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Os Problemas da Literatura Infantil

Por:   •  19/8/2018  •  Resenha  •  2.055 Palavras (9 Páginas)  •  535 Visualizações

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Meireles, Cecília, Problemas da literatura infantil. 3ª edição Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.155p.14x20cm

Cecília Meireles nasceu no Rio de Janeiro, em 1901 e faleceu em 1964, também no Rio de Janeiro. Concluiu o curso primário em 1910, na Escola Estácio de Sá, foi diplomada no Curso Normal do Instituto de Educação do Rio de Janeiro, em 1917. Exerceu durante longos anos o magistério primário, tendo também, em 1936, ensinando Literatura Luso – Brasileira e Técnica, além de Críticas Literárias na Universidade do Distrito Federal, e em 1940, lecionou Literatura e Cultura Brasileira na Universidade do Texas nos Estados Unidos. Foi jornalista, tendo sido responsável por uma seção sobre problemas do ensino no Diário de Notícias e uma seção de estudos de folclore infantil no jornal A Manhã. Fundou a primeira biblioteca infantil do Brasil e é considerada uma das maiores poetisas da Língua Portuguesa, tendo publicado seu primeiro livro de poesias em 1919, intitulado “Espectro”.

O livro, “Problemas da literatura infantil”, foi publicado pela primeira vez em 1951, abrangendo três conferências realizadas em Belo Horizonte, no curso de Férias promovido pela Secretaria Estadual de Educação, em janeiro de 1949 , cujo assunto era literatura infantil. Sendo a autora convidada a dar forma escrita as palestras, aproveitou a oportunidade para acrescentar exemplos com o fim de esclarecer com maior nitidez pontos citados na exposição oral, utilizando diversos autores para essa realização.

Passaram-se os anos, e o livro continua tão importante quanto antes. Em 1984 foi revisado e publicado pela Editora Nova Fronteira sua 3ª edição, o qual contém 155 páginas, tendo ilustrações a cada capítulo do livro, no entanto não são coloridos, tendo cores diversas somente na capa.

Cecília Meireles foi uma educadora que não se preocupava com aspectos técnicos científicos, mas sim com a verdadeira função da educação, sempre respeitando a criança, sendo necessário que, todo livro infantil ou não, deve passar pela crítica do leitor, que no caso é a criança, onde ela  poderá identificar e escolher o que melhor lhe satisfaz.

A autora coloca a palavra como forma de expressão e designadora do fenômeno literário, mostrando que cada povo possui, a seu modo, uma literatura, independente de ser letrado ou não, pois é transmitida de memória em memória, de boba em boca, de geração a geração, através da literatura oral, passando a ser um registro folclórico, quando escrita.

A literatura abrange tanto os adultos como as crianças, porém dentro dessa literatura geral, a criança delimitará o âmbito infantil através de sua preferência ao lê ou ouvir com prazer. A literatura esteve e está presente em nossas vidas muito antes da leitura e da escrita, sendo encontrada nas cantigas de ninar, nas brincadeiras de roda, no ouvir as histórias contadas por familiares, às suas crianças.

Existem várias categorias de livro infantil, como os de aprender a ler, os das disciplinas escolares, os de recreação, os álbuns de gravura, porém o mais importante é ser efetuado o exercício da linguagem, cabendo a pedagogia tornar o estudo agradável, sem perder a seriedade, transformando o estilo dos livros didáticos, direcionando-os ao encantamento e fascínio das histórias, e não somente a obrigatoriedade da decodificação das palavras, buscando uma significação para a leitura e o seu contexto.

O adulto escreve um livro direcionado à criança, mas, com seu próprio ponto de vista, ou seja, o que julga ser importante e interessante para a criança ler. No entanto qualquer tema pode se transformar em um livro infantil, vindo a depender da preferência e aceitação pela criança podendo ser transformado em infantil, o que não foi publicado para esse fim. Enquanto outros, considerados infantis, podem ser colocados de lado, devido a não aceitação da criança, ficando dessa forma, o destino do livro a cargo de sua escolha, cabendo somente a ela decidir e escolher o que mais lhe agrada e concretizando o que verdadeiramente fará parte da literatura infantil. Segundo a autora, essa preferência não é influenciada por cores e ilustrações, mas sim pela história que seduz e fascina, independente de recursos de atração e publicidade, sendo o conteúdo e o seu significado o mais importante para a criança.

O ofício de contar histórias existe em toda parte do mundo, e vai tendo continuidade através da oralidade, o homem vai transmitindo sua experiência vivida, de geração para geração, suas histórias vão sendo perpetuadas por meio da literatura oral. O contador de histórias, com sua imaginação, mímica, voz e a capacidade de representar, torna-se indispensável em muitos ambientes, principalmente para as crianças, vindo a valorizar e salvar muitos autores e suas histórias do esquecimento, dando uma grande contribuição na literatura, nessa transmissão de valores e histórias.

Muitos livros contêm, histórias antigas que os precede, que foram contadas há muito tempo atrás, sendo partícipes da infância de muitas crianças, afinal quem nunca ouviu uma história? Independente de origem, cultura ou nacionalidade o homem vai contando ao outro, às suas crianças, o que ouviu contar e dessa forma vai contribuindo na formação da personalidade da criança. Hoje muitas dessas histórias estão publicadas em livros, e continuam fascinando e encantando a todos.

É de extrema importância para a criança, em seus primeiros anos de vida esse tipo de literatura, conhecida como tradicional, que contribui com os gêneros literários, fazendo surgir através dela, lendas, provérbios etc. que são publicados e chegam posteriormente às mãos das crianças. Dessa forma, a literatura oral foi transformada em escrita, porém continua essencial na formação da criança, como exemplo a autora cita as leituras sagradas, que vão sendo contadas oralmente e também publicadas em livros, o que posteriormente a criança terá acesso à leitura. Mas, mesmo uma pessoa que teve a possibilidade de ler, e que já conhece as histórias e lendas, se emociona ao ouvi-las devido terem influenciado no seu desenvolvimento infantil, o que deixa claro então, o quanto a literatura tradicional é importante para o indivíduo.

Quanto a compreender a preferência das crianças, só é possível depois de uma vasta experiência com elas, pois como aceitar que uma leitura destinada aos adultos pode vir a ter a aceitação delas?  Somente da forma que Cecília Meireles coloca, não impondo o que a criança deva ler, e sim deixar à sua escolha definir o que é literatura infantil, e qual gostaria de ter acesso.

Contudo, não se deve desvalorizar as obras escritas especificamente para crianças, ou que não seja necessário escrever exclusivamente para elas, pois muitos autores antigos de obras infantis se perpetuaram, e suas histórias continuam sendo ouvidas e até mesmo copiadas nos dias atuais. O que importa mesmo é que, sua história agrade a criança com conteúdos carregados de significação e imaginação.

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