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Planejamento da produção

Por:   •  24/4/2015  •  Trabalho acadêmico  •  6.019 Palavras (25 Páginas)  •  133 Visualizações

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PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO I

Gestão de estoques

  1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A gestão de estoques é uma prática de fundamental importância para o sucesso de empresas dos mais variados segmentos. Companhias que operam com baixos índices de lucratividade dependem de uma gestão de estoques eficiente, sob pena de perderem competitividade.

Os impactos de uma gestão de estoque bem ou mal gerida podem ser notados nos diversos setores de uma empresa, afetando áreas de finanças, marketing e produção.

A manutenção eficiente de estoques em uma empresa não se caracteriza pela existência de imensos lotes de produtos prontos para atender aos clientes ou, pelo contrário, pela inexistência de estoques na tentativa de minimizar custos de manutenção. Os estoques devem ser gerenciados de maneira equilibrada para garantir o cumprimento dos objetivos da empresa e gerar lucros.

  1. ESTOQUES

Estoques são originados quando o recebimento de insumos (matérias-primas), partes em processo ou produtos acabados excedem o consumo do sistema. Esses excessos são armazenados com o intuito de suprirem as próximas etapas de produção ou atenderem a demandas futuras. Da mesma forma, os estoques são reduzidos ou eliminados quando o consumo excede a taxa com que os produtos são enviados ao estoque.

  A escolha de uma política de estoques está baseada em uma série de variáveis e características dos produtos a serem estocados. De maneira geral, uma empresa pode optar por níveis baixos ou altos de estoque, sendo que cada condição apresenta vantagens e desvantagens. A opção por determinada política dependente dos interesses e objetivos de cada empresa.

  1. Opção por estoques baixos

A adoção de estoques baixos justifica-se pela tentativa de minimizar investimentos em bens sobre os quais se paga e não existe retorno. Esses investimentos podem ser representados pelos custos de guarda, os quais incentivam a redução dos estoques. Os componentes dos custos de guarda são:

  1. Custos de oportunidade – recursos aplicados em estoques poderiam ser investidos em outros setores, os quais resultariam em lucros diretos. Os custos de oportunidade representam aproximadamente 15% do custo de guarda;
  2. Custos de estocagem e manuseio – são representados por gastos com aluguéis de espaço para armazenagem, movimentação dos produtos e serviços de manutenção. Podem ser realizados por terceiros ou por pessoal da própria companhia;
  3. Impostos, seguros e obsolescência – gastos proporcionais ao volume de estoque no final do exercício. Alguns produtos em estoque apresentam problemas com prazos de validade (alimentos e farmacêuticos), enquanto outros podem se tornar obsoletos (tecnologia de ponta, como itens de informática).

Suponha uma empresa com custo médio de guarda anual de 30% do valor do produto e valor médio do estoque igual a 20% das vendas. Nessas condições, o custo de guarda anual do estoque é igual a 6% do valor das vendas (0,3 × 0,2). Considerando-se que as margens de lucro normalmente são inferiores a 10%, verifica-se que estoques elevados e mal administrados podem comprometer a funcionalidade da empresa.

O risco oferecido pela adoção de uma política de estoques baixos é a possibilidade de escassez do produto em caso de demanda elevada e inesperada. Escassez ocorre quando um produto demandado pelo cliente não está disponível, acarretando venda perdida. O prejuízo se estende à marca da empresa, visto que o consumidor não costuma esperar mais de uma vez pelo produto desejado, optando pelo serviço ou produto do concorrente.

Quando um estoque não atende à demanda, diz-se que o nível de serviço é baixo. Nível de serviço pode ser definido como a probabilidade desejada de não escassez de um produto durante um ciclo de pedido (tempo verificado entre o pedido e seu recebimento). Uma empresa que fixa seu nível de serviço em 95% aposta que o cliente irá encontrar o item desejado em 95% das vezes em que o procura. A manutenção de um nível de serviço elevado implica, entretanto, em altos custos de guarda de estoque.

  1. Opção por estoques altos

A opção por estoques altos visa eliminar a possibilidade de escassez de um produto, oferecendo ao cliente um alto nível de serviço, ou seja, a garantia de sempre encontrar o item desejado. A adoção de uma política baseada em estoques altos apresenta as seguintes vantagens:

  1. compra de grandes quantidades de um produto gera descontos junto ao vendedor.
  2. custos de colocação de pedido são diminuídos, visto que a aquisição de maiores quantidades de produto reduzem o número de pedidos necessários;
  3. custos de set up são reduzidos, dado que a existência de um produto em estoque dispensa procedimentos de troca de ferramentas e mão-de-obra a cada solicitação de novo produto (os custos de set up são independentes do tamanho do pedido);
  4. utilização de equipamentos e mão-de-obra no gerenciamento dos estoques são aprimorados, principalmente em produtos cuja demanda é sazonal;
  5. redução nos custos com transporte, visto que as cargas podem ser melhor compostas e itens comprados de um mesmo fornecedor podem ser agrupados.

As desvantagens da manutenção de estoques altos caem sobre os custos de guarda, os quais tornam-se demasiadamente elevados. Os custos contemplam atividades de movimentação, manutenção e tarifas sobre os estoques. Produtos em estoque também são passíveis de danos em caso de acomodação e movimentação inadequadas. Outros produtos podem estar sujeitos à deterioração e obsolescência, exigindo uma série de medidas extras para sua conservação e disponibilidade no mercado.

  1. Tipos de Estoques

Os estoques podem ser classificados segundo a maneira pela qual são formados. Essa identificação é interessante para casos em que se deseja reduzir o nível de estoque, através de atuação sobre os meios de sua formação. Os estoques são classificados em:

  1. Estoque de ciclo ([pic 1]) – é a porção do estoque que varia diretamente com o tamanho do lote. Seu dimensionamento pode ser feito através da determinação da freqüência e da quantidade dos pedidos. O tamanho do lote (Q) solicitado é função do tempo transcorrido entre dois pedidos; sendo que maiores intervalos de tempo entre pedidos demandam maiores estoques de ciclo. Para situações de cálculo, o estoque de ciclo ([pic 2]) é definido como Q/2;
  2. Estoque de segurança – esse estoque visa contornar incertezas em relação à demanda, lead time, fornecimento e produção. São úteis quando fornecedores não cumprem tempo e quantidade acertada ou quando ocorrem problemas na produção do item em questão (problemas com qualidade), o que impossibilitaria o prosseguimento do processo. Estoques de segurança podem ser formados pela colocação de pedidos antes da data limite (produtos chegando antes da real necessidade) ou através de pedidos em quantidade maior que a necessária;
  3. Estoque de antecipação – visa assimilar flutuações na demanda ou fornecimento de um produto, o que alivia impactos sobre os meios produtivos em caso de taxas irregulares de demanda. São exemplos: fabricantes de ar-condicionado, bebidas e situações de iminência de greve de fornecedores;
  4. Estoque em movimentação - representados pelos estoques em trânsito, ou seja, pedidos colocados que ainda não foram recebidos.

Trade-off pode ser definido como a impossibilidade de optar por duas alternativas de atuação simultânea, seja por limitações financeiras ou por outros motivos que levem à escolha de uma alternativa em detrimento da eliminação de outra.

Quando se fala em estoques, identifica-se um trade-off entre custo e serviço. Isso significa que não é possível oferecer alto nível de serviço e, ao mesmo tempo, optar pela redução nos custos de guarda com estoque, visto que um alto nível de serviço está vinculado a estoques que geram custos elevados.

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