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A Psicologia Institucional de Bleger

Por:   •  28/5/2017  •  Resenha  •  2.837 Palavras (12 Páginas)  •  7.552 Visualizações

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Psicologia Institucional
Resumo dos Textos Lidos

  1. A Psicologia Institucional de Bleger
  1. Bleger pensava a intervenção do psicólogo nas instituições sob a perspectiva política (relações de poder) que transpassam a vida dos grupos e classes sociais.
  2. Via a necessidade da psicologia se inserir na realidade social por meio do estudo de grupos, de instituições e das comunidades, considerando a validade da dimensão psicológica presente em todo ambiente que o ser humano intervenha.
  3. Considerava que as qualidades de qualquer objeto são sempre relacionais, derivando das condições e das relações nas quais se acha cada objeto em cada momento.
  4. Considerava a Entrevista psicológica como uma relação na qual o entrevistador se identifica projetivamente com a situação e permanece-se diferenciado de entrevistador, garantindo a distancia que o permite apontar e interpretar as oscilações de campo que se criam no decorrer do processo.
  5. A saída dos consultórios não se constitui apenas como uma variação do trabalho psicológico, mas como uma necessidade social.
  6. A psico-higiene tem objetivos diferentes dos serviços de Higiene Mental e Saúde pública, sendo eles o proporcionar condições para a vida e a saúde nos grupos básicos de interação social. Na qual não se ocupa da doença ou de sua profilaxia, nem se restringe às estratégias técnicas de cura ou recuperação terapêutica, mas sim em torno das tarefas ordinárias, promovendo o bem-estar.
  7. O psicólogo deve ocupar-se da relação interpessoal e do Desenvolvimento da personalidade, lidando com os preconceitos, hábitos e as atitudes das pessoas e dos grupos em ocasiões de mudanças ou em momentos críticos, e também, das relações comuns da rotina diária e do crescimento humano.
  8. Bleger relaciona o trabalho dos psicanalistas e psiquiatras com as atividades curativas e terapêuticas e os psicólogos com as atividades de saúde e vida.
  9. Enfatiza a psicanalise como a compreensão da dinâmica inconsciente das relações grupais e institucionais, para o entendimento dos conflitos, defesas e ansiedade nessas relações, porém, ao atuar, devendo-se restringir a técnicas psicológicas (o questionar de hábitos e posturas).
  10. Conceitua a Psicologia institucional como uma forma de intervenção psicológica com significação social.
  11. O psicólogo institucional em caráter com a promoção da psico-higiene jamais deverá ter a função de decidir ou resolver os problemas da instituição, nem de executar as ações decididas nos grupos, tendo essa função como tarefa dos “organismos próprios da instituição”.
  12. O método da P.I será sempre o clínico, marcado como se encontra pelo enquadramento da técnica psicanalítica, adaptando-se às necessidades deste âmbito e aos problemas que tiver de enfrentar.
  13. Vinculo sincrético, simbiótico, ambíguo é o que não há diferenciação entre o eu e o outro, na qual os conteúdos internos são projetados num outro-depositário, passando a ser condição de sobrevivência psicológica.
  14. A personalidade ou identidade do sujeito se dá sempre, pelo interjogo de um ego sincrético (aspectos simbólicos e ambíguos incluídos, a ponta de lança dos impulsos agressivos e libidinosos fundidos) e um ego organizado (aspectos discriminados que permitem uma relação normatizada e regulada com o meio, a ponta de lança dos controles superegóicos).
  15. Pelo ego sincrético formamos vínculos que não permitem a distinção entre sujeito e objeto da libido. Já pelo ego organizado somos capazes de nos ver em relação com o outro.
  16. A simbiose é um vínculo fortíssimo, entretanto não uma relação, pois só através da relação que se pode falar em uma realidade intersubjetiva que supõe dois em interação, não sendo, no vinculo simbiótico o outro se constitui na projeção maciça de conteúdos internos do um.
  17. A distinção dos egos só será possível através da clivagem (mecanismo de cisão do ego que permite a coexistência de duas atitudes psíquicas em relação à realidade, um sendo levado em conta e outra negando. Não eliminando os processos primitivos de sociabilidade, fazendo com que convivam lado a lado do ego organizado sem se influenciarem) dos processos mais primitivos da sociabilidade.
  18. O sincretismo permanece como forma de comunicação pré-verbal ou como linguagem factual.

Conceitos que não compreendi inteiramente ou parcialmente:
        1-Como se dá (de uma maneira clara) a relação do grau de objetividade alcançado apenas ao incluir a subjetividade (do sujeito?)?

  1. O que é ou como é formado o núcleo aglutinado?
  2. Qual a principal diferenciação entre a psico-higienização da psicologia institucional?

  1. LEITURA DIRIGIDA 28/03
    O Exercício da Psicologia Como Instituição

  1. Psicologia: Intenção e Extensão
    A Psicologia, a três décadas, começou a deixar de ser um movimento voltado apenas pro contexto clínico, filosófico e científico, buscando sua abrangência também pra fora disso, principalmente a respeito da psi voltada para as instituições, sejam elas da saúde, educação ou sociais.
  2. A psi institucional, em São Paulo, teve a sua visibilidade e inicio em São Paulo, dentro da área de Serviço Público, na qual os egressos direcionaram seus atendimentos e serviços para uma visão mais multiprofissional, e também, não apenas pluralista, mas também diversificada e integrada.
  3. Não sendo a Psi Institucional, um exercício voltado apenas para questões do ambiente de trabalho, mas principalmente na sua compreensão, arquitetura e funcionamento e intervenção. (Sendo esse exercício, representado nos anos 80/90 no Brasil).
  4. Mesmo em exercício liberal da profissão, haviam publicações de profissionais e escritores sobre a psi institucional, levando óticas e temas diferentes para dentro dessa abordagem, advindas da diversidade da não-limitação. E essa falta de limitação, levava provocações aos profissionais de outras áreas e abordagens a abandonar as ideias e conhecimentos padrões compartilhados, cristalizados, e abraçar o que ainda está sendo construído e desafiante.
  5. E esses impulsos pelos estudos e novas descobertas voltadxs aos âmbitos institucionais, favorece o questionamento e definição de dois termos que surgem junto aos trabalhos aplicados: a Psicologia Institucional e Análise Institucional.
  6. Psicologia Institucional de Bleger
    O termo Psi Institucional foi cunhado por Bleger em meados de 1970, que buscou aliar a psicanálise e o marxismo como modos de pensamento do psicólogo em psicologia, indo além da terapia e consultoria.
  7. Logo então, trabalhar com a psicologia institucional, é trabalhar com determinada abordagem psicanalítica em especifico, pois, segundo Bleger define, ela toma a instituição por inteiro como alvo de interação.
  8. É necessário levar em conta que a compreensão das relações é muito carregada mais pelo conceito das relações de objeto do que o próprio narcisismo trabalhado pela psicanálise.
  9. Se alguém diz estar trabalhando com institucional, logo então, estará tomando a instituição e sua relação, quanto à própria intervenção do psicólogo sob a ótica psicanalítica, ou perspectiva.
  10. Psicologia Institucional de Lapassade
    Sob a ótica de Lapassade, o idealizador da Análise Institucional, na qual deixa de ser levada apenas pelo foco psicanalítico de Bleger, e passa a ser ampliada, na qual, segundo ele, busca a compreensão das relações, de como se faz a instituição e da inserção do psicólogo, que sai da posição de análise e interprete dos movimentos, diferenciação e explanação dos processos, passando a ser um participante ativo e gestor desses modos de relações e favorecimentos dentro do ambiente institucionais, sejam eles desconhecidos, determinantes ou diretivos.
  11. Por ter ele um papel ativo e importante dentro do ambiente institucional, é ele quem irá provocar as rachaduras presentes e os conflitos instaurados nas relações, estando sempre do lado do instituinte, ainda que tendo o próprio lugar questionado por ele.
  12. A Análise institucional é chamada de “movimento”, devido o seu surgimento conceitual ter surgido de maneira polêmica e provocativa, levando alguns profissionais a serem adeptos da causa. Levando em provocação a necessidade da ação e pensamento mobilizadores em conjuntos, atingindo todos os níveis institucionais e esferas políticas necessárias que os profissionais e estudiosos deveriam por trabalharem com a psicologia ou estudarem ela.
  13. Lapassade distingue conceitos importantes e de movimento dentro do discurso institucionalista profissional, mesmo algum deles não sendo citados a sua origem e fundamentação quando trabalhados dentro dos discursos, sendo eles:
  1. A distinção entre instituído e instituinte, na qual o instituinte é o movimento vivo dos processos de institucionalização, onde a maneira na qual se constitui é o mais importante a ser analisado e discutido. Já o instituído é o que está cristalizado dentro disso tudo, na qual dentro de todo o processo, acaba se confundindo com a própria instituição.
  2. Organização e Instituição também são diferentes, já que a Organização se dá pela realidade social que regem as relações em seus estatutos, internalizados em estabelecimentos e espaços determinados. Já a Instituição se difere por ser a “lei ou Constituição” regente da formação social, estando sempre acima das organizações, podendo ela ser considerada o feicho que transpassa as relações em caráter face-a-face em uma organização. (A sala de aula é um exemplo, pois se dá pela relação regida por normas que se apoiam no que é interposto pelo o que julgam ser a “lei” maior para o ensino, sendo o professor um representante pro Estado frente aos alunos).
  3. Burocracia é o princípio, sendo uma questão de poder e divisão do mesmo, entre grupos de decisão e grupos de execução do fazer institucional, sendo que o primeiro grupo não só decide o que, mas também como fazer. E a normatização e a comunicação vem na horizontal, de cima pra baixo, não havendo canais específicos e legais para que haja a intervenção, tendo apenas como regra, a obediência, fazendo com que a organização seja por ela mesma, um fim.
  1. LEITURA DIRIGIDA 25/04
    O que é uma instituição social?
  1. Instituição como um padrão de controle, ou seja, uma programação da conduta individual imposta pela sociedade. No sentido usual, designando uma organização que abranja pessoas (hospital, prisão, universidade, etc.), sendo também ligado às grandes entidades sociais (Estado, economia, sistema educacional). Sendo esta a acepção comum do termo que parte duma visão unilateral. Não sendo este o significado sob a perspectiva sociológica.
  2. A linguagem é a instituição fundamental da sociedade, além de ser a primeira instituição inserida na biografia do individuo, sendo ela ima instituição fundamental que se funda nos padrões de controle subjacentes da linguagem, sejam elas características das entidades sociais ou não, sendo dependentes de um universo de significados construídos através da linguagem e que só por meio dela podem permanecer atuantes.
  3. A linguagem é a primeira instituição com que o indivíduo se defronta, por exemplo, a criança é o primeiro ser que nos seus aspectos macrossociais já se defronta com ela, e é por meio da linguagem que a criança começa a tomar conhecimento dum vasto mundo situado “lá fora”, um mundo que lhe é transmitido pelos adultos que a cercam, mas que vai muito além deles.·.
  4. A linguagem: A objetificação da realidade.
  1. É o microssomo da criança que encontra sua estruturação através da linguagem. Que realiza a objetificação da realidade consolidando o fluxo das experiências incessantes, estabelecendo numa série de objetos distintos e identificáveis.
  2. A linguagem além de tudo, estrutura o ambiente humano da criança por meio da objetividade e por estabelecer relações significativas, na qual, através dela, os papeis desempenhados pelos diversos seres, se estabilizam na experiência da criança.
  3. É a linguagem que especifica, numa forma capaz de ser repetida exatamente o que a outra pessoa irá fazer novamente. Na verdade, é só por meio de fixações linguísticas como estas, na qual a ação alheia adquire um significado definido que será atribuído a cada ação do mesmo tipo, que a criança pode aprender a assumir o papel do outro. Em outras palavras, a linguagem estabelece a ligação entre o “lá vai ela de novo” e o “cuidado, que lá vou eu”.·.
  1. A linguagem: A interpretação e justificação da realidade
  1. O microssomo da criança é estruturado em papeis. No momento em que o pai assume o papel de castigador, podemos presumir que essa ação será acompanhada de boa dose de verbosidade. Na maioria das vezes, grande parte da conversa constitui um comentário ininterrupto sobre o ato incorreto e o castigo tão merecido. As palavras interpretam e justificam o castigo.
  2. O castigo é enquadrado num amplo contexto ético-moral; em casos extremos, até mesmo a divindade pode ser invocada como autoridade penal. Naquele momento, o pai que aplica o castigo é o representante desse sistema moral; quando a criança voltar a situar-se no mesmo, ou seja, no momento em que repetir o desempenho de um papel identificável, esse papel representará as instituições do sistema moral. Dessa forma, a criança, ao defrontar-se com a linguagem, vê nela uma realidade de abrangência universal.·.
  1. Características fundamentais da uma instituição: A exterioridade
  1. A instituição é alguma coisa situada fora do indivíduo, alguma coisa que de certa maneira difere da realidade formada pelos pensamentos, sentimentos e fantasias do individuo. Uma instituição assemelha-se a outras entidades da realidade exterior.
  2. O individuo não seria capaz de eliminar uma árvore com o movimento da mão e nem uma instituição. A linguagem é experimentada desta maneira. Na verdade, sempre que o individuo fala, está exteriorizando algo, método esse que é realizado em termos que não resultam da predisposição do mesmo. A língua é experimentada pelo individuo como algo que existe fora dele, e a mesma coisa acontece com a pessoa à qual se dirige ambos experimentam a língua como a realidade exterior no momento em que começaram a aprendê-la.
  1. Características fundamentais de uma instituição: A objetividade
  1. As instituições são experimentadas como possuidoras de objetividade. Alguma coisa é objetivamente real quando todos (ou quase todos) admitem que de fato a mesma existe, e que existe duma maneira determinada. A objetividade da linguagem inicial do individuo assume uma intensidade extraordinária.
  1. Caracteristicas fundamentais de uma instituição: A coercitividade
  1. As instituições são dotadas de força coercitiva, o poder essencial que a instituição exerce sobre o individuo consiste justamente no fato de que a mesma tem existência objetiva e não pode ser afastada por ele. No entano, se acontecer que este não note o fato, esqueça o mesmo ou queria modificar o estado de coisas existentes, é nesta oportunidade que muito provavelmente a força coercitiva da instituição se apresenta de forma bastante rude.
  2. Reconhecer o poder das instituições não é o mesmo que afirmar que elas não podem mudar, pelo contrário, elas mudam constantemente pois não passam de resultados necessariamente difusos da ação de inúmeros indivíduos que “atiram” significados para o mundo.
  3. A existência objetiva da linguagem depende da fala initerrupta de muitos indivíduos, que ao se comunicarem, exprimem suas intenções, significações e motivos de ordem subjetiva.
  1. Características fundamentais de uma instituição: Autonomia moral
  1. As instituições tem a qualidade da historicidade. Não são apenas fatos, mas fatos históricos; tem uma história. Em praticamente todos os casos experimentados pelo indivíduo, a instituição existia antes que ele nacesse e continuará a existir depois de sua morte.
  2. A linguagem pode ser concebia como um grande rio que flui através do tempo. Aqueles que por um momento viagam em suas águas ou vivem às suas margens continuamente atiram objetos nele. Na sua maioria, estes vao fundo ou se dissolvem imediatamente. Mas alguns deles se consolidam e são carregados por um período mais curto ou longo. Apenas uns poucos percorrem todo o trajeto, chegando Pa foz, onde este rio tal qual todos os outros, se despeja no oceano do olvido, que é o fim de toda história empírica.

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