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O Direcionamentos para a condução do processo terapêutico comportamental com crianças

Por:   •  17/1/2018  •  Resenha  •  1.800 Palavras (8 Páginas)  •  518 Visualizações

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Resumo “Direcionamentos para a condução do processo terapêutico comportamental com crianças”

O texto apresenta uma sistematização sequencial para a condução do processo terapêutico com crianças, visando auxiliar no entendimento da condução e nas tomadas de decisões da terapia infantil.

Para isso, primeiramente é conceituado o que é o processo terapêutico, como uma sequência de procedimentos psicológicos que visam a mudança comportamental gradual no cliente, conforme essas alterações comportamentais vão ocorrendo, o terapeuta deve implementar novos procedimentos, sempre visando a melhora do cliente. Ou ainda podemos entender o processo terapêutico, segundo Neri (1987), como um controle de variáveis que favoreçam a aquisição de comportamentos adequados para o ambiente é a extinção de comportamentos inapropriados, reduzindo a exposição do cliente a consequências negativas. Assim, fica claro, que ao longo do processo, são as tentativas do terapeuta que se ajustam às mudanças do ambiente.

A sistematização do processo terapêutico amplia a eficácia deste, pois deixa o terapeuta mais certo de como e quando avançar, levando em consideração as respostas já obtidas na intervenção. Na terapia infantil, essa sistematização é ainda mais importante, já que ela requer habilidades diferentes para a condução clínica, como lidar com o relato metafórico e com um cliente cuja queixa não foi auto formulada.

É apontado que as diferenças da terapia infantil já começam na avaliação diagnóstica, a qual pode abranger diversas fontes e métodos de coleta de dados, como entrevista com os pais, coleta de dados durante as sessões através de redações, desenhos, observação da criança tanto em casa quanto na escola, etc.

Para uma melhor sistematização da intervenção infantil são traçados oito passos que descrevem procedimentos gerais para a intervenção terapêutica em crianças de 7 a 12 anos a partir da experiência das autoras. Esses oito passos estão divididos em três etapas: a etapa inicial, intermediária e final.

Começando pela etapa inicial, o passo um está relacionado a explicar para a criança sobre o funcionamento da terapia, isso deve ocorrer na primeira sessão após a avaliação inicial com os pais. A explicação deve incluir o esclarecimento sobre o sigilo, apresentação do terapeuta e do ambiente, apresentação dos objetivos da terapia, exemplo de atividades que serão feitas etc. Após feito isto, deve-se buscar conhecer melhor a criança, como através de um jogo de e perguntas e respostas previamente preparadas que pode verificar as relações afetivas com pais e amigos, a auto-percepção e percepção do problema na criança. Nesse jogo, o terapeuta também deverá responder as questões para servir de modelo para a exposição desejada. Também nesta fase, deve ser listado junto com as crianças as atividades e brincadeiras preferidas que podem ser feitas durante a sessão ou a que ela gostaria de fazer (no caso da ausência de repertório). Por fim, passa-se para os jogos e brincadeiras que proporcionam diversão e descontração, visando parear a terapia com uma atividade agradável, favorecendo o vínculo e a chance da criança voltar nas futuras sessões.

O passo dois é definir com a criança os objetivos das sessões, qual o problema a ser tratado, já que a colaboração e concordância da criança com a necessidade de ajuda é fundamental. Para isso, podem ser expostos os problemas trazidos pelos pais e perguntado se ela concorda que eles acontecem, mas também deve ajudar a criança a construir seus próprios objetivos com a terapia. Quando a criança se recusa a estabelecer os objetivos, o terapeuta deve investigar o porquê a criança deseja se manter em uma situação aparentemente aversiva, quando isso acontece, provavelmente, mesmo sendo punida, a criança está tendo ganhos com esse comportamento (sendo reforçada). Para resolver tal problema, o terapeuta pode apresentar suas análises funcionais sobre o problema trazidos pelos pais para a criança, comparando os pequenos ganhos que a criança tem agora com o comportamento inapropriado com as grandes perdas que ela pode ter em longo prazo. Se ainda assim a criança não reconhecer a necessidade de mudança, deve-se interromper o tratamento, devido a não adesão. Nesse caso, pode-se continuar um trabalho apenas com os pais até que a criança aceite voltar ao tratamento.

Quando a criança aceita o tratamento, tanto concordando com os objetivos dos pais quanto colocando os seus próprios, o terapeuta pode começar a entender com a criança porque esse problema vem ocorrendo e identificar comportamentos alternativos. Deve ser observado se a criança tem habilidades de auto-exposição e auto-expressão e, caso não tenha, tentar aumenta-las por processos modelação e modelagem, já que são pré-requisitos para o tratamento.

Os passos três, quatro e cinco estão compreendidos na etapa intermediária. No passo três, o terapeuta deve trabalhar a identificação e expressão de sentimentos, já que este pode ser um passo para o posterior desenvolvimento do comportamento de assertividade, resolução de problemas ou relacionamento interpessoal, podendo gerar grande impacto na superação dos problemas iniciais. Outro objetivo dessa fase pode ser a auto-exposição, necessária para a abordagem direta dos problemas. Estratégias como a confecção de livrinhos do sentimento, a sensibilização sensorial consigo mesmo, como no toque com a argila, com massinha etc. (criança aprende a identificar e nomear o que sente) podem ser usadas para a auto-percepção, passando depois para estratégias verbais. Quando a criança passa a verbalizar espontaneamente situações como de desagrado, passa-se para o próximo passo.

No passo quatro o terapeuta "ensina a criança a fazer uma análise funcional do seu comportamento", fazendo-a entender que ele é função das consequências. Pode ser usada como estratégia a confecção de um cartaz onde a própria criança coloque os antecedentes, o comportamento e as consequências, em termos acessíveis a sua linguagem. Depois de discriminado o comportamento problema, podem ser levantados comportamentos alternativos junto com a criança e também colocados em um cartaz com as possíveis consequências, tornando visual para a criança o que aconteceria com uma possível mudança no comportamento. Mostrar para a criança as consequências do comportamento problema pode necessitar de recursos adicionais, como evocar o comportamento em sessão tendo as consequências produzidas pelo próprio terapeuta. Também podem ser utilizadas histórias infantis quando houver emissão de um comportamento inadequado, para demonstrar as consequências de um comportamento inadequado e de possíveis

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