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ATIVIDADE REFLEXIVA UNIDADE

Por:   •  28/5/2021  •  Ensaio  •  407 Palavras (2 Páginas)  •  151 Visualizações

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O ensino de história remete a uma gama muito mais vasta de fatores do que apenas a repetição mecânica de datas, nomes e bravatas de grandes personalidades. Para além de uma visão mais positivista sobre a teoria da História, a Escola dos Annales dilatou a compreensão e as formas de se refletir sobre o ensinar e o pensar História. Inaugurada na década de 30 pelos historiadores Lucian Febvre e Marc Bloch, a corrente de pensamento trouxe um tom mais crítico ao se refletir sobre o ensino de história, incorporou elementos de outras ciências, dando um caráter multidisciplinar e principalmente buscou refletir sobre a própria função da história e o motivo de estudá-la.

Essa maneira mais influenciou de sobremaneira a composição dos nossos currículos escolares de história no Brasil e traz diversos ganhos para a prática efetiva da docência em sala de aula. Essa compreensão possibilita que os alunos historicizem a sociedade que os rodeia, e reflitam sobre suas próprias condições econômicas, políticas e sociais. Em um país marcado pela desigualdade como o Brasil, a disponibilidade de ferramentas que auxiliem os estudantes a ter uma análise mais consciente das assimetrias de gênero, raciais e econômicas permite que eles possam compreender seus próprios papéis na sociedade, se localizarem espacialmente e promoverem transformações sociais.

É impossível pensar que, ao entrar nas salas de aula, os estudantes iriam simplesmente se desligar de tudo que eles já aprenderam e vivenciaram anteriormente. Saber trabalhar com esses acúmulos, diferentes contextos, perspectivas e backgrounds permite que a aula seja ainda mais rica e que haja uma sinergia e conexão ainda maior entre o conteúdo e os estudantes. A história não deve ser vista como algo alheio a eles, ou uma mera sucessão cronológica de eventos que nada lhe dizem respeito, mas pensada como algo que faz parte de seus cotidianos e que pode ressignificar suas vidas e ser por elas ressignificada.

O dever do professor também é dessacralizar textos, até mesmo os livros escolares, não como um revisionismo que pretende derrubar toda a historiografia já consolidada, mas para refletir sobre o passado ser um objeto de disputa e não um evento fechado e imutável. Sair do pensamento de que a história é uma mera apresentação de fontes primárias, sem a necessidade de questioná-las sendo necessário apenas expô-las. Se o passado muda conforme o presente de quem o analisa, as tensões políticos, econômicas e sociais devem ser postas na equação de como podemos estudar o que já aconteceu.

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