socioconstrutivismo, o símbolo-interacionista, e outros estudos que apresenta uma ampliação mais eficaz sobre as competências dos professores. Assim, os conhecimentos didáticos para a formação do professor abrangem toda uma gama de conteúdos, saberes visados diretamente ao trabalho na sala de aula. Por outro lado, a autora faz uma crítica, afirmando que a avaliação dentro das escolas é de cunho classificatório, autoritário, punitivo e excludente, tendo assim um controle social que é vista como responsável pela marginalização dos indivíduos. Por esse viés, ela não cumpre o projeto político-pedagógico da escola, pois está vinculada principalmente o desempenho do aluno. Sendo assim, a autora desfecha falando sobre esse assunto que o processo de ensino é visto como um passo linear e justaposto da teoria a pratica.

   Outro ponto destacado no texto é o ampliamento dos horizontes da didática crítica, em que a escritora identifica uma preocupação com a natureza epistemológica e política da didática a partir dos anos 2000. Chega-se a um consenso de que a didática, como área de estudo, focaliza em quatro pressupostos: a educação como prática social, o compromisso com a democratização da escola pública, o professor como agente social e a metodologia de pesquisa como modo de apropriação ativa de conhecimento e habilidades básicas de investigação. Essas metas completam-se pela concepção de ensino como prática social concreta, tornando-se objetos de estudo da didática. Diante disso a intenção dos pesquisadores e estudiosos é construir novas configurações que reconfigurem a didática critica, e para ampliar o papel critico da didática, é importante caminhar numa direção multirreferencial para apreender a complexidade do processo de ensino, complexidade essa em que deve ser considerada a relação entre sujeito-observado e objeto-observado. A didática está assumindo novas configurações que avançam na problematização, na compreensão e na sistematização de conhecimentos de seu objeto de estudado, e esse movimento de reconfiguração da didática tem sido possibilitado pela sistematização e explicações da prática pedagógica como práxis.

   Chegando ao final do texto, a autora encerra afirmando que, foi encontrado tanto a persistência de algumas questões fundamentais quanto indícios de mudanças relacionados a didática. E que graças ao momento crítico-reprodutivista houve o ponto de partida para a superação da didática neutra e uma busca para uma didática ativa que condiz com o momento atual da formação do professor.

Conclusão: Dessa forma, o texto nos oferece um amplo conhecimento a respeito da didática afim de compreender melhor essa disciplina tão importante para o meio educacional, sendo capaz de nos formar para estar inseridos no papel desempenhado pela didática.

Análise crítica: Base literária muito instigadora e contedualista, este texto nos leva a conhecer a trajetória da didática até os dias de hoje e suas dificuldades de inclusão e comprometimento, que nos fazem refletir de uma maneira crítica e avaliativa sobre a atuação da didática na formação de professores que futuramente atuarão nas escolas de educação básica, bem como a trajetória até chegarmos na compreensão do ensino como processo complexo e multirreferencial por meio da didática. A autora conseguiu nos colocar muito próximos de um ideal sobre a complexidade do papel da didática de uma maneira muito bem explícita, e consequentemente alterando a nossa maneira de pensar a respeito. Pode-se afirmar que é uma obra de grandeza formativa essencial.

        

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