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Profissional

Por:   •  8/8/2015  •  Trabalho acadêmico  •  918 Palavras (4 Páginas)  •  385 Visualizações

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                  AFORMAÇÃO E APROFISSIONALIZAÇÃO DOCENTE: CARACTERISTICAS, OUSADIAS E SABERES

Trata-se de propiciar uma análise sobre a ética, particularmente a profissional, visando compreender a profissão docente, por meio de três ângulos complementares: a) uma fundamentação ético-profissional; b) o sentido de um código de ética profissional e c) a dimensão ética da profissão docente. Em linhas gerais, visa-se compreender a ética como uma construção social, fundada na sociabilidade que, por sua vez, é inerente ao exercício profissional. Por conseguinte, a questão ética, e especificamente a docente, é uma dimensão central no exercício profissional. A docência, portanto, implica fundamentalmente as relações que se constituem, particularmente no interior da sala de aula, quando os conteúdos, os métodos e as técnicas de ensino, o processo de avaliação, os objetivos e as finalidades do ensino implicam fundamentalmente o professor e o aluno, enquanto sujeitos de mediação que perseguem o ensino e a aprendizagem. Portanto, historicamente e em sentido amplo, as profissões se fazem, se desfazem e se refazem dinamicamente no interior de uma dada totalidade social, em vista da necessidade social por serviços competentes e especializados. Certamente, a divisão do trabalho moderna e contemporânea é qualitativamente diferente daquela das sociedades antigas e mesmo medievais. O que queremos afirmar basicamente é que a profissão resulta de uma construção histórica, e está sujeita à sua dinâmica. Por isso, voltar-se para a “questão da epistemologia da prática profissional se encontra, evidentemente, no cerne desse movimento de profissionalização. De fato, no mundo do trabalho, o que distingue as profissões das outras ocupações é, em grande parte, a natureza dos conhecimentos que estão em jogo” (TARDIF, 2000, p.6). É exercendo a competência e o conhecimento especializados que um dado profissional ganha autoridade diante daqueles que usufruem o seu serviço. Contemporaneamente, no Brasil, são muitas as profissões que se encontram estruturadas em termos dos denominados conselhos ético-profissionais. Com tal empreendimento, visa-se manter a autoridade profissional, bem como delinear comportamentos ético-profissionais homogêneos em relação ao público que usufrui um determinado serviço. Dessa forma, pode-se referendar o posicionamento ético expresso num código como um produto, uma vez que ele se constitui como expressão de uma tomada de posição. No entanto, paradoxalmente, é um produto sujeito ao processo histórico. Como produto, resulta de uma construção que não finda com a codificação ética. É um produto sujeito à construção, é um produto que tem em vista o processo do agir profissional. Este não é estático, pois se configura historicamente: as profissões surgem para o atendimento de dadas necessidades sociais, consolidam-se e podem alterar-se ou vir a desaparecer. Num olhar retrospectivo na esteira da história Hamze (2011) afirma que se podem contemplar etapas que marcaram o ensino e também exerceram influência no modo de atuação do professor. Resumidamente, do ensino tradicional aos dias atuais é possível perceber que a educação, no Brasil, sofreu mudanças. 5 O ensino tradicional, enciclopédico, perdurou por longos trezentos e oitenta e três anos e foi marcado pelos padres da Companhia de Jesus que trazem o professor como transmissor de conhecimentos. A partir da Escola Nova, em torno de 1932, o professor torna-se apenas um facilitador do processo de ensino e de aprendizagem. Neste seguimento, a escola de tendência tecnicista, inserida no final dos anos 60 no Brasil, objetivava adequar e inserir o sistema educacional e o ensino com métodos educacionais norte-americanos, ou seja, nos moldes do sistema de produção capitalista e racional, o que tolhia a criatividade do professor. Assim, por meio de métodos de ensino meramente técnico utiliza-se material sistematizado como manuais, módulos de ensino, livros didáticos, dispositivos audiovisuais, visando com isso a imediata produção de sujeitos competentes para atender o mercado de trabalho, com uma transmissão de informações rápidas, objetivas e sem subjetividade. Passa a ser irrelevante o relacionamento interpessoal. Debates, discussão e questionamento não existem e tão pouco importam as relações afetivas e pessoais dos sujeitos envolvidos no processo de ensino. O relacionamento professor aluno é puramente técnico, o objetivo é o aluno calado recebendo, aprendendo e fixando informações e o professor administrando e transmitindo eficientemente a matéria visando a garantia na eficácia nos resultados da aprendizagem. O professor é um profissional do sentido Nova (1992) sinaliza ainda que para a formação de professores, é indispensável que a formação tenha como eixo de referência o desenvolvimento profissional, na dupla perspectiva do professor individual e do coletivo docente. Além disso, que o trabalho possibilite e favoreça espaço de interação entre as dimensões pessoais e profissionais, promova os seus saberes e seja um componente de mudança. Isto exige estudo e abertura para os desafios e persistência na busca do conhecimento. A profissão docente é um renovar-se todos os dias. Na perspectiva da formação, é preciso aprender continuamente como ver a realidade, uma vez que é na prática, na troca de saberes, na ousadia da busca que se dá o aprendizado mútuo. Desse modo, é possível que o professor torne-se um agente capaz de gerir o seu 9 próprio fazer, alguém proativo, capaz de criar, relacionar, argumentar e participando no espaço escolar. Não se pretende esgotar o assunto, pois ele possui um espectro enorme para ser aprofundado na perspectiva da dinamicidade constante e persistente que envolve a formação e a profissionalização docente. Assim, percebeu-se que há uma cumplicidade entre os teóricos com relação à formação e a profissionalização por serem termos que se dispõem e se complementam na trajetória docente. Porém, sugere-se um olhar mais atento à prática educativa inter-relacionada e integrada, seja por meio de grupos de pesquisa ou outras atividades afins que propiciem a ampliação de conhecimentos junto aos docentes.

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