Freud e a Educação

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

HISTÓRIA

INTRODUÇÃO AO TRABALHO ACADÊMICO

FREU E A EDUCAÇÃO

Salvador, Bahia

12/08/2013

Raíssa Barreto Macedo

Freud e a Educação

Raíssa Barreto Macedo

KUPFER, M. C. M. . Freud e a Educação: o mestre do impossível. São Paulo: Scipione, 1988. v. 1. 104 p.

Todas as teorias da psicologia contribuíram, à sua maneira, ao estudo do fenômeno da educação: O behaviorismo, de Watson e Skinner; a Epistemologia genética, de Piaget; a psicogênese da pessoa completa, de Wallon... E, dentre elas, a Psicanálise, fundada pelo mestre vienense, Freud. Os estudos sobre a educação à luz da psicanálise são bastante controvertidos, e Maria Cristina Kupfer - doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano- logrou, com lógica e competência, analisar tais estudos.

Freud e educação: O mestre do impossível, livro publicado em 1898 de Maria Cristina Kupfer mostra as contribuições de Freud à educação, ao mesmo tempo em que as contextualiza com toda a construção teórica e biografia freudiana - a qual é extremamente relevante para se compreender os conceitos desenvolvidos por Freud na área da psicanálise. A história de vida de Freud é imprescindível para entender como sua obra foi construída e como a educação tem um espaço importante dentro dela, apesar de Freud não ter escrito um único volume dedicado exclusivamente ao fenômeno da educação. Tal questão é pensada e abordada por Freud dialeticamente com a construção de suas teorias: na medida em que descobre e constrói novos conhecimentos da psicanálise, a sua ideia de educação se modifica. E essa tentativa de relacionar psicanálise e educação se estende para a era pós-freudiana, o que será abordado pela autora no segundo capítulo do livro, mostrando os outros teóricos que buscaram estabelecer uma conexão mais intensa entre a psicanálise e a educação.

Maria Cristina Kupfer, na medida em que realiza com sucesso seu objetivo de relacionar o pensamento freudiano e a educação, elucida toda a trajetória do fundador da psicanálise e as suas teorias – permitindo que, mesmo aqueles que não são estudiosos de psicologia, entendam a teoria de Freud e façam as conexões necessárias para entender a contribuição freudiana para a educação. Para isso, a autora sintetiza as principais noções da Psicanálise: conversão, recalque, sublimação, transferência, pulsões sexuais, complexo de édipo, inconsciente, etc. E sempre as relacionando ao fenômeno da educação.

A conclusão dos estudos de Freud sobre o fenômeno educacional, de que “educar, ao lado de governar e psicanalisar, é uma profissão impossível” (p. 12) já é exposta no prefácio do livro, e os três capítulos subsequentes mostrarão o contexto que possibilitou a elaboração de tal entendimento.

No primeiro capítulo -O pensamento de Freud sobre Educação- Cristina Kupfer faz uma escavação na biografia e nos conceitos psicanalíticos de Freud. A autora, ao relatar a vida de Freud, enfatiza a relação dele com os seus mestres, em que, repetidas vezes, há, entre eles, um movimento de superação e abandono. Ela a enfatiza porque é isso que faz com que Freud insista, e consiga se tornar o mestre de si mesmo. E é no mesmo momento dessa “libertação” que Freud, não coincidentemente, publica o livro inaugural da psicanálise. Assim, Kupfer demonstra que a relação de Freud com os mestres da ciência está extremamente relacionada com a construção de sua ideia de educação.

Ainda no primeiro capítulo, apresentando sucinta e claramente os principais conceitos psicanalíticos, a autora nos permite entender o porquê de Freud considerar a educação uma tarefa impossível e incompatível com a psicanálise. Ela começa relatando o início da vida clínica de Freud como médico neurologista, perpassa por todas as obras publicadas por ele, ressaltando as noções mais relevantes da psicanálise freudiana, ao mesmo tempo em que evidencia o fenômeno da educação pensada pela ótica da psicanálise. Kupfer o faz com muita lucidez e competência.

Para explicar o pensamento de Freud de

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