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O ENSINO GRAMATICAL EM SALA DE AULA

Por:   •  10/5/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.638 Palavras (7 Páginas)  •  574 Visualizações

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INTRODUÇÃO:

         A Gramática está fundamentada como principal reguladora da linguagem e determina padrões de escrita e fala, que pode ser analisada e preservada, apresentando unidades e estruturas que permitem o bom uso da língua portuguesa e outros idiomas.

         Recentemente se tem perguntado a respeito do ensino de gramática nas aulas de língua portuguesa, deve ou não ser ensinada? Como seria a reação de professores e alunos perante esta nova metodologia? Entretanto salientamos que o estudo da gramática é de grande importância para o desenvolvimento mental da criança além de permitir o uso da fala com maior eficácia.

         Vale ressaltar que o ensino de gramática, não deve ser visto apenas para proteger ou conservar a composição da língua, mas para auxiliar as pessoas para o conhecimento de sua própria língua materna, direcionando lhes às características essenciais que pertencem à sua cultura.

        Provavelmente já ouvimos falar nos diferentes tipos de gramática, tais como:

  • Gramática Normativa: bastante utilizada em sala de aula e para diversos fins didáticos, que é a gramática utilizada nas escolas para o ensino da Norma Padrão do Português. Para essa gramática, a língua é só a variedade padrão, ou seja, aquela baseada nos escritores clássicos da nossa literatura.
  • Gramática Descritiva: analisa um conjunto de regras, considerando as variações e explorando os conceitos que definem o que é certo e errado em nosso sistema linguístico. Gramática Histórica: Investiga a origem e a evolução de uma língua.
  • Gramática Comparativa: Estabelece comparação da língua com outras línguas de uma mesma família, dentre outras: Gramática internalizada; Gramática implícita; Gramática explícita ou teórica; Gramática reflexiva, etc.

         Em síntese este trabalho está sendo elaborado para tentar justificar a importância da aplicabilidade da gramática na sala de aula, fundamentando que, esta por si só não é suficiente para o aprendizado da língua, pois saber falar não significa essencialmente ter competência gramatical, isto é, o domínio das regras. A gramática deve ser ensinada para que o aluno adquira uma técnica linguística com a qual consiga atuar, pela linguagem, na sociedade em que está inserido.

DESENVOLVIMENTO:

          Nos últimos anos, com os avanços das ciências relacionadas à linguagem, muito se tem discutido e pesquisado sobre o ensino de gramática, afinal a gramática deve ou não ser ensinada? Como superar as dificuldades dos alunos em relação à gramática?  Atualmente, a ideia que se tem é de que ela deve ser trabalhada na escola, e o questionamento volta-se para como se deve fazê-lo. Há um consenso de que esse ensino deve ser feito através da escrita e textos, lembrando de como é grande a dificuldade em relação à aprendizagem, pelos alunos, de acordo com a norma culta imposta devido à cultura dos estudantes que, muitas vezes, é incompatível levando os mesmos a concluírem a vida escolar sem saberem ler escrever adequadamente. A prática do ensino através da gramática normativa acontece pela memorização de normas e regras. A gramática é entendida como conjunto sistemático de normas para bem falar e escrever estabelecidos pelos especialistas, tendo por base o uso da língua consagrado pelos bons escritores.

        Quanto o grau de importância da gramática por alunos e professores, deve-se considerar interesses harmônicos entre ambos considerando que, o professor que domina os diversos tipos de gramática e também os estudos linguísticos na teoria e na prática sabe da importância em fazer com que os alunos conheçam a gramática e a que julgamos fundamental para o ensino. Conforme (Travaglia 2001: “Estudar a gramática e dominá-la é colocar em prática o bom uso da língua que sucessivamente levará aquele que estuda a gramática a falar e escrever bem”.

        “Damos aulas de que a quem”? Possenti discorre sobre a necessidade que têm professores e escola de possuírem em concepção clara do que seja a língua e do que seja uma criança. Tal conhecimento revelaria o sucesso das crianças em aprender as regras para se comunicar através da fala. O autor é bem claro ao identificar a prática de ensino atual como técnica da repetição exaustiva de certos movimentos semelhante ao treinamento de animais; e habilidades adquiridas de forma mais criativa, alicerçadas na consideração e teste de hipóteses. Estas duas teses podem ser pertinentes e relevantes a quem deseje oferecer aos alunos um ensino de qualidade.

        Não existe uma homogeneidade da língua portuguesa, isto porque possuem variações em diferente modos de falar e isto se reserva o nome de variedades linguísticas ou dialetos. São linguagem regionalistas, a maneira de falar de um determinado grupo de uma região do país, em variedades profissionais, sociais e culturais a linguagem técnica para cada grupo, a exemplo dos jardões, linguagem caipira, gírias, etc.

         O preconceito linguístico é um julgamento depreciativo contra determinadas variedades linguísticas. Segundo a linguista Marta Scherre, o "julgamento depreciativo, desrespeitoso, jocoso e, consequentemente, humilhante da fala do outro ou da própria fala" geralmente atinge as variedades associadas a grupos de menor prestígio social. O preconceito linguístico, também está sendo alimentado diariamente pelos meios de comunicação, que pretendem ensinar o que é “certo” e o que é “errado”, sem falar, é claro nos instrumentos tradicionais de ensino da língua, ou seja a gramática normativa e os livros didáticos. Todavia, podemos afirmar que a principal causa para o preconceito linguístico é: o mito da unidade linguística no país, pois pensamos que o brasileiro não sabe falar português. A consideramos muito difícil, que as pessoas falam tudo errado e que é preciso saber gramática para falar bem e dominar o português padrão. O preconceito linguístico talvez tenha aparecido pela confusão que foi feita ao longo do percurso da nossa história ao comparar gramática e língua. A sociedade chamada de elite e que tinha boa escolaridade considera que a língua que não é gramaticalizada deve ser considerada errada, mas sabemos que a língua não é a gramática. Ela vai muito, além disso, e não fica presa a regras. O mesmo ocorre com o português padrão: nenhuma pessoa falante da norma padrão utiliza todas as regras. Porém, a sociedade criou um ideal de língua considerando somente o português padrão e menosprezando as outras variações e compreender que o ser humano é uma unidade de diversidade talvez fosse um dos caminhos para repudiar esse preconceito.
Na verdade, o preconceito lingüístico é somente um disfarce para o preconceito social, pois, normalmente, não é a língua da pessoa que é discriminada, mas a própria pessoa.

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