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RESENHA DO FILME: A VILA - E A CONSTRUÇÃO DO MEDO

Por:   •  6/4/2018  •  Resenha  •  1.106 Palavras (5 Páginas)  •  739 Visualizações

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“A VILA”, E A CONSTRUÇÃO DO MEDO

Josélia Maria Joaquim da Silva Versiane[1]

O escopo deste trabalho é fazer um paralelo com as disciplinas de Filosofia e de Psicologia no filme: A Vila, produzido em 2004 com direção de M. Night Shyamalan, e também realizar uma correlação com os fundamentos da sociologia.

A crítica será feita com foco em acontecimentos envolvendo alguns personagens. O jovem Lucius Hunt (Joaquin Phoenix) possui um grande desejo de ultrapassar os limites daquela vida no vilarejo e ir rumo ao desconhecido, além da floresta. Lucius ama uma jovem filha do líder local, Edward Walker (William Hurt), a bela Ivy Walker (Bryce Dallas Howard), portadora de uma deficiência visual. O jovem Noah Percy (Adrien Brody) que possui transtorno mental, também é atraído por ela. O amor de Noah faz com que a vida de Ivy  corra  perigo. Alguns acontecimentos, dentre eles: uma tentativa de homicídio faz com que segredos sejam revelados e uma desordem seja instaurada na  vila.

O indivíduo é o produto de uma sociedade.  O grande sociólogo francês Emile Durkheim acreditava que, as ações das pessoas não aconteciam  por  mera casualidade. Ele sabia que ao defender esta idéia, que apesar de existir uma consciência individual que dava forma aos indivíduos possibilitando-os a pensarem e interpretarem a vida, o indivíduo seria o produto do seu meio, ou seja, da sociedade.

O indivíduo só poderá agir na medida em que aprender a conhecer o contexto em que esta inserido, a saber quais são suas origens e as condições de que depende. E não poderá sabê-la sem ir à escola, começando por observar a matéria bruta que está lá representada. (DURKHEIM, 1895, texto digital)

Outrossim, suas idéias, condutas e concepções, valores e maneira de agir são influenciados pelo meio em que vive.

A vila é um filme onde são retratadas algumas idéias de cunho filosófico, sociológico e psicológico. O enredo conta-nos uma estória onde um grupo de pessoas vivem isoladas das outras sociedades, totalmente distanciadas de outros costumes de vida. Retratando assim uma sub-sociedade.

Os fundadores daquela sociedade são chamados de “anciãos”, um grupo de nove pessoas. Os motivos pelos quais os levou  a “criar” uma nova sociedade fora do mundo real foram: pessoais, tragédias, experiências calamitosas, a violência que vitimou pessoas amadas e intimas.

Optaram por seguir um caminho, por se resguardarem e conservar os seus  familiares e descendentes das vilanias da vida, recolheram-se em um bosque, criaram para aquela sociedade um  novo modo de viver, para que houvesse harmonia, não houvessem aflições, não houvesse  nenhum tipo de ferocidade, protegendo todos  de todas as desgraças que poderiam acontecer.

Percebemos que, esses líderes eram detentores de conhecimentos e poder. Os habitantes daquele vilarejo eram proibidos de cruzar os limites que lhes eram impostos, impedindo-lhes assim, através de uma “alienação” a busca por informações.

Tudo o que eles aprendiam era receptivo e mecânico, os lideres manipulava-os através do medo. Os habitantes daquele vilarejo são retratados no filme como uma sociedade passiva, pois recebiam, escutavam e repetiam as informações.

No filme, o jovem Lucius queria ultrapassar os limites impostos aos moradores, ele acreditava que fora daqueles ditos “limites” poderia descobrir um novo fenômeno, e isto seria benéfico. Saindo dali poderia ter novas experiências que de certa forma beneficiaria a comunidade. Mostrando a todos os lideres seus anseios, suas vontades de ultrapassar os limites, que ele não era um subversivo, nem estava implantando uma revolta, e nenhuma revolução.  O desejo dele era desbravar o novo e sair daquela condição de ignorância.

Outra idéia que o filme retrata também, é de cunho psicológico, os anciãos em busca pelo controle, com base na crença que eram impostas por eles, manipulavam-os através do medo. Através deste mecanismo, podiam controlá-los facilmente.

Sabemos que, quando estamos num estado de medo aterrorizante, interpretamos o meio em que vivemos ou que estamos de uma forma completamente diferente. E o grande problema daquela sociedade que o medo dominava todas as outras emoções e o funcionamento do espaço físico do vilarejo.

Os anciãos manipulavam-os para fazê-los sentirem inseguros se cruzassem os limites impostos das cercanias do vilarejo. De modo que o medo passou a ter função de aprisioná-los.

Podemos fazer uma analogia entre este filme e a passagem do livro “ A Republica” do filósofo grego Platão: “Alegoria da Caverna”, ou também conhecida como o “Mito da Caverna”, os habitantes daquele vilarejo tinham uma visão distorcida da realidade além dos limites daquela sociedade. O Mito da Caverna é inserido de uma forma contextual neste filme, pois aquela sociedade preferia permanecer alheia ao pensamento critico, aceitando assim, as crenças, os dogmas, as lendas, as ideias impostas  por aquele grupo dominante.

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