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O Jogo Pode Ajudar Na Aprendizagem

Por:   •  28/4/2023  •  Exam  •  2.710 Palavras (11 Páginas)  •  58 Visualizações

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Jogo e Aprendizagem - 11021 | E-Fólio B

A APRENDIZAGEM, O JOGO E O FUTURO

O jogo pode ajudar na aprendizagem[1]

Raquel Machado[2]

  1. Resumo

Vivemos num tempo de revolução digital, onde os dispositivos tecnológicos fazem parte do nosso dia a dia e sem os quais se torna cada vez mais difícil trabalhar, socializar, aprender e comunicar. Tanto a geração nativa digital[3], como os imigrantes digitais[4], precisam conhecer mais esse mundo, essa cultura, e, com isso, aprender a interagir de forma ativa, participativa e inclusiva utilizando as ferramentas certas. Reconhecendo que o jogo tem grande importância para o desenvolvimento humano adequado, torna-se hoje, importante a transposição do modelo de aprendizagem tradicional, para uma versão digital, que estimule o novo homem, o novo aluno. Os jogos eletrónicos permitem a criação de situações de simulação mais significativas, permitindo modos de atuar e pensar não lineares, envolvendo competências de negociação, trabalhando a cognição e a emoção. A escola é um espaço privilegiado para o desenvolvimento adequado deste novo modelo de aprendizagem, criando novos significados à utilização do digital no espaço escolar e combatendo o fosso entre gerações. A utilização das novas tecnologias, permitem que o homem desenvolva as características e competências necessárias à preparação para os desafios da sociedade do futuro. Assim, a utilização de videojogos com objetivos bem definidos e orientação pedagógica, pode facilitar a aprendizagem e contribuir para o aumento da capacidade de atenção, autoconhecimento, raciocínio, imaginação, criatividade, interação social, negociação, trabalho em equipa, cooperação e colaboração.

  1. Palavras-chave: Nativos digitais; Desenvolvimento humano; Educação; Aprendizagem; Jogo, videojogo; Futuro.

  1. Introdução

Com a era digital em franca expansão, uma nova hominescência[5] se levanta, No vídeo de Cesargalves (s.d.), Michel Serres refere que a evolução do homem se dá no processo de substituição de funções que permitam alcançar mais competências, salientando entre elas,que, “o homem levantou-se para libertar as mãos, podendo hoje, ser pianista, cirurgião e muito mais, tornando-se um prestidigitador[6]”. A forma como o homem aprende, também precisa de mudanças de habilidades que lhe permitam acompanhar a evolução da sociedade, torna-se assim, importante a adaptação ao digital e a todas as possibilidades que este novo mundo oferece.

  1. Era Digital e a Internet

É muito comum ouvir-se a expressão “Nova Era Digital”, contudo, há na sociedade uma necessidade premente, em compreender que a Era Digital não é uma novidade das gerações mais novas. Inicialmente, o digital resumia-se a tecnologia eletrónica como, a televisão, os rádios, leitores portáteis de cassete, CD e mais tarde mp3, leitores VHS e DVD, máquinas fotográficas sem filme, e, jogos portáteis como o Game Boy. Assim, a Era Digital já começou há algum tempo, mas, todas estas tecnologias se tornam obsoletas rapidamente, pelo acelerado processo evolutivo nesta área. A constante novidade passa a ser o seu formato, e não a sua existência.

Se antigamente a tecnologia ocupava um lugar de lazer na vida da maioria da população, hoje a sua utilização vai muito além desse papel. Deixámos de ter apenas tecnologia eletrónica de acesso a conteúdos, para passarmos a utilizar dispositivos mais recentes, que nos permitem estar constantemente conectados e ligados a tudo.  Foi com o aparecimento e evolução da World Wide Web que a sociedade sofreu uma grande mudança de paradigma a várias dimensões. O acesso que o homem passou a ter a uma nova fonte ilimitada de informação, a um novo mundo à distância de um clique e, a diferentes possibilidades de comunicação, têm levantado questões quanto ao preço da utilização excessiva desses recursos, face à qualidade de vida do homem em sociedade. Esta grande revolução evolutiva do mundo digital, leva a humanidade a necessitar de uma mudança transformadora de hábitos e estilo de vida, incluindo, na forma como nos relacionamos, comunicamos, trabalhamos, divertimos e aprendemos.

A internet tornou-se familiar para quase toda a sociedade, permitindo a interação, a partilha, a reutilização e a criação e coprodução de conteúdos. A sociedade, cada vez mais submersa nesse mundo, encontra-se agora num processo de hominescência, provocado pelas diferenças presentes na geração nativa digital, uma geração com novos hábitos, novos conceitos, novos horizontes e novas necessidades. Os nativos digitais nasceram numa cultura, que lhes permite desenvolver novas capacidades e competências pelo constante acesso ás TIC, contudo, Coelho,Costa & Neto (2018) salientam que “um dos maiores problemas de nossa contemporaneidade é a diferença existente entre as necessidades dos nativos digitais e as decisões educativas tomadas pelos imigrantes digitais.”

  1. O Jogo e o Desenvolvimento Humano

Assim como no dia a dia as tecnologias alteraram a vida do homem, também o processo de ensino-aprendizagem é influenciado pelo mundo digital, carecendo de uma mudança significativa que permita uma adaptação estimulante entre o tradicional e o digital, oferecendo novas formas de leitura, de raciocínio, de interação e de participação, mais familiares e adequadas às necessidades dos novos estudantes. É neste contexto que surgem os jogos e a discussão atual sobre a sua importância, enquanto recursos, no processo de ensino-aprendizagem. Lev Vigotsky[7], Jean Piaget[8], Henry Wallon[9], referem nas suas teorias a importância do ato de brincar e do jogo, no desenvolvimento da capacidade de compreensão e apreensão do meio envolvente, na relação social do homem, com o mundo, com a cultura, e com os outros, estimulando novas aprendizagens. A partir deste raciocínio, avaliamos as competências de cada modelo de jogo e o que cada um pode estimular, contribuindo para o desenvolvimento das capacidades e competências humanas. O jogo pode simplesmente ser utilizado como distração, divertimento, tempo de lazer ou uma simples brincadeira, mas também, pode tornar-se uma forte ferramenta de aprendizagem quando desenvolvido com caráter pedagógico, focado em objetivos educacionais.

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