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Tcc de pedagogia

Por:   •  21/4/2015  •  Monografia  •  5.913 Palavras (24 Páginas)  •  372 Visualizações

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GÊNESE DO PROBLEMA

Este Artigo inicia-se querendo entender um pouco mais sobre a História da Feminização da Educação, iremos aqui refletir desde o período do Brasil Colônia, assim há algumas colocações do livro o legado Educacional do século XX no Brasil escrito por vários autores entre os quais a autora Jane Soares de Almeida que traz o texto com o título: Mulheres na Educação: Missão, vocação e Destino? A feminização do Magistério ao longo do Século XX. Este texto aborda como era vista a mulher e como lhe foi dado o direito de exercer a profissão de Magistério e questões educacionais como a maneira que as mulheres eram educadas e o objetivo desta educação, trazendo para a reflexão um modelo de uma educação tradicional e que era direcionada pelo poder da igreja e da sociedade deste período que achavam que as mulheres não tinham o direito de “pensar” além do lar e nem de frequentar a escola, para estas era dado apenas o direito de cuidar da família e da casa, nada mais lhes era permitido. Neste período, as mulheres tinham como ensinamentos as práticas de aprender a bordar, fazer doces, ler e escrever um pouco as música e histórias sagradas, as mulheres eram preparadas para o matrimônio e a sua família a qual seria responsável por sua formação, nada mais era dado a este sujeito do sexo feminino, diante deste cenário era ainda orientada e cobrada pela religião católica que, neste período patrimonial determinava o modelo de sociedade.

Para Almeida (2006), o catolicismo, ao impor às mulheres a imagem da Virgem e Mãe, estaria criando uma figura vista como “santa”, doce e agradável, pura de corpo e espírito e as que saíam destes padrões, eram vistas como prostitutas ou tinham parte com o demônio, eram assim, relacionadas com o mal.

Nessa premissa, Almeida ressalta que,

Esse estigma tinha suas raízes na sexualidade e fez com que as religiões cristãs dessem grande importância a uma imagética de pureza feminina por meio da normatização dos corpos e mentes. Os primeiros eram controlados pela exacerbada vigilância de pais, irmãos e maridos, encarregados de extirpar nas mulheres sob sua guarda qualquer tentativa de pecado carnal. As mentes eram passiveis de serem adestradas por uma pedagogia do temor e da culpa que fazia as mulheres reféns de sua própria aura de sedução e capacidade de despertar o desejo masculino. (ALMEIDA, 2006, p.67)   

Essa perspectiva ideológica vai desqualificar a mulher do ponto de vista profissional, político e social, até porque este não deveria ser um espaço frequentado pela mulher. Ainda para Almeida (2006), nas escolas, as moças seriam instruídas quanto à importância da castidade e da pureza. Seguindo assim, uma rígida disciplina do catolicismo, pois só eram aceitas nas escolas, as filhas dos homens que iriam compor a sociedade de elite, ainda assim a educação preparava esta moça para os serviços domésticos e o cuidado do seu esposo e dos filhos, desse modo esta era preparada para agradar ao homem que seria seu esposo. De acordo com Almeida (2006), a mulher/mãe deveria ser pura e assexuada, e nela, repousariam os mais caros valores morais e patrióticos, (p. 71). Com esta denominação, seria dado a mulher o trabalho de cuidar, coisa que já era o seu papel na família, nada mais lhe era permitido, mas com o advento da educação lá no período da Proclamação da Republica, houve a necessidade de universalizar o ensino através da democratização da escola primária, neste período, só a elite tinha direito à escola, entretanto começa-se a pensar em um espaço em que todos tivessem esse “acesso”, neste caso, como havia profissionais para lecionar, começa-se a ampliar a compreensão da mulher como sentido de pureza de mãe, delicada, assim poderia estar contribuindo com o papel de educar as crianças menores. Assim, estas passaram a assumir esta responsabilidade “por prazer” e não lhes era dado nenhuma gratificação ou remuneração para tal função, até porque neste período já era a “obrigação da mulher”, ela era preparada ou moldada para a educação doméstica.

Na primeira década do século XX, no campo profissional brasileiro, nada era dado a mulher a não ser a docência. Deste ponto de vista, pode-se afirmar que é até injusto ao papel que a mulher tem exercido na formação e educação do sujeito, podemos entender que hoje, quando se fala em uma profissão feminina devido a sua própria história de luta e resgate do direito de pensar e agir como ser humano, este discurso está formativo e faz parte da história da mulher, que se tornou importante e representante, ativa e fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e democrática, entretanto não devemos esquecer que hoje a mulher, que antes não tinha o direito de pensar, quanto mais expressar o seu pensamento, criou mais autonomia e respeito perante a sociedade e está hoje desempenhando o seu papel de direito lado a lado com gênero masculino.

Hoje no contexto contemporâneo, devemos entender que não estamos mais com a perspectiva de uma educação com o propósito da Igreja Católica, a estrutura educacional deveria desenvolver neste sujeito um pensamento mais crítico e dinâmico, tendo em vista que para interagir com estes em suas relações pessoais e interpessoais, a sociedade exige um novo perfil do Profissional da Educação Infantil sujeito em um novo olhar. A mulher demonstrou no decorrer da história, que a figura do homem (gênero masculino) como um profissional também poderá contribuir na relação de educação de crianças pequenas e que em nossa sociedade não se pode descartar a possibilidade da atuação do profissional “homem pedagogo”, na educação infantil, até porque, se não deixamos este atuar em uma profissão que sugeria do próprio desejo, estaríamos revertendo a história resgatando situações e padrões estereotipados no quais as únicas vítimas foram as mulheres. Nos documentos apresentados, analisa-se como é feito a qualificação do profissional da educação infantil e que critério este deverá ter na profissão, que hoje, deverá no mínimo ter o curso de Licenciatura em Pedagogia e, é sobre esta abordagem que discorreremos sobre o Homem Pedagogo na Docência da Educação Infantil. Mas, que embate-se nas ideologias de uma sociedade pautada na feminização do professor, desconsiderando que este não atuará como figura materna e sim como sujeito profissional que contribui com o processo formativo das crianças na primeira infância.    

           

INTRODUÇÃO

Este estudo parte da necessidade de observar na educação infantil, alguns aspectos de uma pesquisa respaldada no estágio supervisionado I, disciplina que nos daria a prática na Educação Infantil, que estava dentro do currículo do curso de Licenciatura em Pedagogia da Faculdade Dom Pedro II, este era o processo inicial de como se daria o processo nesta área do conhecimento. Fomos distribuídos por várias escolas de Educação Infantil e creches de Salvador, sem nenhum critério econômico, social, financeiro de raça ou de sexo, era naquele momento o estágio nesta área, mas assim que fui deslocado para a escola na qual iria fazer o meu estágio (prática na educação Infantil), um questionamento da coordenadora pedagógica da escola a que me fora indicada, dizendo que comigo teria um problema e este era exatamente por eu ser do sexo masculino e que ela teria que primeiro conversar com a sua coordenadora e reunir a comunidade para pedir permissão para que eu pudesse estar exercendo o direito de fazer estágio nesta escola. Ao observar tal comportamento, informei a mesma que estava ali como aluno que precisava fazer o estágio nesta área e que fazia parte do currículo da faculdade que eu fizesse este estágio, mais uma vez fui rebatido e informado que naquela escola só tinha dois homens e que estes homem não entravam nas salas de aulas das crianças de 0 a 3 anos, inclusive deixou bem claro que esses homens eram o Secretario da escola e um funcionário da limpeza, diante destes argumentos não tive como me pronunciar mais, fiquei sem entender o que estaria acontecendo naquele momento e me perguntando a todo momento o que eu iria fazer para superar esta barreira que estava diante de mim.

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