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Resenha Entre a Ciência e a Sapiência

Por:   •  16/4/2019  •  Resenha  •  985 Palavras (4 Páginas)  •  720 Visualizações

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Resenha crítica: Entre a Ciência e a Sapiência – Rubem Alves

O livro Entre a Ciência e a Sapiência, de Rubem Alves, é um compêndio de vários textos do autor sobre diversos assuntos, entre cartas e parábolas, dividido em quatro capítulos, com o tema central educação. Ao longo do livro, o autor deixa evidente suas reflexões e opiniões sobre o assunto, exaltando não só a parte científica do ato de ensinar como também a beleza e a arte, dialogando de forma clara e exemplifica as relações entre esses temas. As cartas são endereçadas a personagens que o autor acredita influenciar nessas esferas, como o presidente da Rede Globo, o Ministro da Educação, mestres e professores. A partir de metáforas e com linguagem poética ele discorre sobre vários assuntos acerca da educação, ensino e da pesquisa científica, sempre deixando claro suas convicções e ideologias. O livro é dividido em quatro sessões e em subcapítulos.

        Na primeira sessão (Cartas aos que mandam na educação), através de cartas endereçadas a pessoas que o autor acredita que administram a educação e a cultura, ele discorre sobre a influência dessas pessoas na formação de cidadãos e educação do povo.

Duas cartas são endereçadas ao Senhor Roberto Marinho, presidente da Rede Globo de Televisão, sobre o poder que ele possui e sobre a formação do senso crítico do povo, através de imagens e palavras, que atingem um grande público. Segundo o autor, o Senhor Roberto Marinho tem a potência para fazer o povo sonhar, já que sonhos moram nas imagens e na poesia, essas bem acessíveis através da televisão. Essa beleza mostrada em algumas propagandas e programas tem o poder de persuasão e sedução, já que modifica e transforma o homem através dos sonhos, mais que fatos reais e cientificamente comprovados. A verdade não teria o poder de gerar sonhos. Ele usa a analogia da propagando do cigarro Marlboro, em que as imagens bonitas de campos verdejantes parecem ofuscar o aviso que o fumo pode causar câncer. Por isso que ele acredita que programas educativos não são interessantes e não despertam no povo a vontade de aprender, eles não são belos e não seduzem os telespectadores. O autor desafia o Sr. Roberto Marinho a, além de ser um mero provedor de beleza para o povo, utilizar o seu poder para influenciar as pessoas, através dos sonhos, a fazer algo concreto, já que é o indivíduo que mais domina a imagem e faz o povo amar, diferente da ciência. Acredito nesse poder da televisão em influenciar o raciocínio de uma boa parcela da população, visto que atualmente é difícil encontrar uma residência que não possua um aparelho de televisão. Entretanto, acho utópica essa ideia de emissoras de tevê, principalmente as maiores e que movimentam maior capital, se preocuparem em fazer algo concreto na vida das pessoas, visto que a poder financeiro geralmente fala mais alto.

A próxima carta é endereçada ao Sr. Ministro da Educação na época, Sr. Paulo Ricardo, o qual o autor acredita ocupar a posição política mais importante do país, já que o essencial é a educação, e a principal função do ministro da educação é cuidar e administrar a inteligência do país, fazendo o povo pensar. Ele utiliza a analogia de um jardim, que quem o faz é o jardineiro e, principalmente, seu pensamento cheio de jardins. E os sonhos e pensamentos em comum das pessoas formam e unem um povo. Segundo o autor, a escola tem a função de ensinar o conhecimento científico, indispensável para a realização dos sonhos. A ciência é necessária para plantar o jardim, entretanto ela não consegue fazer os homens desejarem plantar jardins, ou seja, não consegue fazer os homens sonharem, não tem o poder de criar um povo. A beleza transformaria indivíduos em povos. Assim, o autor une a ideia da capacidade dos meios de comunicação de criar sonhos, seduzindo as pessoas, muitas vezes com ideias pequenas, e a incapacidade da escola, por se manter no ensino científico, de criar sonhos. Assim surge um povo com ideias pequenas. Para ele, o ministro da educação deveria se unir aos meios de comunicação na tentativa de realizar sua missão política de criar o povo, utilizando do semear dos sonhos, já que é através da educação que nasce um povo.

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