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Literatura Infantil

Por:   •  19/11/2015  •  Trabalho acadêmico  •  3.849 Palavras (16 Páginas)  •  568 Visualizações

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LITERATURA INFANTIL
Autor Simone


RESUMO

Este trabalho propõe-se analisar aspectos da literatura infantil como o seu uso no processo de formação moral e social da criança, sua importância em sala de aula e de que forma os contos de fadas colaboram para o desenvolvimento da imaginação da criança. Para isto foi desenvolvido uma pesquisa bibliográfica e entrevista com uma pedagoga e escritora. A partir da literatura infantil é possível refletir, analisar, comparar e questionar, ou seja, formar um senso crítico e reflexivo na criança. Ela é um caminho que leva ao desenvolvimento da imaginação, emoções e sentimentos de forma prazerosa e significativa. É uma importante ferramenta de transmissão de valores.Palavras-chave: Literatura Infantil, contos de fadas, sala de aula.


1 INTRODUÇÃO

Ao longo dos anos, a educação preocupa-se em contribuir para a formação de um indivíduo crítico, responsável e atuante na sociedade. As escolas buscam conhecer e desenvolver na criança as competências da leitura e da escrita e como a literatura infantil pode influenciar positivamente neste processo. 

Segundo Coelho (2000, p.14) “a literatura, e em especial a infantil, tem uma tarefa fundamental a cumprir na sociedade em transformação: a de servir como agente de transformação, seja no espontâneo convívio leitor/livro, seja no diálogo leitor/texto”. Para isto, os autores precisam, para criar um universo literário significativo e coerente em suas mensagens, uma determinada consciência do mundo ou certa filosofia de vida.

A literatura infantil é uma fonte saudável de alimento para a imaginação infantil. Ela pode ser apresentada como veículo criador de valores.

Através dela estimula-se na criança a capacidade de entender, pensar e imaginar. Conforme a criança vai lendo ou escutando, ela mesma forma uma interpretação no mundo imaginário, muitas vezes recriando a própria história.

Este trabalho foirealizado através de estudo bibliográfico com diversidade de autores.

O objetivo desta pesquisa é avaliar como o uso da literatura infantil contribui no processo de formação moral e social da criança, como devemos utilizá-la em sala de aula e de que forma os contos de fadas contribuem para o desenvolvimento da fantasia e do lúdico da criança.


2 LITERATURA INFANTIL NO PROCESSO DE FORMAÇÃO MORAL DA CRIANÇA

Até as duas primeiras décadas do século XX, as obras didáticas produzidas para a infância, apresentavam um caráter ético-didático, ou seja, o livro tinha a finalidade única de educar, apresentar modelos, moldar a criança de acordo com as expectativas dos adultos. A obra dificilmente tinha o objetivo de tornar a leitura como fonte de prazer, retratando a aventura pela aventura. Havia poucas histórias que falavam da vida de forma lúdica, ou que faziam pequenas viagens em torno do cotidiano, ou a afirmação da amizade centrada no companheirismo, no amigo da vizinhança, da escola, da vida. 

Por volta dos anos 70 a literatura infantil passa por uma revalorização. Ela se ramifica por todos os caminhos da atividade humana, valorizando a aventura, o cotidiano, a família, a escola, o esporte, as brincadeiras, penetrando até no campo da política e suas implicações. 

Hoje a Literatura Infantil vem ganhando espaço e credibilidade. Pais, educadores e escritores tem visto como ferramenta de transmissão de valores.

Segundo CLAPAREDE (apud Coelho, 1911):
O interesse das crianças pelas historias ou o prazer que demonstram ao ouví-las ou lê-las são os sintomas de que tal ato, mais do que simplesmente diverti-las, satisfaz a umanecessidade interior e instintiva: a necessidade do crescimento mental, inerente ao ser em desenvolvimento.

Este crescimento mental, que está em desenvolvimento, precisa estar preenchido com informações e conceitos para que se possa mentalizar e compreender a vida, o mundo, pois isto é condição básica do ser humano. Em um mundo tão rápido, prático e tecnológico, é imprescindível que as crianças tenham este contato imaginário através da literatura infantil para se tornarem adultos criativos, sensíveis e capazes de compreender a sua própria realidade.

Mas será que realmente a literatura infantil contribui para a formação moral e social da criança?

Segundo Bakhtin (apud Malamann, 2011) a literatura infantil é capaz de transformar o indivíduo em um sujeito ativo, responsável pela sua aprendizagem, que sabe compreender o contexto em que vive e modificá-lo de acordo com a sua necessidade.

Através da literatura infantil é possível orientar até comportamentos, pois a criança toma posição de acordo com a conduta de personagens, despertando a reflexão dos valores morais. Mas afinal, o que é moral? Segundo o Dicionário de Língua Portuguesa Aurélio Online a “moral é o conjunto de princípios e valores de conduta do homem, ou ainda, bons costumes e conjunto de regras e princípios que regem determinado grupo”.

As pessoas cultivam diferentes valores, porém alguns são essenciais para o bom convívio na sociedade com solidariedade, respeito ao próximo e a natureza.


3 LITERATURA INFANTIL EM SALA DE AULA

Literatura infantil é uma forma produtiva e eficaz de ensinar. Em sala de aula, o professor é parte fundamental para que ascrianças adquiram o hábito pela leitura, pois, é através da leitura que se desenvolve a capacidade de entender e apreende a organizar seus pensamentos, a desenvolver o seu imaginário.

Acredita-se que é a partir dos entusiasmos e encantamento que é despertado pela leitura nasce o interesse pela escrita, fazendo com que, a criança desenvolva seu potencial de criar e expor suas idéias.

A escola é de suma importância, porque é o agente de formação. O professor deve ter em mente seu papel de estimulador e orientador, levando em conta que a criança é um ser em desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, observando as considerações de aprendizagem das crianças, direitos estes previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente.

O Estatuto da Criança e do Adolescente em seu artigo 3º prevê: 
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de igualdade. 
Assim é de suma importância que o professor tenha conhecimento para poder utilizar os materiais didáticos e a metodologia dando as crianças oportunidade e facilidade de desenvolver-se seu aprendizado através da literatura.

Para Cavalcanti (2009, p. 39) [...] a literatura pode ser, para a criança, um aspecto para a expansão do seu ser[...] ampliando o universo mágico, transreal da criança para que esta se torne em adulto mais criativo, integrado efeliz.

É através da literatura que as crianças podem expressar seus sentimentos e conhecimentos, é um processo dinâmico, lúdico. Destaca Cavalcanti (2009, p. 79):
Não basta que a escola promova o lúdico, a brincadeira e a literatura dentro de um clima de prazer. É fundamental que apreender a ler e o gostar de ler tenha um sentido na vida de cada um. Que o leitor se sinta identificado com o lido, que possa exercitar-se numa aprendizagem importante sobre o mundo, as pessoas, a natureza, as lutas, dor e amor. 

De nada adianta o professor adquirir vários meios didáticos, métodos e técnicas, e não aplica-los de maneira corretas, os meios didáticos são muito importantes, desde que, o professor saiba utiliza-los da melhor forma possível, de forma a atingir necessidades e dificuldades de cada criança.
Neste sentido, a literatura infantil é uma importante aliada do professor no processo de aprendizagem das crianças, é um caminho aberto para novas descobertas, num mundo cheio de fantasias e imaginação. Onde a criança acaba se identificando em vários aspectos, e assimilando a fantasia ao mundo real. 

Além dos aspectos já mencionados, uma boa dicção com clareza ajuda a criança a entender melhor e obter um bom desenvolvimento social e intelectual diante da sociedade. Costa (2007) afirma :
Concentrar o ato da leitura escolar é reconhecer o efeito enriquecedor que se manifesta em cada pessoa, assim esperamos que o trabalho com a literatura literária pudesse produzir resultados eficazes e amadurecidos, pois a criança, ao manusear o livro ou objeto de leitura torna-se capaz de identificar a imagem a estabelecer uma relação direta com alinguagem, sendo muitos os benefícios que esse contato pode desenvolver, estimulando a memória e a capacidade de construir as informações por meio da fantasia vivendo um mundo repleto de conhecimento.

O professor que consegue estabelecer uma relação dialógica com a criança, o livro, a cultura e a própria realidade, ele cria condições em que a criança entenda e vivencia a partir do seu ponto de vista, defendendo atitudes e criando novas situações através das próprias atitudes e personagens, uma nova história. De acordo com Abramovich (1995, p.17).
Ler histórias para crianças, sempre, sempre[...] É poder sorrir, rir, gargalhar com as situações vividas pelas personagens, com a idéia do conto ou com o jeito de escrever dum autor e, então, poder ser um pouco cúmplice desse momento de humor, de brincadeira, de divertimento... É também suscitar o imaginário, é ter a curiosidade respondida em relação a tantas perguntas, é encontrar outras idéias para solucionar questões (como as personagens fizerem...). É uma possibilidade de descobrir o mundo imenso dos conflitos, dos impasses, das soluções que todos vivemos e atravessamos – dum jeito ou de outro- através dos problemas que vão sendo.

O professor necessita ter uma compreensão da literatura, para obter um bom desenvolvimento, pois a literatura constitui uma fonte rica de descobertas de valores que vem a construir de forma positiva, o senso crítico da criança. Uma boa adequação proporciona um contato com os livros e é uma das maneiras adequadas para despertar o gosto pela leitura. É fundamental que se assegure o desenvolvimento da criança, não só a apresentação de livros, mas,mostrar como a leitura será de suma importância para sua vida social e vivência no meio delas.

Quanto mais cedo a criança entrar em contato com a literatura, mais fácil será a compreensão e desenvolvimento de seu potencial criativo e por ampliar seus horizontes da cultura e do conhecimento. A literatura é o alimento fundamental para o desenvolvimento cultural, intelectual e afetivo.

O professor deve ter cuidado em criar ocasiões e lugares onde a criança possa ampliar e adquirir novas experiências pessoais, nesse sentido o educador tem papel fundamental de oferecer, inserir o livro no cotidiano das crianças, pois esse é um instrumento de transformação. 
A literatura veio para enriquecer a sensibilidade, ampliar o conhecimento e estimular o imaginário infantil, contribuído assim para o desenvolvimento e formação da criança. Segundo Cademartori (1994, p23), afirma que:
[...] a literatura infantil se configura não só como instrumento de formação conceitual, mas também de emancipação da manipulação da sociedade. Se a dependência infantil e a ausência de um padrão inato de comportamento são questões que se interpenetram, configurando a posição da criança na relação com o adulto, a literatura surge como um meio de superação da dependência e da carência por possibilitar a reformulação de conceitos e a autonomia do pensamento.
A literatura é uma forma de arte, de ver e representar o mundo, cada personagem será apresentado de uma forma particular. E é isso que determinará o amadurecimento e formação de cada leitor.

3.1 CONTOS DE FADAS

Ao falarmos em contos de fadas, sempre pensamos que tudo começa com “Era uma vez” e termina com“eles foram felizes para sempre....”

Os contos de fadas sempre foram muito importantes na educação das nossas crianças. Essas histórias infantis fizeram parte de nossa infância e ficaram gravadas em nossas memórias.

Alguns contos como: cinderela, chapeuzinho vermelho, branca de neve tiveram seus relatos ainda na idade média.

Hoje os pais tem um papel fundamental na hora de contar histórias a seus filhos, elas devem ser contadas de forma lúdica, para que eles possam entender melhor o que estão ouvindo.

Os professores também precisam ter cuidado na “hora do conto”. Porque quando as crianças ouvem, elas se imaginam na história, por isso através delas podemos trabalhar e desenvolver sentimentos e sensações nas crianças como: a feiura, o medo, a insegurança, a rejeição, a culpa e vários outros sentimentos.

A aprendizagem da criança começa quando ela nasce e segue por toda a sua vida.

Os contos de fadas desenvolvem na cabeça da criança, a capacidade da fantasia, da imaginação. Elas entram na história, e com isso se identificam com o bem ou com o mau. A verdade e a mentira através de exemplos das histórias. Moura (2007) cita que:
É necessário, pois que possamos cada vez mais trabalhar os nossos conceitos de bom, de belo, os valores morais que estão adormecidos, dessas pequenas sutilezas que, unidas ao exemplo e a orientação necessária, poderão enriquecer e muito o universo infantil.

Há muitos anos atrás as fábulas eram contadas e atribuídas a moralidade. A burguesia doutrinava as crianças com histórias moralizadoras, mas com o passar dos anos isto foi mudando.

As editoras e os escritores foram apostando em umaliteratura sem um tom moralista e de um modo lúdico. Deste modo as crianças aprendem melhor, porque elas se imaginam na história e querem fazer parte dela, levando isso para sua vida, tanto familiar como profissional.

O professor ou contador de histórias que se destina a contar uma história precisa saber dar as pausas no tempo exato, respeitando o imaginário de cada criança, os espaços entre verso e outro provocam nas crianças a vontade de saber mais. A hora do conto é um recurso para incentivar as crianças a ler e escrever, isso desperta a curiosidade e desperta a vontade de querer ouvir e saber mais e mais.

Uma história deve ser bem escolhida e narrada, temos que ter todo cuidado, sobre contar histórias (ABRAMOVICH, 2006, p.18), completa:

[...] Contar histórias é uma arte... e tão linda!!! É ela que equilibra o que é ouvido com o que é sentido, e por isso não e nem remotamente declamação ou teatro... Ela é o uso simples e harmônico da voz. Daí que quando se vai ler uma história-seja qual for-para a criança, não se pode fazer isso de qualquer jeito, pegando o primeiro volume que se vê na estante [...]


As histórias encantadas são repletas de conteúdos simbólicos e exercem um grande fascínio e encanto nas crianças e adultos. Realidade sim! Muito do que se vive no cotidiano aparece refletido nas histórias infantis. 

Através dos contos as crianças embarcam num mundo especial cheio de emoções e buscam a solução para os conflitos narrados na história. Isso faz com que as crianças comecem a elaborar melhor seus sentimentos e encontrar novas saídas para alguns dilemas emocionais. Os contos de fadas aumentam a autoestimadas crianças, mostram que as dificuldades podem ser vencidas, elas sentem que podem vencer seus próprios medos.

E por meio destes contos podemos ajudar as crianças a trabalhar com seus próprios sentimentos e sensações presentes no seu dia a dia, no seu cotidiano. 

Um dos objetivos é a formação e construção da personalidade infantil, criando assim uma base sólida que favorece no desenvolvimento intelectual, moral e psíquico, e assim tornando adultos mais fortes, adultos conscientes. 

Os contos podem e devem ser trabalhados nas salas de aulas, sempre ressaltando os valores, e exemplos ali contidos. Merecem um destaque, uma narrativa que fale de liberdade, amizade, amor, sinceridade, humildade e entre outros valores para aprendizagem. O contador ou professor deve falar sobre a importância da liberdade, ressaltando que cada um tem seu próprio querer. Cada um de nós deseja um querer diferente, fazer com que a criança exponha sua própria opinião.

De acordo com Cavalcanti (2009) o bom contador de história é alguém que possui a virtude natural para fazer da palavra o canto mágico das narrativas. Dessa forma podemos dizer que a história leva a criança para um passado misterioso, e o instiga para o futuro onde se pode viajar para a galáxia, ou seja, é possível ir até onde sua imaginação chegar.
Os contos de fada sobreviveram ao tempo pelo fato de serem necessários nos ensinamentos, pois relatam a alma das crianças, relatam valores imutáveis.

As crianças estão sempre dispostas a ouvir, pois existe uma afinidade entre ambos, já que as crianças muitas vezes se colocam no dia a dia num mundo encantado e afastado do mundo real,ela se identificam através dos contos. Neste sentido, os contos são um apoio extraordinário para provocar as crianças, pois permitem um envolvimento com os personagens e assim, a criança é conduzida a experimentar situações do imaginário ao real por meio da fantasia.

3.2 VIVÊNCIAS DA PRÁTICA

Para enriquecer este trabalho, foi realizada uma entrevista com uma pedagoga e escritora da cidade de Blumenau onde abordamos questões sobre nossos objetivos dentro da pesquisa.

Ao questionarmos sobre a importância da Literatura Infantil para construção de princípios e valores, a mesma respondeu que é durante a infância que a criança aprende e constrói princípios e valores. Também enfatizou que a literatura infantil tem uma grande utilidade nesse processo, pois é através das histórias que a criança se identifica com os personagens e traz para si o ensinamento, a superação, a semelhança de aquilo que viu, leu e entendeu. Para a criança precisa haver um significado. 

É nesse momento que a criança entra num universo de emoções, sentimentos, sentidos e significados. As crianças passam por um processo entre realidade e fantasia, e é nesse momento que conseguem se identificar com os personagens, através das situações que estão vivendo ou que desejam passar. Os sonhos parecem tornar-se realidade, estimulando a criatividade e a imaginação. É na infância que a criança conta e reconta suas histórias, por aquilo que vê, ouve e vive. 

Em relação ao papel que a literatura infantil tem no processo de alfabetização, a escritora relatou que a escrita faz parte do sistema de signos elaborado pela sociedade e que a leitura é uma atividade no qualo aluno vai assimilar o conhecimento, refletir e a partir daí elaborar seu próprio texto. Citou um texto de Bamberger (1977, p. 36) onde diz que a fase dos 2 a 5 ou 6 anos é a fase de mentalidade mágica, em que a criança faz pouca diferença entre o mundo externo e o interno. A literatura vai ajudá-la a fazer a distinção entre o ”eu” e o mundo, através dos livros, de gravuras de objetos de seu meio. Entre 4 a 6 anos a criança prefere a leitura do realismo mágico: contos de fadas, lendas, mitos, fábulas, que podem oferecer mudança imaginativa, pois nessa fase do seu desenvolvimento a criança é essencialmente suscetível à fantasia. 

O professor trabalhando com dramatizações, ilustrações e artes plásticas perceberá que o aluno irá descobrir e perceber-se como sujeito atuante que sente liberdade, prazer e gosto pela leitura além de sentir-se valorizado rumo à construção do pensamento, da linguagem, da escrita e aprendizagem.

Também argumenta que os professores podem estimular o interesse pela leitura em seus alunos através de dois fatores: curiosidade e exemplo. Para aguçar a curiosidade da criança cabe ao professor proporcionar momentos de prazer e descontração utilizando o livro como ferramenta de diversão e aprendizagem. Sair da sala de aula e proporcionar outros espaços auxiliará na concentração e desejo de conhecer e manipular o livro.

Sabe-se através de estudos que um professor só poderá formar bons leitores, se ele próprio for um leitor competente. O aluno será um bom leitor se ver a leitura com prazer. Assim, a leitura poderá ser um hábito saudável, capaz de formar cidadãos conscientes, competentes, com sensibilidadee imaginação.

Referente aos contos de fadas dentro do processo educativo, explica que o objetivo em contar histórias nas escolas visa também desenvolver as habilidades cognitivas das crianças, levando-os a interagir em um mundo mágico, no qual além de desenvolver e utilizar sua a criatividade, podem ser o personagem que quiserem. Citou que conforme Abramovich, (1997, p. 17), é através de uma história que se pode descobrir outros lugares, outros tempos, outros jeitos de agir e de ser, outras regras, outra ética, outra ótica [...] É ficar sabendo história, filosofia, direito, política, sociologia, etc. Sem precisar saber o nome disso e muito menos achar que tem cara de aula.

Sobre a questão de que muitos pais temem que os contos de fadas afastem as crianças da realidade através de magias e fantasias, a escritora tem a seguinte opinião: nesta fase a criança precisa ser orientada através de boas atitudes, então, deve-se sempre ressaltar os aspectos positivos e não os negativos. Alguns contos de fadas não são indicados para as crianças até 6 anos, pois, os mesmos contém textos que estimulam a violência e a agressividade. Ações que podem ser copiadas pelas crianças, caso ela seja estimulada durante a leitura. Os pais e profissionais da educação precisam ter o bom senso de escolher quais as literaturas que serão trabalhadas com seus filhos e alunos. Existem belos contos de fadas que não interferem de forma negativa no desenvolvimento da criança, muito pelo contrário, contribuem para a formação do caráter da mesma. 

Perguntamos se a Literatura Infantil é fruto da “imaginação criadora” livre ou está condicionada por“fórmulas”, conceitos ou valores que a sociedade impõe indiretamente ao escritor? Em resposta, ela mencionou que busca fluir ao máximo sua capacidade de imaginação. Pesquisa e observa as ações das crianças, para que cada história escrita venha de encontro com os desejos e anseios infantis, pois não existe nenhuma possibilidade de criar uma bela literatura repleta de regras ou conceitos. Pode haver um tema, mas a criação deve-se dar com liberdade de imaginação e criatividade.

Sobre os critérios utilizados pelo escritor para desenvolver um tema para literatura infantil, explica que, dependendo do caso, as editoras estabelecem temas envolvendo cada faixa etária ou currículo trabalhado nas escolas, o escritor também cria seus próprios temas baseados nas ações/vivências das crianças. Busca desenvolver um tema que traga um significado vivo para as crianças ou que faça parte do cotidiano da mesma. O pequeno leitor precisa se identificar com a leitura e essa deve ser a maior preocupação de um escritor. Uma leitura que traga um significado, um sentido, uma aproximação. 


4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao responder o objetivo deste trabalho, entendemos que desenvolver o interesse e o hábito pela leitura e pela literatura infantil é um processo constante e que deve ser iniciado desde muito cedo. A adoção da literatura infantil como recurso de auxílio no processo educacional é importante para formação de um sujeito crítico e atuante na sociedade.

A literatura infantil oferece mais do que simplesmente um entretenimento, mas sua função principal está centrada na educação. Educadores, professores e escritores são aliados neste desenvolvimento. Não nosentido de impor valores morais, mas de despertar nas crianças uma tomada de decisões consciente, não somente quando adultos, mas em determinados momentos na própria infância.


REFERÊNCIAS


ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil: gostosuras e bobices. 5. Ed. São Paulo: Scipione, 2006.

ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 1995. Arquivo eletrônico disponível em Acesso em 24 set. 2014.


Aurélio Dicionário On Line Acesso em 24 set. 2014.

CADEMARTORI, Ligia. O que é literatura infantil. 6. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.

CAVALCANTI, Joana. Caminhos da Literatura Infantil e Juvenil: dinâmicas e vivencias na ação pedagógica. 3. ed. São Paulo: Paulus, 2009.

COELHO, Nelly Novaes. Literatura Infantil: teoria, análise, didática. 1. Ed. São Paulo: Moderna, 2000.

COSTA, Marta Morais da. Metodologia do ensino da literatura infantil. Curitiba: Ibpex, 2007.

Estatuto da Criança e do Adolescente. 7. Ed. Brasília: Edições Câmara, 2010. Disponível em <
http://bd.camara.gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/785/estatuto_crianca_adolescente_7ed.pdf>
Acesso em 24 set.2014.

MALAMANN, Michele Carvalho de. A Literatura Infantil no Processo Educacional: despertando os valores morais, 2011. 64 f. Trabalho Conclusão Curso – Biblioteconomia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011. Disponível em Acesso em 10 out. 2014.

MOURA, Fátima. Literando. Instituto de Educação Moral. Reconstruir: a revista do educador, v.7, n.59, 17 jul.2007. Disponível em < http://www.educacaomoral.org.br/reconstruir/literando_edição-59.htm>. Acesso em 23 out.2014.

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