TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Resenha do Artigo: O Astrolábio, O Mar e O Império

Por:   •  26/5/2016  •  Resenha  •  1.628 Palavras (7 Páginas)  •  356 Visualizações

Página 1 de 7

[pic 1][pic 2]

SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA

PÓLO DE MACAPÁ

EDSON WANDER SANCHES FERREIRA

RESENHA DO ARTIGO: O ASTROLÁBIO, O MAR E O IMPÉRIO.

Macapá-AP

2015

EDSON WANDER SANCHES FERREIRA

RESENHA DO ARTIGO: O ASTROLÁBIO, O MAR E O IMPÉRIO.

Uma análise do processo de expansão marítima europeia a partir do texto de Heloísa Meireles Gesteira.

                                               Trabalho apresentado ao Curso de Licenciatura   em  História

                                                da UNOPAR  - Universidade Norte do Paraná para o Portfólio

                                                 Individual

Macapá-AP

2015

A autora Heloísa Meireles Gesteira procura por em evidência as bases técnicas e cientificas que possibilitaram a expansão marítima europeia, ressaltando que o grande impulso dado a expansão portuguesa foi a valorização de todas as técnicas que pudessem servir à navegação, com destaque especial para a construção e uso dos artefatos para medições e os instrumentos matemáticos utilizados na navegação oceânica.

Nos séculos XV e XVI, as navegações sofreram transformações significativas, por exemplo, enquanto a navegação ao longo da costa os navios raramente se afastavam e nesse caso a orientação era feita a partir da observação de pontos de referência em terra, a navegação atlântica dependia da aplicação de conhecimentos indispensáveis de astronomia e náutica.

As viagens oceânicas trouxeram muitos desafios que foram solucionados ao longo dos anos, a cada avanço, a cada conquista os navegadores portugueses iam somando experiências, aperfeiçoando os instrumentos náuticos, vencendo obstáculos, como a conquista de Ceuta em 1415, a passagem dos cabos Bonjador (1434) e das Tormentas (1488), abrindo a rota da Índia por Vasco da Gama em 1497-1499.

Os navegadores iam acumulando durante suas viagens, as mais diferentes experiências resultante de conhecimentos empíricos, técnicas e racionais, e registravam tudo em roteiros e em cartas de navegação o que possibilitou o desenvolvimento de técnicas náuticas que permitiram a navegação oceânica.

É importante destacar que as navegações oceânicas exigia muito mais do que a experiência do piloto e dos instrumentos tradicionais de navegação como, por exemplo, a agulha de marear. Não mais adiantava conhecer o rumo e a profundidade, pois não havia mais o contato visual com a costa. Sendo necessário “achar” um novo ponto de visualização, só que agora não mais na terra e sim no céu.

Nesse sentido alem das informações sobre as condições de navegação, roteiros de viagens, os navegadores iam munidos de instrumentos náuticos que os portugueses souberam adaptar para a navegação oceânica como o astrolábio, bússolas, quadrantes, balhestilhas e outros artefatos como compasso, transferidor e réguas.

Vejamos bem, se num primeiro momento esses navegadores eram representados como homens rudes e analfabetos, agora eles se tornavam os “intelectuais”, os “cientistas” de bordo, pois deviam saber manipular os “instrumentos” náuticos como o astrolábio, a balhestilhas, o quadrante, saber usar as cartas de marear. Devia ser capazes de estimar a velocidade, fazer cálculos, compreender as tabelas de latitude.

Cabe destacar que os avanços dos conhecimentos geográficos e astronômicos somados ao desenvolvimento de instrumentos cada vez mais precisos, principalmente o domínio sobre as técnicas, foram imprescindível para a expansão marítima europeia. Por isso, ter homens com estes conhecimentos passou a ser de grande importância não só para a defesa dos interesses geopolíticos na Europa com também no ultramar.

Os navegadores que além de experientes, os que tinham conhecimentos dos instrumentos náuticos que sabiam as regras básicas da arte de navegar foram se transformando em servidores imprescindíveis do monarca.

Nesse contexto, surgiram obras voltadas para a difusão da arte de navegar com a intenção não só de auxiliar aqueles que iam para o mar, como também assimilar práticas consagradas pelo uso dos navegantes e inseri-las em obras que buscavam o reconhecimento da autoridade entre cosmógrafos e outros homens de ciências.

Com o início da organização do ensino náutico, com a preparação dos pilotos e com o controle por parte da coroa, de acordo com o “regimento dos pilotos” (publicado em 1592) que definia as atribuições dos cosmógrafos-mores que eram os responsáveis pelas demarcações internas do reino e pelos limites externos. O regimento apontava para a articulação entre interesses políticos e a importância que o controle sobre as rotas e localização de terras distantes passou a ter na geopolítica europeia.

O “regimento dos pilotos” previa ainda comentários sobre a esfera terrestre na qual estava dividida em 360 graus que servia para marcar os astrolábios e quadrantes, para medir a altura dos astros no mar. Isto porque havia a necessidade de se localizar, de se deslocar com segurança de um ponto a outro, de identificar as novas terras, impôs a padronização das medidas utilizadas para a fabricação dos tais instrumentos.

É importante ressaltar que a autora explora especificamente uso de instrumentos náuticos como o astrolábio para determinar a latitude e a agulha de marear para ajustar o rumo de acordo com os roteiros. Os instrumentos foram desenvolvidos e adaptados. Sendo que o primeiro deles utilizado para medir a altura da estrela Polar foi o quadrante. Como a estrela Polar não podia ser visualizada ao sul da linha do Equador a alternativa foi substituir o quadrante pelo astrolábio, o mais indicado para leitura solar.

O astrolábio existia desde a antiguidade e acredita-se que fora os árabes que introduziram na península Ibérica. Sua utilização no mar deveu-se a sua capacidade de medir de forma precisa a altura dos astros. Os portugueses foram adaptando o astrolábio para uso no mar e ajustando para facilitar o calculo de latitude.

Além do astrolábio, a agulha de marear era utilizada para ajustar o rumo que as embarcações deveriam seguir de acordo com os roteiros. Era um instrumento com vários arcos que se entrecruzam no zênite que obedecia aos princípios da esfera 360 e suas subdivisões formando 32 rumos distintos que serviam para classificar os ventos.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (10.5 Kb)   pdf (1.4 Mb)   docx (1.4 Mb)  
Continuar por mais 6 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com