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Grupos Operativos Como Instrumento de Mudança na Educação Básica

Por:   •  14/8/2019  •  Artigo  •  7.620 Palavras (31 Páginas)  •  107 Visualizações

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ISSN: 1984-6444 | http://dx.doi.org/10.5902/19846444xxxxx

Grupos operativos como instrumento de mudança na Educação Básica

Operational groups as a tool for change in Basic Education

RESUMO

O presente artigo apresenta o desenvolvimento das atividades de estágio realizadas pelas acadêmicas do curso de Psicologia de uma Universidade Pública Estadual do Estado de Minas Gerais, tendo como público, estudantes adolescentes de uma escola pública periférica do respectivo estado. O objetivo desse estudo foi realizar atividades grupais interventivas que pudessem fornecer aos alunos e alunas um espaço alternativo de diálogo, autoconhecimento, interação e crescimento pessoal, embasado em técnicas de psicoterapia de grupo, dinâmicas e intervenções psicossociais. Usamos como referencial teórico, os textos de Kurt Lewin, Lev Vygotsky, Barry Zimmerman, David A. Kolb, Lawrence Kohlberg, Thiollet, Pichon- Rivière, Marleau-Ponty, Maria Montessori, Alfred Adler, entre outros teóricos da Psicologia do desenvolvimento. O método utilizado foi a pesquisa-ação, cuja a proposta é pesquisar e intervir por meio de dinâmicas de grupo, oficinas, exibição de filmes e intervenções psicodinâmicas. As atividades desenvolvidas resultaram na abertura de possibilidades futuras, para o desenvolvimento de um trabalho mais prolongado, no intuito de sensibilizar os participantes para a receptividade e adesão em atividades que exijam compromisso, autoconhecimento, motivação e aprendizagem de repertório comportamentais.

Palavras-chave: Adolescentes; Dinâmica; Auto-conhecimento.

ABSTRACT

This article presents the development of the internship activities carried out by the Psychology students of a State Public University of the State of Minas Gerais, with the participation of adolescent students from a peripheral public school of the respective state. The objective of this study was to carry out group intervention activities that could provide students with an alternative space of dialogue, self- knowledge, interaction and personal growth, based on group psychotherapy techniques, dynamics and psychosocial interventions. We use as theoretical reference the texts of Kurt Lewin, Lev Vygotsky, Barry Zimmerman, David A. Kolb,

ISSN: 1984-6444 | http://dx.doi.org/10.5902/19846444xxxxx

Lawrence Kohlberg, Thiollet, Pichon-Rivière, Marleau-Ponty, Maria Montessori, Alfred Adler, among other theorists of developmental psychology. The method used was the action research, whose proposal is to research and intervene through group dynamics, workshops, film screening and psychodynamic interventions. The activities developed resulted in the opening of future possibilities for the development of a longer work, in order to sensitize the participants to receptivity and adherence in activities that require commitment, self-knowledge, motivation and behavioral repertoire learning.

Keywords: Adolescents; Dynamics; Self knowledge.

Introdução

A realização de atividades na área de Psicologia educacional, tem papel primordial no desenvolvimento infanto-juvenil. A Psicologia é um dos campos mais amplos da ciência, existindo atualmente mais de cinquenta divisões pela entidade reguladora da Psicologia nos Estados Unidos, a American Psychological Association (APA, site Divisions of APA). Essa ciência tem sido identificada com diferentes áreas no campo da aprendizagem, mensuração e desenvolvimento. A linha cronológica da Psicologia educacional construída pelos historiadores é composta tanto de autores educacionais quanto psicólogos.

Em 1920, essa área ainda estava em expansão, mas muitos autores,  segundo Zimmarman & Schkun (2003, p. 3), “ainda estavam vivos e ativos, como Hall, Dewey, Terman, Spearman, Goddard, Thorndike”. Por meio de suas teorias, em especial com crianças e adolescentes; e, dando continuidade a esse esforço compartilhado, Vygostsky surge com importantes conceitos relativos à maturação psíquica infantil. Ele contribuiu com sua tese sobre a existência de estruturas psicológicas superiores relacionadas ao ambiente onde a criança está inserida, conceituando a dinâmica dos mecanismos de internalização e externalização, onde, segundo ele, “as crianças internalizam ou interiorizam os processos ocorridos no decorrer da interação com um determinado membro mais competente da cultura – elas crescem na vida intelectual das pessoas ao redor” (VYGOTSKY, 1978, p. 90).

As atividades desenvolvidas no estágio, buscaram levar em conta tais elucidações, considerando que os adolescentes estariam passíveis de experienciar aprendizados resultantes da interação com seu meio, com seu “todo cultural”, como

ISSN: 1984-6444 | http://dx.doi.org/10.5902/19846444xxxxx

dito por Vygostsky (1993, p. 164), pois é o “desenvolvimento no mundo sociocultural que garante as crianças, processos mentais mais elevados, a fim de possibilitar crescimento saudável e satisfatório, dentro de suas limitações e habilidades”.

Mesmo as atividades solitárias de uma criança devem ser estudadas simultaneamente como um fenômeno individual e social, já que na brincadeira a criança traz para suas atividades, papéis, regras e reações que ela já viu representadas em sua vida diária (VYGOTSKY, 1933, p. 96).

Ainda Vygotsky (1933, p. 96), alega que a influência do jogo no desenvolvimento é enorme, visto que “o brincar libera a criança de constrangimentos, estimula novos caminhos de consciência cognitiva e impulsiona a percepção do mundo cultural”. Assim, as intervenções no estágio também direcionaram-se para a construção de um ambiente receptivo e familiar para os participantes, por meio de jogos e dinâmicas de grupo que fossem inteligíveis e acolhedores para os adolescentes.

Em sua obra Field thoery in social sciences Lewin (1951, p. 240) propõe a regra de abordagem dinâmica, e afirma que os "elementos de qualquer situação devem ser considerados partes de um sistema". Assim, realizamos as intervenções no estágio, também considerando a densidade de interferência nos dois grupos trabalhados, notamos que nós e os adolescentes participávamos em conjunto das atividades, não sendo uma intervenção apartada. Tal como na teoria de campo de Kurt Lewin (1951, p. 240), “uma inter-relação sistêmica e unida como um todo, condicionada à realidade de quê, para um funcionamento eficaz, cada membro necessita estar inserido e ser participante do todo, nesse caso, das atividades realizadas no grupo”.

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