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Ficha de leitura: Pedagogia do oprimido

Por:   •  2/9/2017  •  Resenha  •  1.310 Palavras (6 Páginas)  •  1.244 Visualizações

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FICHA DE LEITURA

Aline Baggio

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2008.

Introdução

Freire foi um pensador comprometido com a educação. Defende nesta obra, uma pedagogia da prática da liberdade e da conscientização critica em que abre caminhos para a autonomia e independência do oprimido, deixando de lado a opressão e o medo de se libertar. Propõe também um método de alfabetização em que o sujeito se descobre pertencente de um processo histórico, na qual a palavra ajuda o homem a tornar-se homem, com o intuito de serem sujeitos de cultura.

O educador, por sua vez deve estar presente diariamente neste processo de alfabetização, conhecendo a realidade de seus educandos e mediando sobre seus conhecimentos, para assim torna-los sujeitos críticos, autônomos e de própria história.  

FICHAMENTO

Esta ficha de leitura da obra Pedagogia do oprimido, tem como objetivo conhecer o pensamento de Paulo Freire acerca da prática da liberdade e do processo de ensino e aprendizagem.

Para Freire, como distorção do ser mais, o ser menos leva os oprimidos, cedo ou tarde, a lutar contra quem os fez menos. E esta luta somente tem sentido quando os oprimidos, ao buscarem recuperar sua humanidade, que é uma forma de cria-la, não se sentem idealistamente opressores, nem se tornam de fato opressores dos opressores, mas restauradores da humanidade em ambos. E aí está a grande tarefa humanista e histórica dos oprimidos – libertar-se a si e aos opressores. Estes que oprimem, exploram e violentam, em razão de seu poder, não podem ter, neste poder, a força de libertação dos oprimidos nem de si mesmos. (p.33)

Ele nos traz a pedagogia do oprimido, como pedagogia humanista e libertadora, passando por dois momentos distintos. O primeiro, em que os oprimidos vão desvelando o mundo da opressão e vão comprometendo-se, na práxis, com a sua transformação; o segundo, em que, transformada a realidade opressora, está pedagogia deixa de ser do oprimido e passa a ser a pedagogia dos homens em processo de permanente libertação. (p.46).

Ressaltando sobre a ação libertadora, Freire nos remete que se deve através da reflexão e da ação, transformá-la em independência. (p.60). É preciso que também se insiram criticamente na situação em que se encontram e de que se acham marcados. (p.61).

Para isso, segundo Freire, o educador e educandos (liderança e massas), co-intencionados, à realidade, se encontram numa tarefa em que ambos são sujeitos no ato, não só de desvela-la e, assim, criticamente conhecê-la, mas também no de recriar este conhecimento. (p.64).

Sobre a educação bancária, o autor enfatiza que a educação “bancária”, em cuja prática se dá a inconciliação educador-educandos, rechaça este companheirismo. E é lógico que seja assim. No momento em que o educador “bancário” vivesse a superação da contradição já não seria “bancário”. Já não faria depósitos. Já não tentaria domesticar. Já não prescreveria. Saber com os educandos, enquanto estes soubessem com ele, seria sua tarefa. Já não estaria a serviço da desumanização. A serviço da opressão, mas a serviço da libertação. (p.71).

Já para a educação problematizadora, conforme Freire é através da consciência, que existe a intencionalidade, nega os comunicados e existencía a comunicação. Identifica-se com o próprio da consciência que é sempre ser consciência de, não apenas quando se intenciona a objetos, mas também quando se volta sobre si mesma. (p.77) É através dela que educadores e educandos se fazem sujeitos de seu processo, superando o intelectualismo alienante, superando o autoritarismo do educador “bancário”, supera também a falsa consciência do mundo. (p.86).

Não há diálogo, porém, se não há um profundo amor ao mundo dos homens. (p.91). Ao fundar-se no amor, na humildade, na fé nos homens, o diálogo se faz uma relação horizontal [...]. Se a fé nos homens é um dado a priori do diálogo, a confiança se instaura com ele. A confiança vai fazendo os sujeitos dialógicos cada vez mais companheiros na pronúncia do mundo. (p.94).

Partindo da realidade, da situação presente, existencial e concreta deve-se refletir no conjunto de aspirações do povo, que poderemos organizar a ação política. O autor Freire relata que nosso papel não é falar ao povo sobre a nossa visão do mundo, ou tentar impô-la a ele, mas dialogar com ele sobre a sua e a nossa. Temos de estar convencidos de que a sua visão do mundo, que se manifesta nas várias formas de sua ação, reflete a sua situação no mundo, em que se constitui. (p.100).

Sobre os temas geradores, Freire relata que o momento deste buscar é o que inaugura o diálogo da educação como prática da liberdade. É o momento em que se realiza a investigação do que chamamos de universo temático. O que se pretende investigar realmente, não são os homens, como se fossem peças anatômicas, mas o seu pensamento-linguagem referido à realidade, os níveis de sua percepção desta realidade, a sua visão de mundo [...]. (p. 101).

A investigação do tema gerador, que se encontra contido no “universo temático mínimo” (os temas geradores em interação), se realizada por meio de uma metodologia conscientizadora, além de nos possibilitar sua apreensão, insere ou começa a inserir os homens numa forma crítica de pensarem seu mundo. (p.112).

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