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A LITERATURA INFANTIL: ASPECTOS HISTÓRICOS E SOCIAIS

Por:   •  20/10/2022  •  Trabalho acadêmico  •  2.153 Palavras (9 Páginas)  •  92 Visualizações

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2.1 LITERATURA INFANTIL: ASPECTOS HISTÓRICOS E SOCIAIS

A literatura infantil não tem uma data específica para seu início, porém pode-se observar que a partir do século XVII na França iniciava-se sua trajetória com o passar dos anos, estendeu-se por toda Inglaterra. Assim, a literatura precisou a ser modificada, ou seja por um desenvolvimento, mudando seu próprio conceito de infância para ser pensada e analisada com uma visão estética e conteúdo específicos. O que elas nos trazem em comum, são historias que tem um poder absoluto de mudar o comportamento das crianças dentro do sistema de valores da nossa sociedade a qual estamos inseridas. Coelho, 2000, nos afirma que a literatura popular dar-se origem a literatura infantil, dando origem ao “maravilhoso” entretanto, tudo aquilo que é criado pela fantasia é algo extremamente sobrenatural, e cheio de mistérios, por tanto o elemento que chamamos de “maravilhoso” é capaz de ter uma coletividade de narrativa, seno assim os fatos não são individuais mas sim comuns em diversos tipos de mitos, lendas, e logo, valores e crenças.

Portanto, em épocas passadas o acesso a educação era restrito apenas para as crianças que vivam na nobreza as quais tinham os seus mentores, que as auxiliavam em suas leituras, essas que eram Clássicas, Crianças da classe média baixa, costumavam ouvir histórias de aventuras contadas pelos seus pais, avós ou pessoas mais velhas de seu convívio. (DIAS, OLIVEIRA, 2000, p. 31. Ademais, sabendo que a literatura é um formada por um grupo de palavras que formam uma linguagem especifica, que traz consigo uma determinada experiência humana, que dificilmente será interpretada como tal precisão, devemos compreender que  a arte literária é a singularidade de cada momento da vida humana em sua inconstante evolução.

Destarte, ao falarmos de Brasil, a literatura infantil criou um grande laço com a educação, entretanto firmou-se no século XX, com a ajuda da Imprensa Régia que trouxe obras pedagógicas e implantações portuguesas, conforme aponta (DIAS, OLIVEIRA, 2000, p. 31) Ademais, o modelo burguês do século XX abre espaço para a  preocupação com a infância, entendendo-se que há limitações, sendo assim a sociedade passa a desconsiderar o tratamento de crianças como “miniaturas adultas” desse modo, afirma-se que, é um período onde as crianças começam ser respeitada pelos adultos, tendo em vista suas limitações e características de acordo com a sua idade o que abre espaço para uma Literatura contemporânea, definida a partir de  valores, sejam eles, sociais, econômicos, ideológicos ou políticos afirma (ZILBERMAN, 1985, p. 18).

Diante disso, a literatura infantil é muito utilizada, por professores, escolas e bibliotecários, assim incentivando as crianças a ter o gosto pela leitura e seu mundo imaginário, enlaçando uma realidade criada pela sua imaginação, vivendo em um mundo que é feito exatamente para elas. Portanto, a fase da infância é a etapa mais importante da vida do ser humano e a literatura infantil proporciona um grande desenvolvimento intelectual, espiritual e emocional, cultivando assim muitos benefícios para o seu futuro, sendo assim segundo a psicologia da aprendizagem, a infância é tratada como uma preparação para a vida adulta, contudo, o pensamento infantil ainda não tendo uma lógica racional, a literatura infantil se adequa as fases do raciocínio infantil, mais visto como “idade cronológica” entretanto são concepções que, convivem ate hoje em nossa realidade, sendo percebidas ate no modo como os livros são produzidos e catalogados pelas editoras. Por tanto essa concepção de infância tem sido defendida e ela traz consigo uma nova postura de literatura infantil, entendendo-se que a criança é cheia de conflitos, medos, dúvidas etc., por não conhecer a realidade, mas trazendo consigo uma imagem projetada de adulto. Se a imagem da criança é contraditória, é precisamente porque o adulto e a sociedade nela projetam, ao mesmo tempo, suas aspirações e repulsas. A imagem da criança é, assim, o reflexo do que o adulto e a sociedade pensam de si mesmos. Mas este reflexo não é ilusão; tende, ao contrário, a tornar-se realidade. Com efeito, a representação da criança assim elaborada transforma-se, pouco a pouco, em realidade da criança. Esta dirige certas exigências ao adulto e à sociedade, em função de suas necessidades essenciais. (ZILBERMAN, 1985, p. 18)

No Brasil, a literatura infantil chegou entre o período das Colônias e ainda no século XIX não havia produção editorial, portanto os livros infantis nasceram com contos folclóricos e fábulas, com o intuito de, garantir comportamentos exemplares, assim, assegurando os valores  das classes  que estavam no comando naquela época. Contudo os livros infantis eram todos impressos no Portugal que passavam por uma tradução do português de Portugal, e dessa forma vinham ao Brasil, os livros eram apenas acessados por aqueles que podiam pagar por ele, já no caso da classe média baixa, as estórias eram apenas contadas de forma oral, vindos de sua cultura ibérica, dentre os temas de religião ou cavalaria. Nos afirma Taina Thies, (2020, p. 30)

Entretanto o livro infantil também utilizado de forma pedagógica, em especial, tornou-se um artefato para a alfabetização. Os livros de literatura infantil, e os livros pedagógicos passam a ser produzidos no Brasil, a partir do século XIX e se firma, utilizados com um grande valor pela sociedade Brasileira. Segundo Coelho (2001), salienta que os livros nessa época continham valores, intelectualismo, tradicionalismo cultural, moralismo e religiosidade.

Segundo Lajolo e Zilberman, 2007, os livros infantis em meados dos séculos XIX e no início do século XX ganhavam espaço na sociedade, entretanto, nem todas as crianças tinham acesso a livros, pois apenas crianças de boas condições financeiras eram educados de acordo com os valores da burguesia europeia. As crianças mais pobres e filhos de escravizados não estavam dentro deste padrão.  Conforme Coelho (2010) nos anos de 1920 a 1930 houve um crescente número de interesse pela educação, instaurando-se uma guerra entre a literatura de fantasia e a literatura realista, naquela época, as escolas tinham um olhar direcionado à literatura fantasia como algo fútil; pois para a escola a única que poderia ser levada em conta, seria a literatura realista, baseada em fatos.

Sendo assim, a habilidade de sonhar estava sendo abandonada, e consequentemente também pela literatura infantil,  pois segundo Taina Thies (2020, p 29) houve uma grande transição da literatura infantil e o didatismo, com a estética atribuindo assim uma necessidade existencial, sendo assim exibindo a realidade embora cruel, por meio simbólico, contudo, a realidade mesmo sendo opressora engatou um aprimoramento de artes que nos coloca em pensamento crítico sobre a nossa realidade e a fantasia, assim construindo uma realidade do sujeito no mundo.

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