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Projeto EJA Alfabetização

Por:   •  1/12/2017  •  Projeto de pesquisa  •  10.596 Palavras (43 Páginas)  •  496 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO GRANDE DO SUL

PEDAGOGIA LICENCIATURA

ANA PAULA TAVARES

CARLA CONCEIÇÃO

EVELYN PEREIRA

JOELMA SERAFIM

JOSIEL MOURA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO

 – EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS –

CIDREIRA 2012

ANA PAULA TAVARES

CARLA CONCEIÇÃO

EVELYN PEREIRA

JOELMA SERAFIM

JOSIEL MOURA

ESTÁGIO III - EJA

Sala 09: a escola noturna para trabalhadores e trabalhadoras

CIDREIRA-2012

  1. TEMA

Educação e Trabalho

  1. TEMÁTICA

A escola noturna para trabalhadores e trabalhadoras

  1. OBJETIVOS
  1. Objetivo geral:

Este trabalho tem por objetivo desenvolver uma proposta de alfabetização a partir da experiência do mundo do trabalho dos alunos e das alunas da escola noturna para jovens e adultos (as).

  1. Objetivos específicos:
  • Compreender o alfabeto a partir do contexto vivido;
  • Apropriar-se de conceitos matemáticos ligados à atividade prática dos sujeitos;  
  • Conscientizar-se que são sujeitos de conhecimento, rompendo com a concepção que não sabem;

  1.  JUSTIFICATIVA

De acordo com a Lei 9.394/96, em seu artigo 37, a educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria. Para tanto, prevê que os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames.

Neste sentido entendemos que educação de jovens e adultos compreende espaços para os educandos que tiveram uma educação negada ao longo de suas vidas e por tantos outros motivos não conseguiram concluir seu processo de escolarização. Dito isso, compreende-se uma grande parcela de nossa sociedade que compõe os bancos escolares e não-escolares, sendo eles: jovens, adultos, idosos, trabalhadores, homens e mulheres, com pouca ou nenhuma qualificação, portadores de necessidades educativas especiais, das mais diversas raças e etnias (MOVA, 2008).

Desta forma, este trabalho tem como objetivo propor estratégias de alfabetização ligadas ao mundo do trabalho do educado contemplando o contexto social e cultural dos mesmos. Gramsci compartilha desta concepção, uma vez que entende que “não se pode separar o homo faber do homo sapiens”. Nas suas palavras: 

Não há atividade humana da qual se possa excluir toda intervenção intelectual, não se pode separar o homo faber do homo sapiens. Em suma, todo homem, fora de sua profissão, desenvolve uma atividade intelectual qualquer, ou seja, é um “filósofo”, um artista, um homem de gosto, participa de uma concepção de mundo, possui uma linha consciente de conduta moral, contribui assim para manter ou para modificar uma concepção de mundo, ou seja, para suscitar novas maneiras de pensar. (GRAMSCI, 2000, p. 53)

Esta proposta pedagógica que alia trabalho e educação está em conformidade com o que estabelece o Parecer CNE/CEB n° 06/2010 em seu Art. 12

Art. 12 A educação de Jovens e Adultos e o ensino regular sequencial para os adolescentes com defasagem – série devem estar inseridos na concepção de escola unitária e politécnica garantido a integração dessas facetas educacionais em todo o seu percurso escolar, como consignada nos artigos 39 e 40 da Lei n° 9.394/96 e na Lei n°11.741/2008, com a ampliação de experiências tais como os Programas PROEJA e Projovem e com o incentivo institucional para adoção de novas experiências pedagógicas, promovendo tanto a Educação profissional quanto a elevação dos níveis de escolaridade dos trabalhadores.

Com base no acima exposto entendemos que este projeto está em conformidade com o estabelecido no referido Parecer. A relevância de desenvolver a temática educação e trabalho pauta-se no fato de percebermos que muitos (as) jovens e adultos tiveram que abandonar seus estudos para trabalhar tanto no meio rural como também no meio urbano, e assim, em sua vivência tiveram sua dimensão negada, porém suas práticas na totalidade da vida promoveram inúmeras aprendizagens que devem ser reconhecidas e compartilhadas por todos (as).

  1. REFERENCIAL TEÓRICO

5.1 O CONTEXTO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL

O processo educacional brasileiro inicia-se milhões de anos muito antes da chegada do primeiro português a estas terras - contrariando o que diz a história oficial - ela inicia no seio das tribos indígenas pré-colombianas, onde o ensino da cultura[1] é passada oralmente, nos afazeres diários, nos rituais de cura, e desde aqueles tempos são resistentes à imposição da ação da cultura branca atravessando séculos de existência, até os nossos dias (PALUDO, 2001, p. 30).

Com relação aos primeiros processos civilizatórios que aqui se constituíram destacamos que, desde aquele momento, já se sobressaiam os movimentos de resistência - para não falsear, uma compreensão romântica desta história - que entre os diversos acontecimentos e relações oriundos desse processo, o germe revolucionário pulsava naqueles que estavam sendo violentados e destruídos, desde aquele período.

Não houve apenas passividade e aceitação – houve luta e resistência, como bem   destaca Galeano:

A história real da conquista e da colonização das Américas é uma história da dignidade incessante. Não houve nenhum dia sem rebelião em todos os anos daqueles séculos, mas a história oficial apagou quase todas essas revoltas, com o desprezo que merecem os atos de má conduta da mão-de-obra. Afinal, quando os negros e os índios se negavam a aceitar a escravidão e o trabalho forçado como destino, estavam cometendo delitos de subversão contra a organização do universo. Entre a ameba e Deus, a ordem universal se organiza numa longa cadeia de subordinações sucessivas. Assim com os planetas giram em torno do sol, devem girar os servos em torno dos senhores. A desigualdade social e a discriminação integram a harmonia do cosmo desde os tempos coloniais. E assim continua sendo e não só nas Américas. (GALEANO, 1999, p. 52-54)

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