ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS APLICADOS NO PROCESSO PRODUTIVO DE UM TIPO DE BOLO

ESTUDO DE TEMPOS E MOVIMENTOS APLICADOS NO PROCESSO PRODUTIVO DE UM TIPO DE BOLO EM UMA PANIFICADORA NO MUNICÍPIO DE MOSSORÓ/RN

Vivianne Rodrigues de Freitas (UFERSA)
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Amim Alleff de Souza Silva (UFERSA)
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João Eduardo Crus Barbosa (UFERSA)

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Fillypi Jarbem Damasceno Monteiro (UFERSA)

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Priscila Gonçalves Vasconcelos Sampaio (UFERSA)

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RESUMO

O estudo de tempos é uma ferramenta muito importante para se poder padronizar processos de forma a otimizá-los. Com isso, o objetivo desse trabalho é fazer o estudo de caso em uma panificadora da cidade de Mossoró/RN para se otimizar o processo de fabricação do bolo tipo Tia Fátima. Para isso foi preciso fazer uma revisão bibliográfica dos assuntos a serem abordados, posteriormente foi feita a classificação das etapas do processo, em seguida foi feito o estudo de tempos e por fim feita a sugestão de otimização, que poderia acontecer a partir de mudanças nas etapas de separação e pesagem dos ingredientes da receita utilizados no bolo.

1. Introdução

O lucro de uma empresa de acordo com Silva (2010) está atrelado à produtividade que a mesma consegue da sua operação isso é valido para qualquer empreendimento, o que torna a melhoria contínua dos processos produtivos necessária em qualquer empreendimento seja qual for o seu setor. Dessa maneira, o estudo de tempos é uma ferramenta importante para a melhoria contínua do processo, pois é capaz de analisar o tempo em diversas etapas de um processo, e com isso consegue se sobressair perante outros métodos. Moreira (2008) explica que por meio de um estudo de tempos, os tempos padrão podem ser calculados, e estes, por conseguinte, são utilizados no cálculo dos custos associados aos produtos e na melhoria de processos a partir de estudos de métodos de trabalho.

No que se refere aos indicadores do setor de panificação, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (ABIP, 2016), as empresas brasileiras desse segmento registraram em 2015 um crescimento de 2,7% com relação ao faturamento anterior, entretanto com relação ao crescimento o que se registra é uma desaceleração desde 2010. Dentre as despesas existentes as de origem operacionais aumentaram em 6,8%, e que maior parte do volume de faturamento são representados pelas vendas de produção própria.

Deste modo, o presente artigo tem como objetivo aplicar o estudo de tempos e movimentos para analisar o processo produtivo da fabricação do bolo Tia Fátima em uma panificadora na cidade de Mossoró-RN. O estudo de tempos, segundo Barnes (1977) pode ser utilizado como uma ferramenta que auxilia no aumento da eficiência geral de fábricas. Assim sendo, surge o seguinte questionamento: “De que maneira a determinação do tempo padrão e dos padrões de produção podem auxiliar na melhoria da produtividade em uma empresa do setor de panificação localizada em Mossoró/RN?”

A estrutura desse artigo é dividida em cinco seções. Nesta primeira seção é feita uma introdução e tem-se uma visão geral do tema abordado. A seção 2 trata do referencial teórico, apresentando conhecimentos consolidados, que foram reunidos a partir de trabalhos de outros autores, nela serão abordados temas que auxiliarão o desenvolvimento do trabalho, como estudo de tempos e movimentos, padronização, fluxograma e cronometragem. Em seguida, a seção 3 retrata a metodologia da pesquisa. Na seção 4 é feito o estudo de caso, caracterizando o núcleo de estudo e apresentando os resultados da pesquisa. Por fim, na seção 5 são feitas as considerações finais do trabalho.

1. Referencial teórico

1. Estudo de tempos e movimentos

De acordo com Barnes (1977), o objetivo do estudo de tempos e movimentos é a análise dos sistemas de trabalho, com o objetivo de deixar sistemas e métodos com um formato padrão. E ainda, determinar o tempo gasto por uma pessoa qualificada e devidamente treinada, trabalhando num ritmo normal, para realizar uma tarefa ou operação específica e orientar o treinamento do trabalhador no método escolhido.

O estudo de tempos e movimentos é resultado de análises que ao longo dos anos foram melhorando os princípios atuais, a partir da abordagem realizada no estudo dos processos iniciado por Frederick W. Taylor. Taylor percebeu que não havia um padrão de qualificação e organização na realização dos processos, concluindo que não havia uma relação desse comportamento com a baixa produtividade devido às perdas no desempenho do trabalho (FIGUEIREDO; OLIVEIRA; SANTOS, 2011). Razmi e Shakhs-Niykee (2008) definem o estudo de tempos de Taylor como um procedimento que visa à melhoria da produtividade, estabelecendo padrões de tempo e reconhecendo os movimentos utilizados ou necessários para executar uma determinada série de operação, para convergir essa análise com a atribuição de padrões de tempo predeterminados para cada um destes movimentos.

Enquanto Taylor tinha foco voltado ao estudo de tempos, um de seus discípulos, Frank B. Gilbreth (1868-1924) direcionava sua análise para o que chamou de estudo de movimentos. Auxiliado pela sua esposa Lilian M. Gilbreth, eles contribuíram com o aperfeiçoamento dos seus trabalhos a respeito do estudo de movimentos. Os Gilbreth desenvolveram o estudo de micromovimentos, onde enxergaram que na produção haviam vários movimentos básicos, como por exemplo: procurar, escolher, pegar, posicionar, unir, separar, utilizar, repousar e planejar. Essa análise, tabulação e inspeção dos micromovimentos eram realizadas com a captura de imagens de uma câmera cinematográfica que registrava com precisão os intervalos de tempo no filme capturado, fazendo com que a análise dos movimentos e o estabelecimento de tempos para cada um dos movimentos fosse possível (VIEIRA et. al., 2015).

1. Gráfico homem-maquina

De acordo com Santos, Barreto e Menezes (2011) o gráfico homem-máquina trata-se de uma representação gráfica, a qual envolve um ou mais operadores trabalhando em uma ou mais máquinas. Neste diagrama é mostrada tanto a atividade isolada do homem e da máquina como as atividades combinadas ou as esperas de um ou de outro.

Para Martins e Laugeni (2009) as atividades independentes são aquelas onde o operador executa a atividade sem necessidade da maquina ou de outro operador. Já as atividades combinadas são aquelas onde a atividade desenvolvida necessita do operador e da máquina para ser realizada. As atividades de espera são aquelas onde o operador encontra-se parado aguardando o término do processo, ou a máquina está parada aguardando o operador.