A Influência da Cultura na inteligência

UNIVERSIDADE POSITIVO

Brenda Emanuelle

Bruno Carrão

Isabela Freitas

Jackson

Jealice Soares

José Guilherme Castagnoli

Leonardo Miranda

A INFLUÊNCIA DA CULTURA NA INTELIGÊNCIA

Curitiba

2016

Brenda Emanuelle

Bruno Carrão

Isabela Freitas

Jackson

Jealice Soares

José Guilherme Castagnoli

Leonardo Miranda

A INFLUÊNCIA DA CULTURA NA INTELIGÊNCIA

Trabalho apresentado ao Curso dePsicologia da Universidade Positivo, como requisito parcial para obtenção de nota na disciplina de Processos Cognitivos.

Orientadora: Dra. Valéria Ghisi.

Curitiba

2016

1 INTRODUÇÃO

Os processos mentais superiores, em especial a inteligência, tem se tornado alvo de discussões ao longo do tempo. De um lado, havia aqueles que defendiam que a inteligência é hereditária, totalmente genética e, por outro lado, os que acreditavam que a inteligência é construída apenas socialmente, sendo que no geral havia um consenso, mesmo entre os cidadãos comuns, que o ser humano já nasce com determinado nível de inteligência. Esse debate mudou, visto que pesquisas e demonstram que fatores genéticos e sociais interatuam  e não mais se excluem.

Esse debate que junta ambos os fatores como constituidores da inteligência humana, possibilitou analisar a influencia cultural por diversos ângulos e entender que, de fato há o fator genético envolvido, entretanto, ele não limita o ser humano, por que a inteligência também se constrói através da cultura que o mesmo está inserido, sendo o regime de governo, a economia, grupos sociais como famílias e escolas, influenciadores diretos dos tipos e níveis de inteligência que um indivíduo pode ter.

Ao longo do tempo, vieram defensores da teoria das inteligências múltiplas, na qual o ser humano possui inteligências diferentes, em áreas diferentes mesmo que nem todas se sobressaiam. Mesmo assim, os testes desenvolvidos para mensurar os níveis de inteligência se concentram no tipo de raciocínio-lógico e exato. Essa problemática se reflete no momento de conhecer quais países possuem determinados tipos de inteligência e quais os seus níveis, visto que o teste que se usa como padrão é o teste de QI, e geralmente apenas ele é utilizado em pesquisas de larga escala correlacionais com outras variáveis, mesmo que culturais.

Descobriu-se que, atualmente, outros quocientes estão ganhando espaço, como QE(Quociente Emocional) e o QS (Quociente Espiritual) e, mesmo que não sejam conhecidos, populares e devidamente creditados, sabe-se que eles abriram caminhos para mensurar outras áreas da psique humana e que o desempenho das áreas emocionais e espirituais podem dar indicativos da personalidade de cada indivíduo.

Sendo assim, denominar a influencia cultural na inteligência humana torna-se um desafio, e este trabalho visa transpor essa barreira e exemplificar, pelo menos, os aspectos majoritariamente determinantes.

2 NATURE X NURTURE.

        Segundo Pontes (2008), “o debate  do  inato  versus adquirido  tem  sido  ubíquo  na  história  das  ciências  do  comportamento, sendo  que  as  abordagens  das  ciências  sociais  e  das  ciências  biológicas  ao  estudo  do comportamento  têm  sido  quase  mutuamente  exclusivas”.   Isso significa que os estudos apresentados tendem a excluir ou o fator genético ou o fator social.

        O termo nature diz respeito aquilo que é genético e, portanto, inato, já o termo nurture se refere aos conteúdos adquiridos, a criação, aos fatores sociais. Quando se pergunta qual dos fatores - natureza ou criação –influenciam mais, há os defensores da determinação biológica e os defensores da cultura. Entretanto, o argumento do equilíbrio entre os dois fatores tem predominado na área científica, conforme menciona Pontes:

“Em geral, o que os estudos nos indicam é que não existe um único  factor definitivo que influencie directamente e de forma única a inteligência: quer a «herança genética», como  o  modo  e  local  em  que  o  indivíduo  é  criado  exercem  extrema  influência.  Isto,  porque  a inteligência não se encontra 100% determinada pela genética, logo, 

qualquer que seja a inteligência natural de um indivíduo (mesmo considerando que se encontra majoritariamente determinada pela genética), ela  poderá  ser melhorada  ou  obstruída  (nem  que  seja  numa  percentagem minoritária) pelo ambiente (moral, político, ético, educacional, social, etc.), em que o indivíduo se desenvolve.” (PONTES, Op. Cit., p.7)

Entende-se, portanto, que a cultura tem extrema influencia no processo de inteligência. Segundo Sternberg (1996), para os contextualistas, os efeitos do contexto cultural na inteligência é imprescindível para pensar o que é “ser inteligente”, pois ao observar a diferença entre o que é uma pessoa inteligente em uma comunidade com baixo nível socioeconômico versus o que é ser inteligente em uma comunidade com alto nível socioeconômico, a influência cultural evidencia-se pelo fato de que em uma determinada cultura algum tipo de atividade é mais valorizado e em outra cultura essa mesma atividade é menos valorizada. Os teóricos que investigam essas relações,estudam justamente como essas influências culturais estão ligadas a inteligência e como os determinados modelos culturais são aplicados na construção de um “ser inteligente”.

Os interacionistas acreditam na dialética da interação social e cultural como formadoras do ser humano e sua inteligência, conforme Vigtosky:

“A construção da inteligência ocorre através da complementaridade dos aspectos biológicos e sociais. Essa teoria considera que é por meio das suas interações com outros seres humanos que o homem se constrói. Em outras palavras, o homem não nasce homem e sim com possibilidades de humanizar-se nas interações que estabelece ao longo da vida.” (VIGOTSKY, apud SANTOS, 2010).

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