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Superando o Racismo na Escola

Por:   •  12/5/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.405 Palavras (6 Páginas)  •  292 Visualizações

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[pic 1]   UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS – UEMG  [pic 2]

FACULDADE DE EDUCAÇÃO- FAE

Aluna: Aline Borges

Professora: Patrícia Nery

Disciplina: Língua Portuguesa

Data: 18/03/2014        

Turma: NFVIII 1°/2014

Leia o artigo Personagens Negros: um breve perfil na Literatura Infanto-juvenil da Heloísa Pires, publicado no compêndio Superando o Racismo na Escola, MEC, 2005 e responda às questões abaixo:

a) Com qual concepção de literatura Infanto-juvenil, Heloísa Pires trabalha em seu texto?

Para Heloísa Pires Lima as representações dos negros nos livros infanto-juvenis brasileiros foram muito limitadas, refletindo e, às vezes, denunciando, as condições dessas pessoas na sociedade. "Na literatura, os papéis reservados aos negros eram de personagens escravizados, folclóricos ou submetidos a situações de exploração e miséria, como as empregadas domésticas e os meninos de rua". 

Se, por um lado, essas figuras retratam parte da realidade social do país, por outro, a ausência de negros no papel de heróis, princesas, fadas, vilões e outros tantos arquétipos literários dificulta a valorização da diversidade. "Para uma criança negra, é importante ter referências positivas da auto-imagem. E para todas as crianças, isso também é positivo, pois possibilita a construção de uma imagem mais plural da sociedade", ressalta Heloisa.

Para a autora, a literatura é: “[...] um espaço não apenas de representação neutra, mas de enredos e lógicas, onde ao me apresentar eu me crio, e ao me criar eu me repito”.

b) Segundo a autora o que representam as imagens nas obras de literatura infanto-juvenil?

Durante o artigo a autora afirma que não basta ler histórias politicamente corretas e terrivelmente chatas. Os livros têm que ter qualidade literária e trazer ilustrações bem feitas, afinal, "eles servem como espelhos para a construção da identidade, principalmente a das crianças".

Heloísa faz considerações que as imagens constroem enredos e cristalizam percepções sobre o mundo que é imaginado pelo autor, e se examinados como conjunto revelam expressões culturais de uma sociedade. Outro ponto de reflexão encontra-se que a cultura informa crenças e valores que orientam as percepções de mundo. A imagem age como instrumento de dominação real através de códigos embutidos em enredos e extensões das representações das populações colonizadas.

c) Heloísa Pires analisa as tipologias negras encontradas na literatura infanto-juvenil. Quais outras tipologias também poderiam ser analisadas de acordo com a concepção de literatura abordada no texto?

A autora evidencia claramente a representação do negro como segmento inferior e dominado. Através das análises feitas pela autora o negro era relacionado à ignorância, ao universo rural e ao passado, transformado em figura mítica e folclorizada no imaginário literário. Também se incorporou à imagem do negro as práticas religiosas “pagãs” e “primitivas”, traduzida na transformação das pretas velhas e pretos velhos em curandeiros ou feiticeiros.

Na sociedade são encontradas ainda outras tipologias além das citadas no artigo como:

  • O caipira que geralmente é representado com roupas velhas e remendadas, fumando, em cenários repleto de verde e tranqüilo, transmitindo a mensagem de pessoas preguiçosas, com expressões desleixadas, e afeições de pessoas ingênuas.
  • O índio que continua sendo representado como na época da chegada de Cabral ao Brasil, com instrumentos rústicos como lança, arco e flecha.

d) A autora constrói alguns quadros de análise para examinar como a imagem vem representando o negro na literatura infantil. Descreva, brevemente, cada quadro, analisando as implicações desses modos de representação na construção das identidades das crianças.

A autora inicia suas considerações a respeito do negro, com uma pesquisa de como é a presença do negro na literatura infanto-juvenil. Em sua percepção ela afirma que os negros não estão presentes na literatura de uma forma invisível, ela apresenta uma análise de algumas figuras encontradas durante a pesquisa. Conclui dizendo que os negros aparecem nos livros de literatura infanto-juvenil, com uma gama restrita de associações.

Escravizados como escravos

Os negros quando personagens das histórias aparecem vinculados à escravidão. As abordagens naturalizam o sofrimento e reforçam a associação com a dor. As histórias são tristes e mantenedoras de uma marca de condição inferiorizada.

A autora faz considerações a respeito dessa forma de reprodução, uma vez que essa cristalização da imagem do estado de escravo torna-se uma das formas mais eficazes de violência simbólica. A reprodução marca intencionalmente uma única referência da população negra. O modelo repetido marca a população como perdedora e atrapalha uma ampliação dos papéis sociais.

A representação da criança negra geralmente é voltada ao universo da triste e passiva escravidão, com traços grotescos alinhados a construção da imagem. As afeições do rosto são iditiotizadas e retiradas à altivez humana.

As empregadas

Outra forma de caracterização do negro é como caricatura de empregadas doméstica, numa realidade bem próxima da escravidão como exemplifica as imagens analisadas por Heloísa, onde as imagens e os textos reforçam a de uma mulher boba que ri de tudo como exemplificado na imagem 8.

Um dos questionamentos feitos pela autora está na diferença entre o número de opções que uma criança negra tem para a construção da sua identidade, uma vez que ela encontra imagens pouco dignas para se reconhecer, o que autora reforça que não está na profissão, mas sim na altivez, simpatia, inteligência, e integridade como pessoa e não apenas com bobice como configuração.

As Nastácias de Monteiro Lobato

A autora descreve a trajetória do segmento negro na literatura desde a primeira edição da obra de Monteiro Lobato. A pesquisa retrata as diferentes ilustrações realizadas por Lobato através dos anos. Em suas diversas variações, “Tia Anastácia” ilustrada com uma imagem de cor preta grotesca, animalizada, sobretudo, quando seu rosto aparece ao lado de porcos e em outra versão como monstrenga. Nesse aspecto, evidencia-se claramente a representação do negro como segmento inferior e dominado. Heloísa ressalta ainda que sob o olhar de negros e não negros fica reforçada a ideia de dominação e subordinação.

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